•• 24 ••

486 52 7
                                    

    Na volta para a mansão josephine dormia tão tranquila no banco do passageiro, que não notou quando parei o carro, apenas para observar seu belo rosto ainda descorado, devido a grande perca de sangue, nos pulsos dois curativos me julgavam culpado, culpado por não ter prestado mais atenção, eu deveria...

    Sempre fui muito atento aos detalhes, a tudo, mas desde que ela chegou deixo passar muita coisa, finjo-me de cego apenas para não encarar minha realidade, só para não ser confrontado pelo sentimento avassalador que me dominou, Anthony Martín totalmente dominado pela paixão, eu devia ter deixado ela na mansão, Papa sempre disse que não deveria ceder a elas, porque elas tomavam tudo de um homem, as mulheres tomavam a sobriedade e a consciência de todos a sua volta e quanto mais bonitas fossem, pior seria.

    Retomei o caminho imediatamente quando percebi seu desconforto, quanto antes chegarmos melhor será para josephine, todo repouso é necessário para que consiga uma recuperação rápida.

_______________________________________________

  Uma movimentação estranha me chamou atenção quando chegamos aos portões da mansão, uma bela morena de cabelos cacheados estava impedindo os soldados de abrirem, eu a conhecia bem... Núbia era inesquecível, mas naquele tempo, hoje não! Não tem tanta importância.

   Desço do carro sem fazer muito barulho para não acordar Jose e vou ao seu encontro, furioso.

- Mestre - Ela diz impaciente.
- Como ousa vir interromper meu descanso Núbia?

- Mestre perdão eu precisava dizer algo. - Ela agora chora.

- Minha esposa precisa repousar, não vê? - digo apontando para o carro e vejo que josephine já estava acordada - Merda Núbia, vá embora e marque um horário com os soldados, vou querer saber como conseguiu meu novo endereço. - Digo impaciente e caminho em direção ao carro, dando ordem para que os soldados abram os portões, mas sou paralisado com sua pequena revelação.

- Mestre, estou grávida... Grávida de um filho seu... - Ela grita em prantos.

   Fecho os olhos e respiro profundamente, a barriga de núbia estava realmente  aparecendo mas pela magreza não tinha um destaque tão grande, abro lentamente os olhos e olho para Núbia que está parada como uma estátua, volto o olhar para mia bela que agora de cabeça baixa chora disfarçadamente, o que faz o ar dos meus pulmões faltarem por um breve momento.

- Tem noção do que está dizendo? - Pergunto tentando não parecer o assassino cruel e impiedoso que sou.

- Cinco meses mestre eu te procurei em cada um deles... Mas o Senhor não estava aqui.... A última vez nós não usamos...o Senhor sabe, podemos conversar em particular? - Ela pergunta envergonhada .

  Olho descrente para seu rosto e busco o olhar de josephine, ela me olha com dor, seu olhar parece distante.

- Fale com ela Anthony, um filho é um vínculo sério. - As palavras da minha esposa são como facas em meu estômago.

- Vá embora Núbia, conversaremos depois, marque um horário com os soldados. - Digo sem tirar os olhos de josephine.

  Volto para o carro e o coloco em movimento para dentro da mansão, nenhuma palavra é mencionada durante o trajeto, mas assim que chegamos a porta de entrada sua voz doce invade o carro.

- Senhor posso ir ao jardim? - Sua voz é fria e vazia o que me deixa com ódio,mas o ódio agora é de mim mesmo.

- O Doutor pediu que você repousasse, então não acha melhor ir para o quarto? Acredito que seria o ideal no momento.

- Prefiro sentir o cheiro das flores, ficar um pouco só, se me permitir - Lá estava ela impassível e determinada.

- Eu te levo até lá josephine. - Respondi vencido ao seu desejo.

- Prefiro que Giovanna me leve, por favor, vá resolver seus assuntos, não quero ser um estorvo maior do que já estou sendo em sua vida Senhor.

- Pare. - Digo tentando manter a paciência - Não sou seu Senhor, sou seu marido, mas vou fazer o que me pede, tenho algumas ligações a fazer...

_______________________________________________

- un bambino questo è meraviglioso, filho pegue o bebê da vagabunda e fique livre da rata dos Ressel - Papa grita estasiado enquanto  giro uma caneta na mão sentado em meu escritório, furioso, odeio quando ele  insulta Josephine.

- Pai, sabe perfeitamente que não tolero seus insultos a Josephine, ela é minha mulher! - Tento parecer o mais paciente possível, mas não consigo e acabo gritando.

- questa ragazza non é una Martín figlio, sem matrimônio consumado, ainda pode se livrar dela, seu contrato vence no fim de semana, eu mesmo levarei os soldados para buscar josephine, pensarei se a deixarei como empregada da minha mansão ou mandarei para algum bordel.

- O Senhor está passando dos limites. Eu não vou permitir que entregue minha mulher aos lobos sujos da nossa máfia.

- O contrato se vence Anthony, não pode ficar com ela, não consumiram a união, me escuta filho, livre-se dela, A Ressel já te deu muita dor de cabeça em um curto período de tempo. Não tem acordo vou buscá-la no fim de semana. Ouça meu conselho, tome seu filho da vagabunda, com um herdeiro não precisará se casar mais. Está livre filho, livre! - Gritou entusiasmado.

    As vezes eu tenho a impressão de que essa aversão aos Ressel vinda da parte do meu Pai não era infundada, algo estava escondido por baixo dos panos. Pensamentos sombrios me tomavam por inteiro, não posso deixar que a levem, Papa estava enganado, porque agora as correntes que me prendem são muito mais fortes do que a que os mexicanos usaram... Eu só lutei para sair de lá porque sabia que ela precisava de mim, e que eu precisava dela.

   Mas sem a consumação essa relação seria desfeita, e com um herdeiro agora tudo ficaria mais difícil, se eu o renegar ele será criado para ser um bom soldado, se eu o aceitar será herdeiro de uma das máfias mais poderosas do mundo, mas para ficar com ele, teria que abrir mão do único sentimento que tive em toda minha vida. Teria que abrir mãos do amor que sinto por josephine e sinceramente, não sei se o filho com uma qualuqer que é paga para ir pra cama comigo seria suficiente para me fazer mudar o rumo de tudo.

   Se a comitiva vier e de fato não tivermos consumado nossa casamento, não houver a prova de que eu fui o primeiro homem de josephine, meu Pai tem todo direito de arrancar de mim mia bela, minha cabeça explode em confusão, nunca havia acontecido antes, mas de um tempo pra cá, tudo relacionado a ela me causa medo.

- Anthony filho está aí... - Papa me arranca dos meu devaneios.

- Sim, mas agora tenho assuntos para resolver,  falamos outra hora Papa. - Digo e logo em seguida encerro a ligação.

______________________________________________

E agora o que será que o Anthony vai decidir hein
..... ?

Perdoem os erros viu ❤️❤️❤️

O Medo Bate a Porta (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora