Ciúmes

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Yaman

Estou sentado há horas vendo o dossiê sobre esse "maldito sopeiro" e não encontro nada para afasta-lo dela, o cara parece um "santo", foi escoteiro na infância, excelentes notas, cursou administração de empresa, herdou de uma tia uma quantia substancial que o possibilitou abrir aquele restaurante a menos de um ano. Nenhum registro de um relacionamento, uma pessoa totalmente sem sal e sem açúcar. E o que foi aquela cena, ele a abraçando e chamando de "fofucha". Quando lembro, me sobe uma fúria, soco a mesa, mas a vontade mesmo era socar a cara daquele sopeiro sem graça.

Escuto bater na porta do escritório, é a tia de Yusuf, trazendo nas mãos uma bandeja com café. -"Bom dia, achei que você gostaria de um café, aproveitando quero conversar com você antes de descer para o café da manhã".

Aceno com a cabeça e lhe aponto a cadeira em frente a minha mesa: "sente-se, o que você precisa?" Falo olhando seriamente para aqueles olhos verdes me encarando. Não estava confortável com a relação dela com aquele sopeiro, como ela podia permitir ele tratá-la daquele jeito? Se deixar ser abraçada por qualquer um que ainda teve a audácia de me enfrentar dizendo que ela estaria mais segura com ele do que comigo, esse cozinheiro de meia tigela não sabe quem é Yaman Kirimli? Ela possivelmente percebe os meus pensamentos por que começa a gaguejar: " – eu..., bem..., na verdade..."

Y: - "Você?"

S: - "bem eu queria me desculpar com você por Selim, ele é muito protetor comigo, desde criança ele sempre foi muito cuidadoso comigo, por isso a reação dele ontem, ele não faz por mal, sou como uma irmã mais nova para ele. Quando éramos crianças ele apanhou de  três garotos bem maiores que ele só para me defender".

Eu me levanto, vou até ela me aproximo colocando as mãos sobre as costas da cadeira, pouco acima dos seus ombros, meu rosto a centímetros de distancia do seu rosto, a encaro, olhando profundamente nos seus olhos, tenho que me concentrar por que o cheiro de baunilha dos seus cabelos invade as minhas narinas, me esforço para ter um olhar de desprezo para ela, mas o que eu queria era beijá-la naquele momento: - "e você acha que eu me importo com o que acontece entre você e seus amiguinhos? Eu não me importo, seu amigo cozinheiro não é nada para mim!" Falo mais alto e com mais raiva do que calculei que sairia, "eu só me importo com Yusuf e você também deveria se importar só com ele. Agora saia da minha sala e leve esse café embora, não quero nada de você."

Agora ela me olha com raiva, levanta a cabeça para me encara e fala furiosa: - "você não passa de um selvagem mesmo, nunca  conseguirá ser um cavalheiro como Selim é,  ainda bem que ele é meu amigo e não você. " Ela levanta furiosamente,  e ainda rebate: eu só estou nessa casa  por Yusuf, caso contrário eu não teria nenhum prazer em estar aqui!"  Ela sai pela porta e eu arremesso a xícara de café que ela deixou para longe quebrando-a em pedaços. 

10 minutos antes ....

Seher

Estou saindo pelo meu quarto quando vejo Ikbal no corredor, ela vem toda simpática conversar comigo, querendo saber como foi o meu dia de trabalho no restaurante, e me dizer que estava preocupada por que Yaman tinha retornado ontem furioso e se trancou no escritório o resto do dia. Realmente, depois que retornei com os seguranças do restaurante no dia anterior eu não o vi, achei melhor não afronta-lo depois da reação que ele teve ao conhecer Selim, e por que possivelmente ele já estivesse de posse do "dossiê" sobre Selim que o Comissário Ali tinha entregado para Nedin.

S: - "bem Sra. Ikbal, ele realmente foi muito grosso quando apresentei ao meu amigo do restaurante, Selim é muito querido, uma pessoa muito gentil que sempre me protegeu, é como um irmão para mim, não merecia ter sido tratado da forma que foi."

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