Selim
Após ter recebido o telefonema de Ikbal, Ilbo interceptou as mensagens no celular dela e por esse motivo nos antecipamos ao serviço do "faxineiro". O centro de operações nos fundos do restaurante foi montado de uma forma que se precisássemos evacuar o local, seria tudo desmontado e carregado para dentro do furgão estacionado na rua dos fundos em menos de 8 minutos. Quando cheguei, antes de entrar fiz questão de cumprimentar alguns vizinhos, conversei com o senhor Omêr, vendedor de simit (pretzel turco), tudo para que a minha morte fosse convincente e eu pudesse trabalhar nos bastidores, longe dos planos de Ikbal. No momento certo, eu me revelaria a todos.
Fico escondido, aguardando a entrada do capanga, o surpreendo agarrando-lhe por trás e lhe dou um mata leão, desmaiando o homem. Dois agentes da equipe já estão aguardando para levar o belo adormecido até uma casa segura para interrogatório. Não podemos desperdiçar nenhuma chance de provar os envolvimentos de Ikbal com Aksak. Tudo limpo, o show começa, deixamos o gás da cozinha vazar e um dispositivo temporizador fez o resto. Quando o restaurante explode e tudo é consumido pelo fogo, já estamos a alguns quilômetros sãos e salvos. As evidencias da minha morte ficará por conta da agencia, junto com elas também estará as evidencias da morte do capanga de Ikbal, para explicar o desaparecimento do homem, que usaremos seu depoimento no momento certo.
Yaman
Já se passaram quatro horas do ultimo contato com Gurbuz, Nedin não conseguiu pistas ainda que nos mostre onde Seher está. Estou ficando impaciente, o meu escritório parece menor do que realmente é, não sei o que fazer. Na verdade sei, tenho que encarar meus medos, deixar meu orgulho e ir até ele, a vida dela depende disso. Mas ao mesmo tempo sei que se eu me humilhar, outros acharão que fiquei fraco e tentarão se prevalecer sobre mim. Ligo varias vezes para Nedin, até que na ultima ligação ele atende.
-"Yaman, estamos vasculhando toda a área do porto, mas como você sabe, aqui é gigante. A polícia invadiu os galpões de Gurbuz, aproveitaram para apreender contrabando, mas nenhum sinal de Gurbuz ou de seus homens, temos que ver se ele tem outros depósitos que não é do nosso conhecimento. Não tive como impedir o envolvimento do comissário e de Firat nas buscas."
-"Eu entendo, ela é amiga do comissário e irmão de Firat, nessa hora toda ajuda é bem vinda. Nedin, vou ligar para Gurbuz, vou marcar o encontro com aquele ordinário, vamos resolver isso de uma vez por todas."
-"Yaman, você sabe que Gurbuz é um traidor sem palavras, não temos garantias de que ele irá soltar Seher depois que você falar com ele. Aguarde mais um pouco, nossos homens e a polícia está toda mobilizada na busca dela. Deixe o pedido de desculpas como ultimo recurso."
"-Não temos tanto tempo Nedin, daqui a pouco o prazo se encerra, não posso nem imaginar o que aquele desgraçado pode fazer com ela."
"-Vou ligar para algumas pessoas que conheço, eles me devem alguns favores, quem sabe consigo uma informação que nos leve até ela, fique próximo ao telefone, entro em contato assim que tiver novidades."
Desligo meu telefone, vou até o quarto de Yusuf, vejo ele dormindo agarrado a blusa da tia, Cenger me informa que ele demorou para pegar no sono, acordou varias vezes assustado. Me sento ao lado dele em sua cama, afago seus cabelos, o meu pequeno pasha já teve tantas perdas, não posso deixar ele passar por mais esse trauma. Quando estou levantando, ele acorda e segura minha mão.
-"Tio? A minha tia, o senhor já encontrou ela?"
-"Ela está bem, meu pequeno leão. Não se preocupe, eu vou trazer ela para casa logo."
-"O senhor promete? Não quero que ela vá viver com a minha mãe no céu tio, quero ela aqui comigo."
-"Eu também meu fogo, quero ela aqui com a gente! Vai ficar tudo bem eu prometo que vou trazê-la para você. Alguma vez o seu tio não cumpriu uma promessa?"
Abraço e dou um beijo no topo de sua cabeça, peço para que Adalet fique com ele. Quando estou voltando para o meu escritório, vejo uma chamada de vídeo do meu celular, é o desgraçado do Gurbuz.
-"Kirimli, seu desgraçado, já está se vingando fazendo com que a polícia invada meus depósitos e apreenda minha carga. Você achou que eu estaria lá te aguardando, você insulta a minha inteligência. Pois se você não sabe jogar pelas regras, eu também não as respeitarei, seu prazo acabou, dê adeus a sua namoradinha".
Vejo que ele não está em terra firme, e sim em um barco no meio do oceano, nesse momento ele focaliza um saco preto fechado à zíper no chão do convés, tem alguém lá dentro se mexendo e gritando abafado, ele chega próximo, e ainda debocha: "o que foi querida, quer falar alguma coisa para o seu amigo, a o que, você está decepcionada? Achava que ele a salvaria? Eu também, mas agora está na hora de você virar comida de peixe". Consigo ouvir os gritos abafados dela dentro do saco, me desespero: "Gurbuz, por favor, não faça nada com ela, me desculpe, ME DESCULPE, eu sinto muito pelo o que ocorreu no passado. Solta ela, por favor."
-"Nossa eu tinha que ter gravado essa nossa ligação, vai ficar para a história, Yaman Kirimli implorando o meu perdão! Agora é tarde."
Ele sorri diabolicamente e da uma ordem para seus homens, que no mesmo momento a jogam no mar.
-"Corra Kirimli, quem sabe você consegue localizá-la no fundo do mar".
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QUEM É VOCÊ?
Fanfiction... CASA COMIGO? ... CASA COMIGO? Essa frase não saía da minha mente, ecoando o tempo todo: CASA COMIGO? Eu disse não de impulso, não por que não o amava, mas por que ele não sabia a verdade sobre mim. Yaman acreditava que eu era realmente a tia de...