8. A Verdade por Trás da Esperança.

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Kara caiu no chão com dor nos ouvidos por causa da explosão. Tudo o que ela conseguia ouvir era o som agudo. Era um péssimo momento para se ter uma super audição.

Alex estava mais atrás, com Lena e a equipe do DEO. A morena parecia bem. Um pouco assustada, mas bem.

Kara olhou nos olhos de Alex por alguns instantes antes de correr. Ela sabia que sua irmã tinha entendido a mensagem, que ela lhe daria aquele tempo e garantiria que tudo ficasse bem.

Kara correu o máximo que podia sem destruir a cidade, foi até seu apartamento para trocar de roupas, então seguiu voando para o único lugar em que teria um pouco de paz e quem sabe  alguma ideia do que fazer a seguir.

— Kara? — Eliza abriu a porta e olhou surpresa.

Kara  abraçou a mulher. Tudo o que ela precisava era do abraço de alguém que não a julgaria.

— Acho que preciso de ajuda, Eliza. — Kara falou com o rosto em seu cabelo.

A mulher a puxou para dentro e a levou até o sofá.

— O que aconteceu, querida? — Ela perguntou preocupada.

— Fizeram o que eu mais temia. — Kara deixou as lágrimas quentes escorrerem — Eles pegaram ela, Eliza.

A mulher mais velha a olhou confusa.

— Alex?

Kara a encarou, chorosa.

— Lena.

A compreensão tomou conta do rosto da Danvers mais velha.

— Oh. — Ela supirou. — Eu vou fazer um pouco de chá, aí você me explica direito.

— Tudo bem. — Kara concordou.

•••

Lena estava em estado de choque.

Alex a levou até seu apartamento e perguntou se ela estava bem, mas a morena não sabia o que responder. Ela estava bem?

Ela já estava acostumada com as pessoas tentando matá-la, mas aquela havia sido diferente. Ela não estava com problemas por ser Lena Luthor, e sim por ser amiga da Supergirl. Amiga de Kara Danvers.

Aquela era uma informação que ela acabou pescando na conversa entre aquele homem e a Supergirl. Ele havia dito que ela era sua melhor amiga, e apesar de a Supergirl a ajudar bastante, elas não eram amigas, ao contrário de Kara, que era a sua melhor amiga. A morena já desconfiava de todas as ligações e conversas estranhas entre ela e Alex, mas não foi muito difícil de perceber como era estranho que o DEO trabalhalhasse com a Supergirl enquanto a irmã de Kara, J'onn e Winn eram os melhores amigos da loira e também faziam parte do Departamento.

Lena admitia que demorou bastante para perceber, mas agora que tinha realmente visto o que estava na frente de seus olhos, não entendia como não tinha visto antes.

De qualquer forma, seu maior problema não era aquele, e sim o fato de Kara ter sumido assim que a salvou. Alex tentou a convencer de que a irmã estava bem, mas quem poderia garantir?

Ela queria que a amiga a tivesse procurado para conversar, tentado explicar o que aconteceu, mas o fato de Kara não o ter feito só a fazia pensar que a loira não estava bem. Será que ela havia se machucado? Bom, ela sabia que Kara não se machucava, mas ela poderia ter sofrido com a explosão.

Tudo seria mais fácil se ela simplesmente voltasse.

— Você está bem? — Sam a questionou.

Aparentemente Alex a havia avisado sobre o que aconteceu e Sam segurou as coisas na L-Corp durante o dia. Agora, ela estava em seu apartamento com Ruby, tentando forçar Lena a falar algo.

— Estou bem, Sam.— Ela afirmou mais uma vez.

Lena não podia contar à amiga o real motivo de estar preocupada com a loira, porque Sam não sabia de sua identidade e não era seu segredo para compartilhar.

— Lena, eu entendo que você não queira conversar, mas coma um pouco antes de beber. — A mulher tomou sua taça de vinho antes que ela pudesse objetar.

Lena se obrigou a pegar um pedaço da pizza sobre o balcão e morder um pedaço. Ela sabia que a amiga não iria deixá-la beber e ela precisava de um boa quantidade de álcool para suportar aquela noite e apagar alguns pensamentos.

•••

Já havia uma semana que a cidade não tinha nenhum sinal da Supergirl.

Lena não sabia bem o que fazer, então continuou seguindo a vida como se não estivesse morrendo de preocupação por sua amiga. Como se não sentisse falta da loira alegre que costumava passar por sua porta na hora do almoço praticamente pulando de felicidade. Ela ligava para Alex todos os dias para saber alguma notícia, mas tudo o que a ruiva falava era que a loira estava bem, mas não a tinha dito onde estava.

Lena esperava que a amiga voltasse logo, elas precisavam conversar. Ela vinha tentando se convencer de que Kara não havia a contado sobre  sua verdadeira identidade para a proteger, como Alex havia explicado, mas era difícil não pensar que Kara não confiava nela por ser uma Luthor. Era um pensamento idiota, mas ela não conseguia evitar. Kara era a pessoa que mais acreditou nela, que a incentivou a provar que ela era mais que um sobrenome, ela não a julgaria dessa forma.

Kara era um exemplo de esperança, e agora Lena sabia a verdade por trás da esperança. Ela conhecia a pessoa por trás da garota de Aço.

Lena balançou a cabeça como se isso fosse espantar seus pensamentos e voltou sua atenção para a reunião que estava tendo com alguns empresários importantes da cidade. Aparentemente, ela estava sendo insultada por ser uma mulher e se distrair com besteiras. A morena levantou e encarou todos aqueles homens. Estava na hora de mostrar quem ela realmente era, e o motivo de ela ter um prédio com seu nome.

•••

Kara passou aquela semana com Eliza. Ela precisava de um olhar de fora da situação para a ajudar a entender tudo aquilo. Eliza, como uma boa mãe, a aconselhou a dar um tempo a si mesma e a Lena para absorver tudo. A mulher tinha ficado muito supresa ao saber que a loira estava apaixonada pela CEO, mas não a culpou. Lena era uma mulher bonita, inteligente e com um bom coração, isso ela podia perceber de longe.

— Você realmente acha que tenho que voltar? — Kara perguntou novamente.

Eliza sorriu docemente.

—Querida, você tem uma vida em National City. Não pode se esconder aqui para sempre. — Ela segurou sua mão por sobre a mesa — Você precisa entender que pode se dar uma chance, Kara. Você tem que voltar e conversar com Lena. Deixe-a decidir se quer correr esse risco, você não precisa tomar todas as decisões.

Kara assentiu. Ela sabia que era a hora de voltar. Ela só não sabia como iria encarar Lena depois daquilo. Como iria voltar a mentir para a morena depois de ela ter sido sequestrada e quase morrido por sua culpa? Ela não achava que tinha estômago para isso. Talvez o melhor fosse contar a verdade de uma vez. Deixar Lena escolher se quer ser sua amiga e correr todos os riscos, como Eliza a aconselhou.

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