32. Então... Namorada?

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Eu por aqui, mas que milagre...
Voltei com mais uma atualização tarde da noite, porque sim.

•••

Família sempre teve um conceito desconhecido para Lena. A ideia de ter alguém que apoia, ensina, cuida ou ama era quase irreal em sua cabeça. Considerar a relação de Lena com a família algo saudável era impossível desde o primeiro momento, quando ela ouviu Lillian e Lionel brigando por sua causa enquanto ela jogava xadrez com o irmão. Ironicamente, o mais próximo de uma família que possuía era Lex, e ela sabia que ele não hesitaria se precisasse a matar.

Sua vida agora parecia uma montanha russa, e ela sabia o quanto isso era clichê, mas era a verdade. Ela foi de nenhuma família à ter um sobrinho, com o adicional de que ela ainda não sabia onde Kara se encaixava, mas com certeza a considerava como família. Ao pensar bem nisso, Lena ficava presa entre sorrir e estremecer. Era assustador pensar no tamanho e intensidade de seus sentimentos pela amiga. Ela não estava realmente acostumada a sentir tudo aquilo, e era assustador. Ela sabia que os sentimentos estavam ali, mas admitir era totalmente diferente de sentir.

— Ei, o almoço está pronto. — Kara apareceu na porta, um sorriso enorme no rosto e Josh em seus braços.

Lena tentava ignorar a sensação quente em que seu peito mergulhava toda vez que via os dois juntos. Era como acordar cedo e parar por alguns instantes para sentir o sol na pele, quando o frio da noite ainda não se foi totalmente e os raios de sol aquecem de uma maneira reconfortante. Kara era o próprio sol, brilhante e quente, sempre sorridente e iluminando à todos.

— Tudo bem, desço em um minuto. — respondeu. Ela estava arrumando algumas coisas de Josh fora da mala para poder as encontrar mais facilmente quando precisasse, enquanto Kara assistia algum desenho animado na televisão com  o menino.

Lena ainda estava nervosa com a ideia de conhecer Eliza, levando em consideração que trocaram apenas algumas palavras desde que chegaram naquela manhã. Ela não estava totalmente segura de que havia passado uma boa primeira impressão, e ousava dizer que não conseguiria melhorar isso. Ela não era o tipo que agradava pais — não que já tivesse realmente conhecidos algum nesse nível de relação — e certamente não era a pessoa mais indicada para estar com uma Super. Ela estava tentando não surtar, principalmente porque mesmo Kara não tendo deixado claro seus reais sentimentos e muito menos ela, Lena sabia que era importante para a loira que ela se desse bem com sua mãe adotiva, mesmo que apenas como uma amiga. Ela devia isso à ela depois de tudo o que Kara fez para a ajudar.

Ela não havia comentado nada, mas notou a forma como Kara parecia um pouco abalada quando as duas entraram em seu antigo quarto, onde Lena dormiria com Josh. Ela sabia que o lugar possuía muitas memórias felizes, mas também podia imaginar quantas noites a amiga  sentou à janela e olhou pra bela vista do céu e lembrou dos pais. O quarto possuía traços marcantes que a lembravam de Kara, como a cor clara das paredes; havia posters de algumas bandas que ela não fazia a menor ideia do nome, mas que obviamente a amiga gostava muito.

Lena deixou o quarto lentamente, analisando a casa em seu caminho para a cozinha, onde ela já podia ouvir a voz de Kara falando alegremente e até mesmo o som suave da voz de seu sobrinho. Ela encontrou todos ao redor da mesa, provavelmente a esperando, e sem precisar olhar para a amiga ela já sabia que em seu rosto havia uma expressão ansiosa e até mesmo impaciente.

Ela riu ao ouvir o supiro aliviado da loira quando sentou ao lado de Alex à mesa.

— Bom, acho que podemos... — Eliza começou, se interrompendo ao ver Kara começar a se servir. A mais velha ergueu uma sobrancelha, com um olhar que intimidou até mesmo Lena. Ela segurou  a vontade de rir ao ver Kara soltar delicadamente os talheres que segurava e pousar as mãos sobre a mesa calmamente. — Comer.

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