31. É claro que vocês não são.

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Lena acordou ao ouvir seu celular tocar freneticamente. Ainda eram seis horas da manhã, cedo demais para ser algo do trabalho, e Kara havia saído ainda à noite e não a ligaria tão cedo.

Ao olhar o telefone, percebeu que era Sam e ficou imediatamente preocupada por sua amiga estar ligando tão cedo.

— Tudo bem? — Perguntou com a voz meio rouca por causa do sono.

Um resmungo foi ouvido, seguido de uma respiração profunda.

— Posso ir até aí? — Sam perguntou, a voz mostrando um pouco de nervosismo — Se não for atrapalhar, é claro...

— Claro que pode! — Lena a interrompeu, respondendo rapidamente.

A mulher respondeu com um rápido "ok" e desligou.

Lena olhou ao redor do quarto, ainda confusa pela estranha chamada,  percebendo que as cortinas estavam fechadas dessa vez, provavelmente obra de Kara. Ela delicadamente tirou os braços de Josh de sua cintura, levantando para trocar de roupas e usar o banheiro.

Quando passava em direção à cozinha, Lena ouviu um barulho familiar na varanda, a fazendo virar para olhar imediatamente.

—Ka... — Ela se interrompeu ao ver Sam parada ali. — Como você fez isso?

Sam deixou os ombros caírem, apontando para as portas de vidro.

Lena seguiu até lá, ainda sem entender o que estava acontecendo. Como sua amiga havia "voado" até ali?

— É uma longa história, mas preciso de ajuda. — Sam falou, seguindo para o sofá.

Lena revirou os olhos diante do ato, mas seguiu a amiga.

— Eu vou precisar de um pouco mais que isso. — falou.

Sam sentou, brincando nervosamente com a barra da camiseta simples que usava.

— Tudo bem. — Sam virou para ela, indicando o lugar no sofá. — Tudo começou quando eu estava no parque com Ruby algumas semanas atrás, pouco depois de me mudar. Houve um acidente, e  Ruby acabou ficando presa embaixo de algumas barras de ferro. Eu tentei chamar ajuda e ninguém aparecia, aí acabei tentando tirar eu mesma. A grande surpresa é que eu consegui.

Lena assentiu, tentando acompanhar a história. Era comum que pessoas passando por tamanho estresse pudesse ter altas de adrenalina, o que daria à ela uma certa força, mas isso não explicava a forma como ela apareceu ali.

— Continue. — pediu.

— Bom, como você mesma deve ter imaginado, eu pensei que fosse apenas a emoção do momento, até que depois de algum tempo eu fui percebendo que não. Algumas coisas estranhas aconteceram, e a pior foi dois dias atrás, quando marquei um jantar com Alex e não apareci.

— Como assim "não apareceu"? — Lena perguntou confusa.

Sam deu de ombros.

— Eu não apareci. Não lembro bem do que fiz, apenas alguns pedaços que mais parecem sonhos.

Lena estava surpresa. Sua amiga havia passado por uma experiência bem estranha onde, aparentemente, havia ganhado poderes, e ainda por cima havia "sumido" e não percebeu como.

— Então, pra quê você quer minha ajuda? — Questionou.

— Eu vi no noticiário que uma alienígena estava aterrorizando alguns criminosos e, de alguma forma, essa pessoa sou eu. — Sam falou, e agora Lena podia ver o medo nos olhos da amiga.

—Como...?

Sam negou, dispensando sua pergunta.

— Eu fui até a casa da minha mãe adotiva, e depois de muita discussão, descobri que ela não me adotou em um orfanato, e sim me encontrou em uma espécie de nave, que caiu no quintal de sua casa.

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