秋 (Aki) - Memórias de nosso cômico passado (parte II)

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Aviso!

Este capítulo contém uma cena onde ocorre uma tentativa de suicídio, desde já deixo claro que a intenção jamais será concordar com tal atitude e tão pouco relativar ela.
Se você que lê este capítulo passa por algo semelhante procure a ajuda de profissionais e lembre-se que não está sozinho neste mundo.

Início do capítulo.



- Deve ser um tédio ficar no meio de tantos estranhos assim.


O sorriso singelo e acolhedor de um homem que possui agora como cônjuge alguém por quem tanto batalhei, chega a ser algo cômico quando percebo que meus esforços não serviram de nada frente à pressão familiar.


- Realmente é um tédio, porém não existe nada que possa fazer para mudar isso. Este tédio logo acabará, irei embora.

- Naomi, eu queria perguntar sobre ontem.

- Eu já me sinto culpada demais para responder uma pergunta sua Hanzo... sei dos sentimentos que carrega e após a cena de ontem não posso imaginar onde uma conversa nossa irá parar.

- Se tivesse uma oportunidade de encontrar com Murano hoje faria?

- Você sabe como tudo funciona, afinal foi você o propagador de toda aquela desgraça e ódio gratuito.

- Imaturidade aliada do ciúme e graças a essa mistura eu fiz tudo ruir. Tem razão, a culpa é minha e não posso evitar esta realidade.

- Então sabe tão bem quanto eu que esse encontro não vai trazer nada de bom para ela ou para você, não é burro.

- Eu sei, particularmente não gosto desse encontro, nutro um sentimento estranho por você ainda que seja impossível. Nunca neguei esse sentimento, saber que é ela me incomoda um pouco afinal não posso evitar pensar contra.

- O nome disto é culpa, culpa por destruir nossas vidas por um instante. Culpa por provocar nosso afastamento repentino, você convive com a culpa e o peso de ter iniciado aqueles rumores que levaram à nossa descoberta pela direção da escola.


Este olhar já não finge mais surpresa como antigamente, ao menos deu-se o trabalho de assumir a culpa mesmo que o tempo tenha avançado por nossas vidas. Naquela época eu apenas permaneci em uma cama hospitalar chorando e chorando, senti dor e o peso da solidão consumir minha essência até um garoto semelhante cruzar meu caminho e revelar uma direção da vida que eu nunca experimentei.

Nesses todos eu venho escondendo a verdade dela por respeito aquela criança, não odeio este homem, Hanzo teve seus motivos apesar de infantis por isso apenas abstive meu comentário por tanto tempo.
Aprendi a conviver com esta inércia em minha vida, troquei emoções e lidei com a razão até perceber o quão quebrada eu estava, e ainda estou.


- Desde o início eu sabia da verdade, sabia sobre seus rumores e da denúncia... no começo eu realmente fui combativa, mas após desmaiar uma garota percebi que aceitar e parar seria a melhor alternativa para Murano não sofrer mais do que eu presenciei.

- Não foi por querer... como eu disse antes é puramente imaturidade, todas as noites eu penso em como atrapalhei vocês.

- Não importa se desejou ou não, o ponto foi o que fez... Murano sofria muito naquela época e no dia em que você contou para a escola de forma anônima isso chegou até seus pais.

- Eu não sabia.

- O pai dela a puniu e no dia seguinte todos presenciaram aquela cena... não tenho dimensão do sofrimento de Murano, posso falar que eu não superei até hoje. Porém, eu tenho medo de como ela está, afinal sempre foi muito quieta e pouco reveladora.

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