季節 (Kisetsu) - Nossas cores

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Presente (24/12/2020 — inverno) / Akechi Mitsuhide

No cruzar do arco de madeira que antecede o ambiente paro frente aos olhares desta mesa repleta de faces conhecidas de outras manhãs, faces essas que preciso conviver. Minha família única e fragmentada por suas escolhas, com o braço que me resta puxo a cadeira tomando l assento diante de seus olhares que vão de indiferentes até aqueles mais tristes.


— Bom dia pai, mãe, irmã.

— Sirvam ele agora, — aponta em minha direção sem ao menos me olhar. — não deixe que lhe falte nada.

— Sim, senhor. — em uníssono responderam às mulheres que me serviram de imediato.


Abaixo de meus olhos tive o colocar de pratos e talheres assim como a sopa seguida pela tigela de arroz e tiras de omelete. Tomo a colher entre meus dedos e a levo contra meus lábios, devorando o arroz, isso me faz lembrar dela e do dia em que dividimos comida ainda em minha infância.


— Se está rindo significa que deveria estar curado não? — seu timbre muda. — Pergunto qual é o motivo de seu salto, cansou de viver?

— Pulei para salvar alguém importante, apenas isso, quanto ao resto mantive minha palavra.

— Chamou atenção, mais do que o esperado.

— Diferente de você que assiste tudo ruir sem fazer nada eu fiz, salvei uma vida.

— Mais uma vez desperdiçando tudo devido aos olhos de uma mulher qualquer.

— Nem tudo nessa vida se resume a ambição pai, sua vida seria mais fácil caso perdesse essa visão ambiciosa.

— Não é sobre ambição, você, Akechi! — bate contra à mesa. — Põe tudo a perder por atitudes errôneas como essa, assim como ela, aquela praga de mulher.

— Minha mãe, ela tem nome e o senhor conhece ele tão bem quanto eu.

— Se orgulha demais da mulher que lhe abandonou e fugiu para sua terra natal.

— Devo, afinal foi por ela que estou aqui agora..., contudo ela não fugiu, foi buscar a cura para sua alma afinal pouco caso de sua saúde fez.

— Doentes precisam de médicos, mandei ela para os melhores e ainda assim ela se recusou a aprender como uma mulher comum.

— Não, mandou ela para aqueles em quem confiava. Afinal foi você quem se deitou com a primeira que surgiu? — busco a face daquela que chamo mãe por obrigação familiar. — Minha mãe adoeceu, depois dela ter sido trancada em um hospital você se deitou com sua secretária.

— Não sabe daquilo que fala.

— Como não? Eu tinha sete anos quando testemunhei vocês dois. São sujos ao ponto de trair uma mulher em estado grave.


Desta cadeira meu brusco levantar que espalha ruído pela sala, os olhos da loira mais nova se enchem de lágrimas ao notar nossa briga… Realmente não queria desta forma. Como de costume temos essa incapacidade argumentativa, cerro meu punho, contra à mesa levo meu punho levando rachaduras a extensão em que estou.

— Meça as palavras que emprega fedelho, terá o mesmo destino que seu irmão.

— Yoru teve um destino bom, viver distante de você sempre será uma opção melhor do que estar aqui com o senhor.


Empurro a cadeira deixando o ambiente, tomo as chaves da porta de casa deixando a residência que sou obrigado a estar. Ainda dizem que ser filho deste homem é fácil, pergunto-me onde será este tal fácil, mal podemos ter uma vida comum sem que esse atrito ocorra entre nós.

When The Weather Is FineOnde histórias criam vida. Descubra agora