秋 (Aki) - Transitando entre emoções

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Presente (02/12/2020 - outono)


Na mesa tomo meu assento percorrendo as faces já familiares e aquelas a qual desconheço por falta de convívio, é estranho pensar que tudo isso é feito durante as aulas. Difícil se acostumar com certas realidades, mesmo diante desses rostos tudo que posso pensar é sobre minha época como uma estudante comum que frequentou essa instituição devido ao medo de meu pai e minha mãe.

O brilho tímido de um raio de sol rompe as cortinas pairando sobre a face desatenta do homem em minha frente, Jun Shimizu, quem diria que a pessoa que roubou meu primeiro beijo seria aquele que eu iria encontrar após tantos anos distantes.
Esse lugar parece diferente daquela á qual eu lembrava, não é mais uma simples sala com poucas cadeiras, fico feliz em ver que o gerenciamento de meu pai gera frutos tão importantes para essa escola. Espero que possa continuar mantendo o bom desempenho dele sem deixar que as coisas fujam do controle sempre que se encontram complicadas demais para se resolver de imediato.


— Meu comunicado será rápido para não tomar muito do tempo de vocês presentes, logo irei me aposentar por isso quero preparar meus diretores para esse momento. O primeiro anúncio será que a próxima diretoria, Naomi Minamoto, participará da preparação das provas no quesito de auxílio ao diretor Jun Shimizu.


Ao menos não é um trabalho pesado que irá consumir minha vida, apesar de gostar eu ainda sinto que não estou pronta para lecionar, não após todo aquele conflito em Tóquio.


— Continuando meu anúncio, quero dizer que em breve teremos uma comemoração. A prefeitura convocou os representantes da escola para fazer parte deste evento. Jun, Naomi e Kazui serão os presentes... desculpem avisá-los de última hora, recebi o convite de última hora.


O desconforto invade meu corpo, esse mal-estar é horrível não importa quantas vezes eu presencie essa cena. Levanto-me da cadeira e sigo para o banheiro, diante do vaso vejo meu reflexo e no mesmo despejo o líquido mucoso seguido pelo sangue... essa sensação de nauseá é o inferno, aperto o botão de descarga e me volto ao espelho do banheiro.
Ligo o jato de água e nele limpo minha boca, encho um punhado de água em mãos e molho minha face. Olho-me no espelho e que expressão mais acabada essa que eu carrego, sentir saudades do tempo onde não carregava essa bomba relógio é inevitável.


— Droga.


Noções como espaço e tempo sempre se alteram quando a dor veem ao meu encontro, é difícil respirar e até mesmo pensar se torna um objetivo complexo de se realizar. Talvez se eu pudesse voltar, faria diferente, infelizmente esse é um eterno talvez que eu não sei se consigo lidar, a mera sombra de uma realidade diferente perturba minhas emoções.


— Não está tudo bem, assim que acabarmos aqui iremos até o hospital. — seus olhos escuros e a face clara não mudam mesmo, às vezes, não, quase sempre sinto falta do tempo em que fomos apenas dois entusiastas. — Quer um tempo aqui?

— Não, eu estou bem, posso continuar.

— De qualquer forma não tem muito o que pensar, sei pai terminou a reunião, porém seu amigo Jun pediu para encontrar ele na quadra.

— É estranho encontrar velhos rostos por aqui, eu não esperava.

— Eu fico feliz pela sua surpresa, mas se estiver boa por favor seja rápida. Quanto mais cedo for feita a sucção melhor será o resultado.

— Eu vou falar com ele, mas antes eu preciso te perguntar sobre seu problema... conseguiu resolver?

— Talvez. Não sei dizer e de qualquer ficara para outro momento, agora eu preciso que faça aquilo que eu digo.


When The Weather Is FineOnde histórias criam vida. Descubra agora