Eu NÃO Te Amo

Capítulo 23

Tessa estava animada dividindo os grupos, a maioria queria fazer parte do seu time, mas ela foi justa e fez um sorteio. Logo após dividir os times, ela começou a explicar as regras. Um tiro, não importava em que parte do corpo, indicava que o jogador havia sido abatido, vencia o time que permanecesse até o final. Eles usariam a floresta próxima como zona de batalha, todos os jovens já haviam se acostumado a treinar no lugar, mas mesmo assim, por questões de segurança, todos tinham rádios, para entrar em contato, caso estivessem em perigo. Cada time podia traçar sua própria missão.

Russel infelizmente foi sorteado para a equipe de Eduardo.

Assim que chegaram ao ponto de partida, Tessa pediu que todos conferissem seu equipamentos novamente, testaram os rádios, e delimitaram uma área para o jogo. Antes de dar início, ela desejou boa sorte ao grupo adversário. E cada grupo seguiu para se esconder entre as árvores.

- Vamos perder. - Russel resmungou cabisbaixo.

- O jogo acabou de começar, e eu sou tão bom quanto Tessa. Se trabalharmos juntos, podemos vencer a equipe dela. - Eduardo encorajou ele e o restante do grupo.

- Você viu o sorriso dela? - Russel o encarou. - Ela sorri daquele jeito antes de acertar o alvo. Ela já ganhou.

O restante do grupo pareceu concordar com o rapaz. Todos estavam um pouco desanimados.

- Mesmo que ela ganhe, querem entregar o jogo? Pode ser divertido, tenho certeza que essa a principal intenção dela. Todos se divertirem juntos.

Ouvir aquilo, fez os jovens se sentirem mais animados. Mas ele não queria perder, ainda mais porque a certeza dela da vitória lhe parecia uma afronta. Ele odiava perder.

O tempo foi passando e mais e mais membros de cada equipe estavam sendo "abatidos". No final, só sobraram Russel e Eduardo, Tessa e Isobel, uma jovem tímida, que também era a pior em acertar tiro ao alvo, tinha menos experiência. Eduardo tinha quase certeza da vitória do seu time. Eles emboscaram Tessa, que era o inimigo mais perigoso, Russel serviu de distração e foi "abatido" por Tessa assim que apareceu. Ao ser revelado seu paradeiro, Eduardo a pegou desprevenida, e atirou pelas costas, mas acertando sua perna, uma forma de demonstrar que ele não era do tipo sorrateiro. Quando se aproximou, Tessa sorriu, ele achou estranho.

Observou ao redor, nenhum sinal da menina que faltava, mas ela era alvo fácil.

- Você tinha certeza que iria ganhar. - Eduardo a relembrou enquanto caminhava para perto dela. Tessa continuava sorrindo.

- E vou. - foi a última frase que ouviu antes de receber um tiro no ombro vindo de sobre as árvores.

Animada Tessa avisou nos rádios a vitória da sua equipe. Ainda surpreso, Eduardo admitiu a derrota.

- Você armou tudo. - ele cochichou ao lado dela.

- Todos estavam desesperados para derrubar os mais "fortes" primeiro, eu sabia que não dariam a devida importância a Isobel, então a ajudei a escalar a árvore, e esperei por vocês. - Ela estava radiante.

- Você serviu de isca o tempo todo. - Constatou Eduardo admirado. Ele queria bater palmas para a ideia dela. Sua esposa era incrivelmente inteligente.

Tessa sorriu de forma arteira, e seguiu adiante. A roupa de Paintball cobria todo o corpo, os coletes de ambas as equipes eram de cores diferentes, Tessa usava azul, Eduardo, verde. Ela ficava bem naquele macacão escuro e colete, a forma que segurava a arma, até a maneira que se dirigia aos alunos, era como uma especialista no assunto. Ele gostava de vê-la daquele jeito, no seu habitat. Nunca algo pareceu combinar tão bem com ela do que aquele lugar, aquele trabalho.