Capítulo 7

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Eduardo retirou a gravata e o paletó, abriu os primeiros botões da camisa e se sentou na cama. Que droga! Ele era um homem. Por que se sentia tão estranho perto de Tessa? Não era desejo ou admiração que sentia por ela, mas aquela mulher o fazia se sentir esquisito. Ela não parecia a menina extrovertida e maluca que era na adolescência, no início imaginou se tratar dos anos que se passaram, que ela tinha amadurecido. Porém ele sentia que ela andava pisando em cascas de ovos quando estava próxima à ele. Não ria completamente, não tentava contato, respondia o que lhe perguntavam, até o estilo de se vestir era muito diferente.

Ele nunca imaginou que ela seria professora de tiro, que trabalharia em uma profissão como aquela sendo herdeira de Cuzco, podia muito bem ir para um escritório. Ele achava ela uma moça bonita, mas não se sentia atraído por ela no passado. Agora pareciam dois estranhos.

Quando Cuzco ofereceu encontrar quem matou Carina, ele se sentiu pronto para aceitar, finalmente colocaria um ponto final naquela história; perder ela foi muito difícil para ele e Melina, mas ambos souberam se acostumar com a ideia, mas o fato do criminoso não ter sido preso, incomodava ele. Cuzco sempre foi muito conhecido e influente, podia não ser tão rico quanto os Sorellis mas tinha vários contatos, com todos os tipos de pessoas. Em meses, ele conseguiu encontrar o motorista que chocou o carro contra Carina, mas queria algo em troca. Queria que Tessa se tornasse sua esposa.

No início ele imaginou que ela estava por trás daquilo, mas no noivado percebeu que ela era fria e distante. Cuzco garantiu que ela nunca namorou ninguém e que não demonstrava interesse em se casar, ele estava preocupado que ela ficasse sempre sozinha. Tessa apenas trabalhava e poucas vezes saía. E parecia não ser bem aceita pelos Dravas, pela circunstância de seu nascimento. Ela só tinha o pai; e como pai ele entendia a preocupação de Cuzco.

Mas a curiosidade o deixava atento à ela. Tessa definitivamente era uma pessoa totalmente diferente. Em nenhum momento ela se impôs ou tentou fazer algo. Que tipo de casamento aquele seria?

Ele retirou o resto da roupa e se deitou. Havia uma mulher que não era Carina naquela casa, sua atual esposa, suspirou. Precisava fazê-la se sentir em casa.

Ele despertou com o som do despertador, era domingo, mas precisava se levantar, seguia uma rotina. Checou seus e-mails e foi tomar banho. Mais tarde, encontrou Tessa tomando café sozinha na cozinha.

— Maura preparou seu café. — ela indicou a bancada.

Ele a cumprimentou mexendo a cabeça.

— Levantou cedo. — Eduardo pegou uma xícara de café e se sentou frente à ela.

— Costume. — Deu de ombros.

— Costuma ir cedo para o clube? — perguntou enquanto bebericava o café.

— Não, geralmente as aulas começam as oito. — explicou. — Mas gosto de me levantar cedo.

— Que fazer algo hoje? É domingo. Podemos sair, comer fora, o que quiser.

Tessa terminou o café, e olhou para ele.

— O quê costuma fazer? — Ela perguntou se inclinando para a frente.
Tessa ficava bonita de cabelos soltos e usando macacão, parecia mais jovem.

— Geralmente Melina que escolhe. — esclareceu.

— Ah.

Precisavam encontrar algo em comum logo, ou aquele casamento se resumiria a conversas curtas.

— Quero pintar meu quarto — ela colocou uma mexa atrás da orelha, Eduardo tinha notado que ela usava os brincos da sua mãe no casamento, uma herança da avó, mas agora tinha certeza que sua mãe havia lhes dado.

Eu NÃO Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora