Capítulo 1

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— Pronta para se tornar a próxima senhora Sorelli? — Cuzco perguntou a filha. Ele sabia bem que ela odiava beber, segunda a mesma, gostava de ter controle de suas ações. Mas naquele momento ela bebia o seu terceiro copo de uísque.

Tessa estava sentada no bar, recebendo cantadas ridículas do bartender, que possivelmente nem sabia quem era ela, ou não faria cantadas.

— Ele com certeza esta em dúvida de qual de nós dois ele sente mais ódio — gracejou frustrada. Tessa observou Eduardo conversando com outros membros da família. Victor falou alguma coisa no ouvido dele que o fez rir, então Paola encarou ela, fazendo com que Tessa desviasse o olhar, suspirando.

— Não seja tão pessimista — Cuzco repreendeu, ele podia ter sido um pai ausente durante boa parte da sua vida, mas desde a morte de sua mãe tinha se mostrado interessado nela. Acariciou sua mão por sobre o copo de bebida, e retirou-o com cuidado dela. — Hoje será anunciado seu casamento, não devia beber tanto.

Mas como não beber? Bastava olhar para Eduardo e sua família que ela se sentia ridícula, tinha certeza que todos falavam dela pelas costas. Tudo por uma fase que ela daria tudo para apagar da sua vida.

Eduardo havia sido seu primeiro amor. E ela havia feito várias proezas com a intenção de seduzi-lo, se lembrava até de dizer para ele que só desistiria quando vesse uma aliança no dedo dele. E foi o que fez. Incessantemente, como um chiclete se colou a ele, fazendo suas ridículas declarações de amor. Até que ele se casou com Carina, a mulher perfeita. E agora treze anos depois, estava se casando com ele. Sendo a segunda opção de um homem. Aquilo a deixava imensamente frustrada.

Os Sorelli eram uma família importante, e de certa forma, um pouco tradicional. Estavam no ramo de armas há três gerações, por isso eram donos de uma fortuna gigantesca, e por incrível que parecesse todos trabalhavam em nome da empresa. Eles eram tão numerosos que os cargos da empresa eram praticamente preenchidos apenas pela família.

Cuzco a chamou, então ela percebeu estar divagando. Olhou para o pai.

— Eduardo está vindo para cá — avisou. Tocou o ombro da filha em sinal de conforto. — Sei que pareço um pai ruim por colocá-la dentro de um casamento arranjado, mas a verdade é que me preocupo com você. Quero que seja feliz. — sorriu.

Tessa retribuiu o sorriso. Mas na verdade não queria sorrir, estava chateada consigo mesma.

— Lembre-se, você é uma garota maravilhosa, e com certeza pode conquistá-lo se quiser. — disse antes de deixá-la sozinha.

Ela não sabia o que era mais vergonhoso, amar um homem que nunca quis nada com ela, ou submeter esse homem a um casamento porque seu pai acreditava que ainda o amava. Treze anos se passaram e ela ainda parecia a mesma garotinha patética.

Ela correu atrás dele por um ano, até quando ele finalmente se casou, e ela se deu por vencida. Várias vezes foi pega por Carina tentando seduzi-lo, mas ela apenas ria de suas ações. Sabia que Eduardo nunca amaria outra. Riu amarga. Ela sentiu que ele estava à suas costas mas não virou-se para vê-lo. Permaneceu estática esperando uma reação dele primeiro.

Ele se sentou ao seu lado, no mesmo banco que Cuzco estava a minutos atrás. O bartender lhe enviou um sorriso charmoso e se aproximou.

— Deseja outra bebida senhorita? — Devia admitir que ele era bonito, talvez um pouco jovial demais, quantos anos ele tinha? 22, talvez. Ela sorriu para ele, estava tentando não focar no homem ao seu lado.

— Que tal água? — Eduardo respondeu por ela. Sua voz firme fez com que o rapaz se retirasse. — Acho que você bebeu demais, não me lembro de que você aceitasse flertes assim antes — Ele manteve o tom frio e distante, que sempre usava com ela.

Eu NÃO Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora