- Você está muito cansado? Como está sua perna? - Tessa perguntou ao encontrar Victor no corredor. Já haviam voltado à algumas horas, e todos demonstraram interesse em irem descansar, então ela não esperava encontrar Victor àquela hora.- Estou bem. Fui buscar um copo com água, mas já estou indo me deitar. - Ele olhou para ela, já usava um pijama, a maquiagem havia sido retirada, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo. - E você? Precisa de alguma coisa?
- Estou com um pouco de dor de cabeça. - ela massageou a tempora.
- Eduardo sempre tem dores de cabeça após grandes reuniões de negócios, ele deve ter algum remédio. Por que não o procura? - Victor indicou preocupado.
- Não quero incomodá-lo, já é bem tarde.
- Ele ainda não dormiu, saiu do escritório há alguns minutos, acabamos de nos encontrar quando eu fui até a cozinha. - garantiu. - Não devia estar sentindo dor, ele com certeza tem algum remédio. Devia procurá-lo.
Tessa pensou bem, seria difícil dormir com uma dor daquelas, mas não impossível. Entretanto não queria esperar mais para adormecer, o dia tinha sido cansativo. Ela resolveu aceitar conselho do cunhado, observou ele retornar ao seu próprio quarto e seguiu em direção ao quarto do marido. O corredor estava silencioso, ela ficou receosa de bater na porta, mas já havia ido até ali, não podia voltar. Tomou coragem e bateu na porta, silêncio. Chamou por Eduardo e ninguém respondeu, repetiu as batidas e chamados e só recebeu silêncio em troca. Preocupada abriu a porta.
Apenas a luz do abajur ao lado da cama estava acesa, o resto do quarto estava escuro. Ela pensou em se retirar, mas ouviu o som do que parecia ser o chuveiro, que minutos depois foi desligado. Ela se aproximou da porta do banheiro com a intenção de revelar sua presença no quarto, mas a porta se abriu exatamente no mesmo momento que ela erguia o pulso para dar batidas.
De cabeça baixa ele secava o cabelo com uma toalha pequena, outra toalha circundava o quadril, perigosamente baixa. Ela engoliu em seco. Ele estava em forma, na verdade o corpo era bem definido, e as gotas escorriam pelo seu tórax, e seus olhos traiçoeiros insistiam em seguir a direção que elas tomavam. Como aquilo era perigoso. Ela estava muda, e ele só percebeu sua presença quando ergueu o rosto, mas foi no mesmo momento que dava um passo para fora do banheiro, e foi dificíl impedir a colisão. Os dois cairam no chão.
O corpo dela ficou sob o dele. Ele era pesado, e estava molhado, sem falar que ela provavelmente teria hematomas de manhã. Ele usou os braços como apoio retirando o peso de sobre o corpo dela, mas não se moveu, ao contrário, ficou a encarando, como se ela fosse um alienígena. Devia ser estranho, quer dizer, era estranho. Mas era bom.
As pernas dela ficaram entre as dele, ela pode sentir cada músculo do corpo do marido, cada parte de si estava consciente que ele estava nu sobre ela, e aquilo não a envergonhava, na verdade era sexy. Ela mordeu os lábios apreensiva, estava tendo pensamentos quentes com o próprio marido.
- Você se machucou? - ele perguntou tirando-a de seu devaneio.
- Ah, na-não... - Gaguejou. Ela respirou fundo. - Devíamos nos levantar?!
Ele percebeu que não tinha se movido, mas não demonstrou pressa em se levantar. Ficou de pé e a ajudou a fazer o mesmo.
- Aconteceu alguma coisa? - Ele começou a andar pelo quarto, e ela só entendeu o que ele procurava quando as luzes se acenderam.
Ela ajeitou o cabelo atrás da orelha, alguns fios insistiam em se soltar do elástico.
- Estava escuro, e você não respondeu quando eu chamei, então entrei. - Ele a olhou de forma estranha, e ela resolveu continuar falando. - Victor disse que você teria algum remédio para dor de cabeça.
- Ele está com dor? - ele voltou a se aproximar dela. E ela tentava olhar para todos os lados, evitando olhar para seu corpo, e ele achava aquilo engraçado.
- Na verdade sou eu. Não conseguia dormir, tenho um pouco de dor de cabeça.
Ele tocou-lhe a face com a palma da mão. E ela instintivamente se afastou.
- O que está fazendo?
- Averiguando se não tem febre, você parece... acalorada. - Ele tinha um sorrisinho estranho nos lábios, como se achasse divertido.
- Não é nada! Foi só o susto. - Sabia que era uma desculpa ridícula, mas não podia dizer que o corpo dele a estava desconcentrando.
Ele caminhou pelo quarto, abriu uma gaveta e retirou uma cartela de remédio, depois foi até uma jarra de água que ficava sobre uma mesa e encheu um copo. Ela observava tudo. Eduardo lhe entregou um comprimido e o copo, e ficou na frente dela esperando que o tomasse.
- Obrigada. - Murmurou se afastando.
- Você está com pressa - Ele debochou. - Precisa de mais alguma coisa? Tem certeza que um comprimido é suficiente?
- Estou bem. Obrigada. - Ela só queria deixar aquele quarto o mais rápido possível.
Ele se sentou na cama, o cabelo ainda pingava, e ele não parecia ligar para o fato de estar molhado.
- Você não devia, sei lá, vestir uma roupa? Se secar direito? - Ela tentava desesperadamente soar indiferente. - Você pode pegar um resfriado.
Eduardo sorriu.
- Farei isso assim que você sair.
- Ah.
Era óbvio. O que ela queria? Que ele fizesse isso na frente dela? Ela queria se estapear, tinha feito papel de tola.
- Obrigada!
Saindo do quarto ela percebeu que não havia fotos. Não devia ter fotos de Carina? Aquele era o quarto deles.
- Eu tirei todas. As fotos estão no quarto de Melina. Achei que seria desrespeitoso mantê-las no meu quarto, afinal você é minha esposa. - Ele respondeu, foi então que ela percebeu que ficou parada no meio do quarto olhando atentamente para tudo e provavelmente sua expressão e curiosidade a denunciaram.
- Ah desculpe, não quis ser bisbilhoteira, eu só...
- Ficou curiosa, tudo bem. Você pode me perguntar qualquer coisa Tessa, somos um casal. - Ele sorriu para ela de forma amigável.
Aquilo a deixou inquieta.
- Ah claro.. éh... já vou... Até... Obrigada...
- Você está tímida. Aonde foi parar a garota que me beijou na festa? - ele quis brincar com ela.
- Eu só tomei o primeiro passo. - Ela aceitou a brincadeira. - Você não devia dar o próximo?
Aquilo desarmou ele. E ela se sentiu vitoriosa.
- Esta me desafiando? - Ele a olhou de forma sensual.
- Ah, hoje não. Estou cansada. Quem sabe amanhã?! - Ela resolveu entrar na brincadeira sensual dele. Eduardo sorriu, e ela lhe correspondeu. - Boa noite!
Ele observou ela sair.
- Boa noite Tessa!
Eduardo pensou no que ela disse, ela deu o primeiro passo, todos os outros deviam ser dele. Terminou de se secar e encarou o teto do quarto, o braço repousado sobre a cabeça. Ele tinha uma esposa. Uma bela e incrível esposa. Havia muito tempo que nenhuma mulher entrava naquele quarto. A ultima tinha sido Paola, ela arrumou as coisas de Carina quando ela morreu, separou as coisas que Melina poderia querer, das coisas que seriam doadas, mas nenhuma outra mulher entrou naquele quarto. Será que aquilo afetava Tessa? Ele dormir no mesmo quarto que dormia com Carina. Será que a magoava? Ele não queria tornar tudo mais dificíl do que já era.
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Eu NÃO Te Amo
RomanceTessa Ridley se apaixonou por Eduardo Sorelli treze anos atrás, mas não foi correspondida. Viu seu primeiro amor amar, casar e ser feliz com outra mulher, destruindo totalmente suas esperanças de um dia ser amada por ele. Agora o homem que ela amou...