Capítulo 14

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— Victor? — Tessa chamou enquanto tentava soltar o cinto.

Ainda atordoado Victor foi capaz de lhe responder.

— Estou bem, e você?

Um zumbido estranho se instalou na sua cabeça, o cérebro tentava interpretar o que tinha acontecido, a parte dianteira do carro estava destruída pelo choque com a árvore, a maior parte do impacto foi do lado dele. Ele quase havia sido esmagado.

— Estou bem! — Ofegante, ela conseguiu soltar o cinto. — Você está ferido? Consegue soltar o cinto?

Victor sentia como se estivesse preso.

— Acho que estou preso. Não tenho certeza se estou ferido, mas não sinto muita dor. — Ele tentou mover as pernas, mas realmente estava preso. — Você tem certeza que não há nenhum ferimento?

Preocupada, Tessa começou a procurar qualquer forma de soltar Victor, mas tinha medo de machucá-lo. Ela procurou o celular, apesar de quebrado, ainda ligava. Infelizmente o sinal oscilava muito.

— Vou pedir ajuda. Por favor, fique acordado. — Suplicou tocando o braço dele. — Eu volto logo, prometo. — tentou sorrir de forma animadora.

Victor concordou, e ela saiu do carro, não estavam tão longe da estrada como imaginou. A chuva estava ficando cada vez mais forte, seu cabelo ficou todo empapado, as roupas grudavam no corpo, ela se sentia toda dolorida.

Enquanto caminhava, Victor a observava se afastando, pelo retrovisor. Apesar de afirmar estar bem, ele tinha certeza que ela estava sentindo dores. Ela nunca pareceu tão frágil para ele, como naquele instante.

Tessa conseguiu um sinal melhor ao alcançar a estrada, rapidamente ligou para a emergência. Não tinha certeza da localização deles, mas forneceu o máximo de informações que podia. Ela estava preocupada em deixar Victor sozinho no carro, então avisou que o carro estava fora da estrada e que tinha alguém preso. Ela precisava estar com ele.

Instantes depois retornou ao carro, Victor estava com a cabeça encostada no banco com os olhos fechados, por um momento ela imaginou que ele estava desacordado.

— Victor! — Tocou seu ombro.

Ele abriu os olhos e olhou para ela. Toda molhada e com uma aparência terrível.

— Devo dizer que você tem péssimo aspecto. — Ele brincou.

— Ah, droga! — Então conseguiu relaxar, se sentou no banco enquanto torcia a barra da blusa. — Você me deixou preocupada. Pensei que você tinha desmaiado! — Ela encostou no banco. — Consegui ligar para a emergência, está chovendo muito agora, e eles virão o mais rápido possível. Enquanto isso você fica acordado comigo.

Ela viu os cantos da boca de Victor se levantar em um sorriso zombeteiro.

— Não zombe de mim! Tem certeza que está bem?

— Tão bem quanto poderia estar nessa situação.

Tessa começou a olhar incisivamente para ele.

— Vai ficar me encarando?

— Estou preocupada, me desculpe.

— Pense pelo lado positivo, podia ser Eduardo e você aqui. — Ele procurou alguma reação diferente nela, mas não deixou de notar o olhar entristecido que ela tentou disfarçar. — Ele realmente queria vir.

— Não estou pensando nisso. — Desviou o olhar. — Eu só não quero ser acusada, de agora, estar tentando matar o irmão dele.

Victor suspirou alto.

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