Capítulo III

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                   (Henrique)

  Já estava tudo pronto para receber o Bruninho, tomei um bom banho, tentei ficar um pouco mais apresentável. Pedi pra empregada fazer um bolo de chocolate, que é o favorito de Bruninho.

   Quando digo que sei tudo sobre ele, é porque é verdade, sei seus jogos, músicas, filmes, ou seja tudo. Essa era minha única chance, então tinha uma tarde inteira para conquistar o garoto mais lindo do mundo, uma tarefa praticamente impossível.

   Ouço a campainha tocar, devia ser ele, me olho no espelho vejo se estou bem, acho que aquela camisa não está boa, então a tiro. Acho que fico melhor assim. Decido ficar sem camisa, acho que o deixaria mais impressionado.

   Corri e fui abrir a porta para o Bruninho.

                     (Bruno)

   O pai do Henrique deveria ser rico mesmo, a casa deles era linda por fora, sem falar que tinha um belo jardim.

   — Relaxa Bruno, você só tem que aturar aquele chato por algumas horas, vai ser fácil —. Tento me acalmar enquanto espero a porta ser aberta.

   — Oi —. Henrique abre a porta, e me mostra um grande sorriso, mas não é isso que mais me chama atenção. Ele estava sem camisa, e com a cueca a amostra.

   — Oi —. Respondo e desvio o olhar, sentindo me rosto queimar.

   — Vai ficar do lado de fora? —. Ele abre a porta, e faz sinal para eu entrar. Caminho para dentro, e fico impressionado com a beleza daquele lugar, era quase dez vezes maior que minha casa.

  — Vem vamos subir —. Henrique passou na frente, então pude ficar de olho na sua pele bronzeada e linda. Por mais que eu odiasse aquele garoto, eu tinha de admitir que ele era lindo demais.

  — Seja bem-vindo, esse é meu quarto —. Henrique fala e pula em cima da sua cama. O quarto dele era enorme, e tinha uma televisão enorme no meio da parede. E quase não acredito no que vejo.

   — Você já tem esse jogo? —. Era a minha saga de jogos favoritos, a nova edição tinha acabado de ser lançado, mas como meu pai é muquirana eu custaria receber.

  — Faz tempo, eu estava jogando antes de jogar, por quê? —.

  — É meu jogo favorito —. Falo ainda boquiaberto. Aquele jogo novinho naquela tela enorme, deveria ser uma maravilha jogar.

  — Sério? O meu também, se quiser depois que terminarmos o trabalho podemos jogar —. 

  — Claro que eu quero —. Falei, eu mal podia esperar pra jogar.

  Larguei minha mochila do chão e peguei meu computador. Coloquei em cima da sua mesa, puxei a cadeira e me sentei.

   — Vai ficar aí deitado preguiçoso? —. Queria saber o que Henrique tinha feito para ficar tão bonito daquele jeito.
Ele puxou uma poltrona para perto da mesa, e se sentou ali no meu lado, me deixando um pouco mais nervoso.

  — Onde está sua mãe? —. Pergunto querendo quebrar o gelo, e também querendo matar minha curiosidade.

  — Do outro lado do país, com minha irmã —.

  — E o seu pai? —.

  — Trabalhando no exterior —.

  — Então, você está sozinho? —.

  — Você está aqui, então não —.

   Naquele momento, mesmo ele sendo um idiota fiquei com pena. Ninguém merecia viver sozinho, mesmo que esse alguém fosse Henrique Fontoni.

  — O quê vamos fazer? —. Ele pergunta provavelmente querendo fugir do assunto, e terminar o trabalho.

  Ele estava muito diferente, desde que cheguei não fez nenhuma piadinha, nem bateu na minha nádega. Arriscaria dizer que ele estava muito legal.

   — Um slide, mas você vai ter
que se apresentar também,  —. Falei. Abri o aplicativo para criar o slide, e abri o navegador. Mas nesse momento cometo um deslize terrível, na hora de fazer a pesquisa. Acabo deixando as sugestões de pesquisa aparecerem por um rápido momento, e parei rapidamente “Fotos de garotos de saia”.

   Fico praticamente estático, com muito medo do que ele diria, quando olho para o lado ele olhava para a janela, então fiquei tranquilo.

                 (Henrique)

   Usar saia? Essa era nova, não sabia que Bruninho curtia isso, mas era interessante saber. Se bem que ele deveria ficar uma beleza de saia, deixando aquelas duas coxas enormes a amostra.
Desviei o olhar rapidamente, e fingo não ter visto.

  Acho que meu plano deu certo, ele já estava um pouco mais sorridente comigo, sem falar que ficou nervoso quando me viu sem camisa.

  — Que cheiro é esse? —. Pergunto, apenas para chegar mais perto.

  — Cheiro? —.

  — Sim, um cheiro doce e bom —.

  — Ah é meu perfume —. Bruno sorri de maneira envergonhado.

  — É muito bom, posso sentir? —. Espero não estar sendo muito precipitado.

  — Pode —. Ele fica muito envergonhado, e ainda mais nervoso. Aproximo meu nariz, do seu pescoço, percebi que seu corpo ficou estático. Puxei o ar perto de seu pescoço, e deliro com aquele perfume.

  — É muito bom —. Falo mais uma vez.

   Ele apenas sorrir e continua a fazer o trabalho. Olho no relógio e vejo que já tínhamos gastado tempo demais. Então quis acelerar as coisas.

  — Você já namorou Bruno? —.

  — Por que está perguntando isso? —.

  — Por nada, curiosidade apenas —.

  — Pois não é da sua conta —.

  — Ei calma, só fiz uma pergunta —.

  — Eu estou calmo, só quero terminar de fazer esse trabalho —.

  — E eu vou ficar apenas sentado? —. Pergunto, amaldiçoando esse trabalho.

  — Não, claro que não, pode ir pesquisando sobre o conteúdo para aprender —.

                          •••

   Finalmente o trabalho estava pronto, mas já era mais de duas da tarde. Bruninho ficou olhando para mim por um tempo.

   — Podemos jogar? —. Perguntou ainda tímido.

   — Claro —. Sorri.

   — Eu vou te massacrar —. Ele falou ao se sentar na cadeira, lhe entrego o controle. E pergunto:

   — Não quer se deitar é mais confortável —. Pulo na cama, e fico somente a sua espera.

                   (Bruno)

   Por que ele tinha que ser tão bonito? E por que tinha que está sem camisa? É muita coisa para eu aguentar.

  Me deitei ao seu lado, um pouco afastado. Henrique tinha um abdômen muito definido para um adolescente, parecia que passava o dia na academia.

  Acho que eu já estava começando a odiá-lo um pouco menos. Só um pouquinho menos.

   — Você até que é legal Henrique, mas ainda te odeio —.

   — Obrigado, eu acho —. Sorrio

   CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

  

 
 

 
 

  

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