Capítulo XXXVII

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                              (Bruno)

   Eu estava sentado no meu lugar a espera de Henrique, ele demorava bastante. Mas eu sei que ele viria, afinal hoje era nossa formatura. Depois de longos anos, eu sentiria saudades dessa escola, pois ela me propiciou muitas coisas boas, além de ter colocado o amor da minha vida no meu caminho. Além também do meu melhor amigo.

   — Está com medo dele não vir Bruno? —. Minha mãe perguntou.

  — Ele não é nem louco, senão vou castrar aquele moleque —. Deixei eles falando entre si, e me concentrei na entrada do salão de festas, por onde o meu amor a qualquer momento poderia entrar.

  Bem ele demorou um pouquinho, mas logo chegou, mas o curioso é que ele não veio sozinho, pelo contrário chegou ao lado de uma senhora, e uma senhora bem elegante por sinal. Ele estava simplesmente perfeito de terno, eu me sentia em um daqueles filmes de adolescentes, onde a protagonista ia ao baile com o garoto mais perfeito do colégio. A única coisa diferente era o fato de eu ser um garoto, mas isso não significava nada para nenhum de nós dois.

  — Oi, você está lindo —. Henrique diz ao chegar a nossa mesa.

  — Quem são eles querido? —. Sua avó tentou cochichar mas ouvimos perfeitamente.

  — Vó, esse é o Bruno, e a família dele —. Ela olhou para cada um de nós, deu um sorriso, e depois cochichou de novo.

  — Aquele Bruno? —.

  — Uhum —.

  — O Henrique fala muito do nosso filho pra senhora? —. Meu pai perguntou.

  — Bastante, Bruno pra cá, Bruno pra acolá. Agora eu entendo, ele é um menino muito bonito mesmo —.

  — Obrigado dona...? —.

  — Elizabete —. Até no nome sua avó era elegante. Minha mãe pediu que ela sentasse a mesa. Henrique a todo tempo olhava para mim, fazia um monte de caretas engraçadas e depois ria da maneira mais linda possível. Depois de algum tempo a mesa, Henrique fez um sinal para sairmos um pouco.

  — Você está incrível — Sussurou ao meu ouvido — Vontade de te pegar de jeito, tirar essa sua roupinha e fazer amor com você a noite inteira —. Essas palavras me deixaram completamente arrepiado.

  — Henrique, o que é isso? —. Sorri um pouco constrangido, mas também bem excitado. As vezes esquecia o quão gostoso meu namorado era. E também esquecia o escultural corpo que ele tinha.

   Andamos pela escola vazia, alguns alunos se pegavam pelo corredor, estávamos de mãos dadas, era tão incrível, pois isso era bem diferente do passado. Quando éramos bem distantes, o único laço que tínhamos era o ódio que eu nutria por ele, e também eu tentava de toda forma fugir dele.

  Brian de repente apareceu e nos chamou, a cerimônia já iria começar. Vestimos aquela beca horrorosa, e fomos para fila. Henrique ficava brincando comigo, era engraçado, ele adorava fazer cócegas.

  — Bruno —. Meu nome foi chamado, caminhei por aquele palco, até perto do diretor e recebi meu diploma. Minha mãe tirava fotos naquele momento, enquanto meu pai chorava. Me juntei aos outros alunos detrás do diretor, como eu era um dos mais baixinhos fiquei lá na frente dos outros.

  Quando Henrique foi chamado, percebi que ele estava nervoso, mas caminhou com um belo sorriso para receber seu diploma também.

  Depois disso foram apenas maravilhas, primeiro o jantar maravilhoso, digamos que não tive cerimônia e comi tudo o que pude e que gostava.

  — Ele é bom de prato hein?! —. A avó de Henrique diz.

  — A senhora nem imagina, é cada despesa que esse menino me dá —. Meu pai falou, até o Henrique riu, olhei para ele e depois ele parou de rir. Não gosto quando riem do fato de eu comer bastante.

   — No que está pensado? —. Perguntei ao Henrique, ele estava me olhando fixamente enquanto dançávamos.

    — Em tudo, tudo de bom que a vida me deu, e nenhuma delas é melhor que você. Fico contando os dias para podermos viver juntos, como um casal de verdade —.

   — Isso está próximo, bem próximo —.

   Quando a festa acabou, pedi a meus pais que deixassem eu dormir na casa do Henrique, meu pai como sempre interferiu.

  — Por que quer dormir lá? Está com cara de quem vão fazer coisa errada, não vai de jeito nenhum —.

  — É verdade, com certeza estão pensando em algo, se quiserem dormir juntos e vão dormir lá em casa —. Minha mãe falou.

  E assim foi, Henrique deixou sua avó em casa e depois apareceu na minha.

  — Bruninho, Henrique, já vamos dormir, comportem-se —. Meu pai falou e lançou um olhar intimidador para o meu namorado.

  — Ele me odeia não é? —.

  — Não, ele só é ciumento —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

 

  

 

  

 

 

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