Capítulo XVIII

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                              (Bruno)

   — Que história é essa Bruno? De você ficar dizendo que sou muquirana pra sua mãe —. Minha alma quase saiu do meu corpo naquele momento. Pensei que ele perguntaria sobre o Henrique. Mas graças aos céus não perguntou. Mesmo assim fiquei nervoso com aquela pergunta.

  — Eu não disse isso —. Digo entrando.

  — Está vendo, ele não disse isso deixa de ser tão paranóico —. Minha mãe diz sentada ali um pouco mais longe.

   — Que sacolas são essas? —. Indagou vindo em minha direção.

   — Umas coisas que comprei para mim —. Falei, olhei para minha mãe e ela concordou com a cabeça.

   — E essas coisas não tem nome? —.

   — Tem, são saias, quer ver, tudo bem eu mostro —. Falei tirando da sacola, meu pais às vezes me irritava.

   — Hum, não precisa... — Ele para de falar e olha em minha direção — E esse colar? Saiu de onde? —. Eu havia esquecido de esconder o colar debaixo da blusa, Henrique insistiu em colocarmos eles logo.

  — Colar? —.

  — Sim Bruno esse colar, vamos me fala logo —.

  — Comprei —.

  — E de onde você tirou dinheiro pra comprar um negócio desses, deve valer uma fortuna, desembucha —.

   — Será que você já está ficando senil? — Minha mãe o interrompe — Não vê que é uma bijuteria? —.

   — Ah sim, não tinha percebido, vai guardar essas coisas pra jantar —. Saí dali imediatamente antes que me fizesse outras perguntas.

    Entrei no quarto, e comecei a guardar minhas roupas no guarda-roupa quando minha mãe entrou.

   — Que colar é esse? —.

   — O Henrique me deu, ele disse que simbolizava o nosso namoro —. Me levantei e caminhei até ela. Sua mão segura o pingente e o olha com delicadeza.

  — Isso é lindo, mas diga a ele que manere nos presentes, não quero ele lhe dando nada caro —. Concordei com minha mãe.

  — E essas roupas? —.

  — Ele comprou para mim —.

  — Traz aqui —. Ela analisou peça por peça, elas estavam dobradas e empilhadas. Fiquei com vergonha quando ela viu uma calcinha e a pegou. Pensei que ela me daria um sermão, mas o que disse foi.

  — Essa cor fica boa em você, mas pelo amor de Deus esconde bem, se teu pai pegar vai fazer o maior escândalo —.

   — Tá bom —.

   — Andou comendo sorvete não foi —. Ela apontou para uma mancha na minha camisa.

   — O Henrique me forçou —.

   — Imagino, deve ter sido uma tortura para você não é? —.

   — Ah mãe foi pouco —.

   Depois de um sermão chato sobre a minha saúde, fui jantar. Meu pai ficava conversando com minha mãe sobre o meu futuro, especificamente sobre qual faculdade eu faria.

  Eu nem me importava para aquilo agora, minha cabeça estava ainda imersa naqueles olhos verdes, e naquela boca maravilhosa. Coloque a mão no meu pingente e comecei a lembrar dele.

                                •••

    Eu estava no meu computador jogando, quando Henrique me ligou, rapidamente sai de cima da cadeira e peguei meu celular.

   — Oi lindo! —.

   — I Just called to say i love you —. Ele cantou quando ouviu minha voz, ouço uma pequena risadinha depois dele cantar.

   — Eu também te amo bobão, que você linda você tem, hein? —. Digo sorrindo completamente apaixonado e derretido pela maneira doce como ele agia.

   — Não se compara a sua. Já jantou meu amor? —.

   — Já, comi peixe —.

   — Te conhecendo você deve ter odiado não é? —.

   — Sim, preferia uma pizza bem grande e também você aqui comigo. E você lindo, já comeu? —.

  — E você já comeu? —.

  — Ainda não, eu tinha ido jogar bola, e depois fui caminhar um pouco, cheguei em casa agora a pouco, e meu deu muita saudade de alguém —.

  — De mim? —.

  — De quem mais seria? —.

  — Não sei, dos garotos da piscina talvez —. O provoquei, gostava de vê-lo indignado com algo.

  — Que nojo Bruno. Só tenho olhos para um deles, e ele passou a tarde comigo hoje e disse que passaria a próxima também, aqui em casa —.

  — Não lembro dessa parte —.

  — Vai recusar? Vou ter o dia livre amanhã —. Ele sabia ser chantagista

  — Se minha mãe deixar —.

  — Eu peço a ela, se quiser vou aí —.

  — Você é tudo de bom mesmo hein?! —.

  — Você que é tudo de bom —.

  — Sabe que às vezes eu acho que é tudo mentira entre nós dois?! —. Henrique diz, e me deixa todo bobo.

  — Como assim? —.

  — Não sei, acho que isso é bom demais para ser verdade, parece tudo um sonho —.

  Fiquei falando com Henrique por um bom tempo, até que fiquei com sono, e meus insistentes bocejos o fizeram perceber que eu precisava dormir.

  — Vou deixar você dormir, não esquece de trazer roupa para a piscina, mas se quiser não traz roupa aí você nada pelado —.

  — Seu sonho não é? —.

  — Talvez sim, boa noite, te amo muito  durma bem e sonhe com os anjos —. Ele desliga o telefone e eu me viro de lado olhando para uma foto nossa e assim adormeço, depois de um dia maravilhoso, depois de tá tas coisas incríveis que aconteceram.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

28 DIAS PARA: "O VOO DO CISNE"
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