Capítulo XXIII

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                         (Henrique)

  — Quer que eu fale com seu pai? —. Pergunto para o meu amor, eu não conseguia vê-lo sofrer de maneira alguma. E nem muito menos viver longe dele.

  — Acho melhor não amor, ele está muito irritado, pode te machucar e eu tenho muito disso —.

  — Então vou ter que ficar longe de você? —.

  — Acho que sim, com certeza ele vai me por de castigo, sem sair de casa —.

  — Só ver você na escola vai ser muito ruim —.

                            (Bruno)

  — Eu sei que vai, eu já estava morrendo de saudades —. Digo, aquele loiro era dono do meu coração.

  — Foge comigo então —.

  — Ficou maluco? Eu não posso —.

  — Por que não? Você tem 17 já e seu aniversário é daqui a alguns meses —.

  — Não dá Henrique —.

  — Vamos ser felizes amor, longe de todos, meu pai tem uma casa no campo, podemos ir para lá, pelo menos até a poeira baixar —.

  — Henrique, eu te amo muito, muito mesmo, mas não posso —.

  — Tudo bem eu entendo, mas o que vamos fazer? —.

  — Não sei, não tinha pensado que esse dia chegaria tão rápido assim —.

  — Vem cá me abraça —. Ele me envolveu em seus braços, o lugar mais seguro e aconchegante do mundo.

  — Aconteça o que acontecer, eu vou sempre te amar, apesar da distância, apesar da saudade, apesar de tudo —.

  — Eu também, pra sempre —. Mesmo sob a tensão que minha mente estava, o nosso amor foi superior. Acabamos trocando um beijo.

   Henrique passou a manhã comigo, mas quando meus pais estavam para chegar para o almoço ele foi embora, disse que não poderia me ver a tarde por conta do treino.

  E foi assim, quando meu pai chegou eu fiquei com muito medo, mas ele passou por mim direto, como se eu não existisse ali.

  — Que foi filho? —. Minha mãe pergunta, passando a mão no seu cabelo.

  — Nada, quanto tempo ele vai ficar assim comigo, hein? —.

  — Não sei, acho que ele precisa de um bom tempo, sabe como ele é cabeça dura —.

   — Sei, queria ver o Henrique —.

   — Vocês vão ter que se acostumar a se verem menos —.

   — Ele veio aqui —.

   — Eu sei que veio, é bem óbvio inclusive —.

   — Vai contar ao papai? —.

   — Claro que não —.

   Depois de um tempo, ele desceu as escadas, e foi direto para a mesa, minha mãe me chamou também. Meu pai é tão infantil que comeu virado para a janela, sem nem olhar para mim.

  — Se você não comer direito vai dormir no sofá —. Minha mãe falou.

  Ele irritado se virou, mas agora olhava somente para o seu prato. Não sei o que fiz para merecer isso. Só queria estar com meu jogador gostosão de novo, amei o que fizemos ontem. Mesmo entre tanta confusão, aquilo foi a melhor coisa que fiz na vida.

  Quando eles se foram, fui assitir tv na sala, não tínhamos telefone em casa, então o Henrique não me ligaria. Meu pai ainda estava com meu celular, queria tanto falar com ele.

  Quando ouço o barulho de alguém batendo a porta, meu corpo salta imediatamente rumo a ela. Mas para minha decepção não era o meu amor. Mas pelo menos era meu melhor amigo, Brian.

  — Oi lindo, trouxe sorvete de chocolate para você, e também vim saber o motivo do senhor não ter ido para a escola, nem muito menos ter atendido minhas ligações nem ter atendido minhas mensagens. Olha se eu fiz alguma coisa de errado, desculpa, eu não lembro o que fiz mas desculpa —. Era muito tonto mesmo, mas fofo na mesma proporção. Não tive outra reação senão abraçá-lo.

  — Você não fez nada Brian, não se preocupa, desculpa não ter atendido suas ligações, mas é que meu pai tomou meu celular ontem —.

  — Por que? —. Disse, fechando a porta e se dirigindo ao sofá.

  — Eu cheguei tarde ontem, e para acabar de piorar ele descobriu sobre o Henrique e eu —.

  — Minha nossa, isso não poderia ter acontecido —. Ele colocou a mão na boca, e depois me abraçou forte.

  — E o que aconteceu depois disso? —.

  — Ele quase me bateu, pegou a cinta e correu atrás de mim —. Nesse momento não me contenho e começo a chorar, ele me abraça forte.

  — Queria que ele não fosse seu pai, para eu dar uma lição bem dada nele —.

  — Eu acho que ele vai me proibir de ver o Henrique —.

  — Você acha? —.

  — Sim eu tenho certeza —.

  Conversamos por um bom tempo, depois ele foi buscar uma colher para eu comer o sorvete. Nem mesmo o chocolate conseguia me deixar alegre,

  — Quer ligar para o Henrique do meu telefone? —.

  — Tem o número dele? —.

  — Não, mas consigo rapinho no grupo da escola —.

  Dito e feito, ele conseguiu o número do meu amor, meu coração ficou feliz ao ouvir sua voz atender o telefone.

  — Henrique, pode falar comigo agora? —.

  — Sim amor, estou no intervalo do treino, vai durar uns vinte minutos, mas pode falar meu lindo —.

  — Estou com saudades, muitas saudades —.

  — Eu também, demais, queria beijar essa sua boquinha linda, e dizer que eu te amo a tarde inteira. Ver seu corpinho desfilando em uma saia —. Ao ouvir isso Brian me olha assutado, mas depois parece se conformar.

  — O Brian está aí? —.

  — Está, ele veio me visitar, trouxe sorvete de chocolate para mim —.

  — Hum, tudo bem pode colocar no viva-voz? —.

  — Posso —. Apertei no botão, e então o Henrique falou:

  — Brian cuida do meu namorado, vê se ele está comendo direito, e não deixa ele chorar muito —.

  — Pode deixar, vou cuidar do nosso namorado —. Disse brincando. Não me contenho e acabo puxando seu cabelo e batendo em suas costas, ele somente ri.

  — Moleque você não tem medo do perigo não? —. Henrique falou rindo um pouco.

  — Liga pra ele não amor —.

— Só brinquei Bruninho, sabe que eu te amo não é? Mas de uma forma diferente do Henrique —.

  — É bom saber disso Brian —. Henrique falou.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

 
  

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