(Henrique)
— Quer que eu fale com seu pai? —. Pergunto para o meu amor, eu não conseguia vê-lo sofrer de maneira alguma. E nem muito menos viver longe dele.
— Acho melhor não amor, ele está muito irritado, pode te machucar e eu tenho muito disso —.
— Então vou ter que ficar longe de você? —.
— Acho que sim, com certeza ele vai me por de castigo, sem sair de casa —.
— Só ver você na escola vai ser muito ruim —.
(Bruno)
— Eu sei que vai, eu já estava morrendo de saudades —. Digo, aquele loiro era dono do meu coração.
— Foge comigo então —.
— Ficou maluco? Eu não posso —.
— Por que não? Você tem 17 já e seu aniversário é daqui a alguns meses —.
— Não dá Henrique —.
— Vamos ser felizes amor, longe de todos, meu pai tem uma casa no campo, podemos ir para lá, pelo menos até a poeira baixar —.
— Henrique, eu te amo muito, muito mesmo, mas não posso —.
— Tudo bem eu entendo, mas o que vamos fazer? —.
— Não sei, não tinha pensado que esse dia chegaria tão rápido assim —.
— Vem cá me abraça —. Ele me envolveu em seus braços, o lugar mais seguro e aconchegante do mundo.
— Aconteça o que acontecer, eu vou sempre te amar, apesar da distância, apesar da saudade, apesar de tudo —.
— Eu também, pra sempre —. Mesmo sob a tensão que minha mente estava, o nosso amor foi superior. Acabamos trocando um beijo.
Henrique passou a manhã comigo, mas quando meus pais estavam para chegar para o almoço ele foi embora, disse que não poderia me ver a tarde por conta do treino.
E foi assim, quando meu pai chegou eu fiquei com muito medo, mas ele passou por mim direto, como se eu não existisse ali.
— Que foi filho? —. Minha mãe pergunta, passando a mão no seu cabelo.
— Nada, quanto tempo ele vai ficar assim comigo, hein? —.
— Não sei, acho que ele precisa de um bom tempo, sabe como ele é cabeça dura —.
— Sei, queria ver o Henrique —.
— Vocês vão ter que se acostumar a se verem menos —.
— Ele veio aqui —.
— Eu sei que veio, é bem óbvio inclusive —.
— Vai contar ao papai? —.
— Claro que não —.
Depois de um tempo, ele desceu as escadas, e foi direto para a mesa, minha mãe me chamou também. Meu pai é tão infantil que comeu virado para a janela, sem nem olhar para mim.
— Se você não comer direito vai dormir no sofá —. Minha mãe falou.
Ele irritado se virou, mas agora olhava somente para o seu prato. Não sei o que fiz para merecer isso. Só queria estar com meu jogador gostosão de novo, amei o que fizemos ontem. Mesmo entre tanta confusão, aquilo foi a melhor coisa que fiz na vida.
Quando eles se foram, fui assitir tv na sala, não tínhamos telefone em casa, então o Henrique não me ligaria. Meu pai ainda estava com meu celular, queria tanto falar com ele.
Quando ouço o barulho de alguém batendo a porta, meu corpo salta imediatamente rumo a ela. Mas para minha decepção não era o meu amor. Mas pelo menos era meu melhor amigo, Brian.
— Oi lindo, trouxe sorvete de chocolate para você, e também vim saber o motivo do senhor não ter ido para a escola, nem muito menos ter atendido minhas ligações nem ter atendido minhas mensagens. Olha se eu fiz alguma coisa de errado, desculpa, eu não lembro o que fiz mas desculpa —. Era muito tonto mesmo, mas fofo na mesma proporção. Não tive outra reação senão abraçá-lo.
— Você não fez nada Brian, não se preocupa, desculpa não ter atendido suas ligações, mas é que meu pai tomou meu celular ontem —.
— Por que? —. Disse, fechando a porta e se dirigindo ao sofá.
— Eu cheguei tarde ontem, e para acabar de piorar ele descobriu sobre o Henrique e eu —.
— Minha nossa, isso não poderia ter acontecido —. Ele colocou a mão na boca, e depois me abraçou forte.
— E o que aconteceu depois disso? —.
— Ele quase me bateu, pegou a cinta e correu atrás de mim —. Nesse momento não me contenho e começo a chorar, ele me abraça forte.
— Queria que ele não fosse seu pai, para eu dar uma lição bem dada nele —.
— Eu acho que ele vai me proibir de ver o Henrique —.
— Você acha? —.
— Sim eu tenho certeza —.
Conversamos por um bom tempo, depois ele foi buscar uma colher para eu comer o sorvete. Nem mesmo o chocolate conseguia me deixar alegre,
— Quer ligar para o Henrique do meu telefone? —.
— Tem o número dele? —.
— Não, mas consigo rapinho no grupo da escola —.
Dito e feito, ele conseguiu o número do meu amor, meu coração ficou feliz ao ouvir sua voz atender o telefone.
— Henrique, pode falar comigo agora? —.
— Sim amor, estou no intervalo do treino, vai durar uns vinte minutos, mas pode falar meu lindo —.
— Estou com saudades, muitas saudades —.
— Eu também, demais, queria beijar essa sua boquinha linda, e dizer que eu te amo a tarde inteira. Ver seu corpinho desfilando em uma saia —. Ao ouvir isso Brian me olha assutado, mas depois parece se conformar.
— O Brian está aí? —.
— Está, ele veio me visitar, trouxe sorvete de chocolate para mim —.
— Hum, tudo bem pode colocar no viva-voz? —.
— Posso —. Apertei no botão, e então o Henrique falou:
— Brian cuida do meu namorado, vê se ele está comendo direito, e não deixa ele chorar muito —.
— Pode deixar, vou cuidar do nosso namorado —. Disse brincando. Não me contenho e acabo puxando seu cabelo e batendo em suas costas, ele somente ri.
— Moleque você não tem medo do perigo não? —. Henrique falou rindo um pouco.
— Liga pra ele não amor —.
— Só brinquei Bruninho, sabe que eu te amo não é? Mas de uma forma diferente do Henrique —.
— É bom saber disso Brian —. Henrique falou.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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Chuteiras & Saias
RomanceBruno é um garoto extremamente comum, que guarda um segredo, ele adora usar saias. E Henrique é um talentoso jogador de futebol, que é louco por Bruno mas não sabe como falar isso a ele.