Capítulo XXXIX

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                             (Bruno)

   Pouco a pouco fui me acostumando com a vida a dois, até que não era tão ruim, mentira era ótimo. O Henrique era todo cuidadoso comigo, sempre me perguntando se eu estava bem e se queria alguma coisa. Ele era um fofo, nem parecia aquele cara que amava encher a minha paciência com seu assédio constante.

  No nosso primeiro dia de aula na faculdade, ele foi me deixar na minha sala, claro que segurando minha mão, já pra deixar bem claro que eu tinha dono. Era tão engraçado ver sua cara de ciúmes. Causava medos nas outras pessoas, mas me dava muita vontade de apertar aquele garoto.

  Foi tudo bem legal, conheci novas pessoas, algumas bem legais, mas nenhuma era melhor que meu melhor amigo que infelizmente foi fazer faculdade em outra cidade.

  No horário do almoço Henrique sentou ao meu lado e conversamos sobre tudo um pouco, sobre nossas experiências e nossas expectativas para o futuro da faculdade.

  Ao sair da faculdade, aproveitamos o resto da tarde e fomos passear para conhecer um pouco mais da cidade, Henrique me levou a um parque, era bem bonito, cheio de flores, ele até pegou uma e colocou na minha orelha.

  — Vendo você assim me faz pensar em várias coisas —.

  — Que tipo de coisas? —.

  — Eternidade, amor. Esse tipo de coisa, obrigado por estar aqui comigo nesse momento —.

  — É melhor se acostumar, porque estarei aqui com você por um bom tempo, não só aqui, mas em todo lugar —.

  Deitamos na grama e assistimos ao entardecer, ele foi tão belo, e mais belo ainda foi ver o tom alaranjado no rosto do meu amor. Aquele Henrique era mesmo uma perfeição.

  Na volta para casa, ele foi cantando para mim durante todo o trajeto eu amava o seu timbre, era tão masculino e belo. Melhor ainda eram as caretas que ele fazia ao cantar.

   Dia a dia, semana após semana, o tempo passou, meu cabelo cresceu, até a altura do ombro, eu também cresci alguns centímetros para minha surpresa, seis pra ser mais exato. Henrique ficou indignado com isso.

— Poxa, se continuar crescendo desse jeito não vai ser mais meu baixinho —.

  — Você tem quase dois metros, criatura, eu quero crescer —.

  Às vezes eu implicava com ele pois queria deixar a barba crescer, mas eu jamais permitiria isso.

  — Eu não quero nem saber, raspa esse bigode agora, pode raspar, ou então vai dormir no sofá por um mês inteiro —. Nem é preciso dizer que ele me obedeceu rapinho.

  O legal de morar sozinho é que a gente se agarrava a qualquer instante, Henrique adorava apalpar minha bunda, morder minha orelha, me dá palmadas, encoxadas. Ou seja um completo pervertido. Mas era o meu pervertido.

  — Rendondinha hein —. Disse com aquele sorriso carregado de perversão no rosto.

  — Para de me bater seu troglodita —. Se bem que eu gostava bastante, a coisa que eu mais gostava de fazer era tonar banho enquanto estava seguro no peito do meu amor.

  Certo dia, Henrique chegou en casa, ele estava todo sorridente, pois no dia seguinte era meu aniversário. Já imaginei que ele faria algo de especial.

  Só não imaginei a surpresa que seria para mim. Após me acordar entre vários beijos ele começa a falar:

   — Bom dia meu amor, feliz aniversário, eu te amo demais, você é a pessoa mais especial para mim e esse é o meu presente pra você —.

   — Bom dia meu amor, feliz aniversário, eu te amo demais, você é a pessoa mais especial para mim e esse é o meu presente pra você —

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  Ele do nada aparece com um coelhinho cinza, olhei para ele assustado, sem nem saber o que dizer. O coelhinho era simplesmente a coisinha mais fofa desse mundo.

  — Henrique que coisinha mais fofa — Pego ele delicadamente e ponho em meu colo — Vou te chamar de Henrique Junior, e vou cuidar de você, você vai ser meu nenê —.

  — Henrique Junior? —.

  — Xiu, ele é seu filho, então nada melhor do que homenagear o papai, não é nenê, quem é o neném do papai hein? —. Fiquei fazendo carinho no meu bichinho, ele parecia estar gostando. Passei o resto do meu dia lendo sobre como cuidar de coelhos, enquanto Henrique providenciava o bolo para mais tarde.

  — Bruno, acho que é melhor você deixar o Dudu dormir um pouquinho —.

  — Quem é Dudu? —.

  — O Coelho, é bem melhor que Henrique Junior —.

  — Está dizendo que eu sou um péssimo pai? E que nem o nome do meu filho eu sei escolher? —.

   — Eu não disse isso —.

   — Mas insinuou. Só não vou ficar bravo porque gostei de Dudu, e também porque você vai me dar bolo de chocolate não é? —.

 

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

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