Criminosos - Payton Moormeir

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Venda

💜 pov Giullia 💜

Eu não dormi, então quando amanheceu eu levantei e fiquei com preguiça de tomar banho, só me troquei e tomei café

Sentei de novo naquela mesa e tentei desenhar, comecei só rabiscando o papel e depois ele foi tomando forma

O desenho foi se criando na minha cabeça e eu fui copiando, só parei quando escutei a porta se abrindo, vejo Jonathan

- vc - falo me virando de novo e voltando a desenhar

Escuto os passos dele se aproximando e ele apoia suas mãos em meus ombros

- desenha melhor do que eu pensava - ele fala baixinho, mais para si do que para mim

- obrigada, o que quer? - pergunto

- vamos ter um jantar hoje e vc vai cmg - ele diz

- tá - respondo não dando a mínima para ele

- podíamos pelo menos ter um relacionamento amigável, não? - ele fala apertando meus ombros

- não

- pq? - ele pergunta

- pq não fui eu que falei tudo que vc faz na cama para um restaurante inteiro de mafiosos - respondo soltando o lápis que estava na minha mão

- desculpa, tá bom - ele responde ríspido

Não respondo

- Giullia... - ele começa a dizer

- vc sabe muito bem o que todos ali poderiam fazer com uma informação assim, mas mesmo assim disse - falo me desvencilhando do toque dele e me levanto

- eles não vão fazer isso - ele responde em forma de conforto

- vc já disse o que tinha que dizer, agora vai embora - falo e passo por ele indo até a porta, no caminho vejo a roupa que eu iria usar chegando naquela... o que seja que for aquilo, vou chamar de roupador, aquilo era tipo uma camisola só que grudada no corpo - eu não vou usar isso

- não fui eu que matei toda sua família - ele fala fazendo eu parar no meio do caminho, como se uma bala tivesse entrado nas minhas costas - não fui eu que torturei sua irmã até ela implorar para vc parar e por perdão, por coisas que ela nem fez - ele começa a dar passos lentos até mim, que ainda estava parada e de costas para ele - não fui eu que sufoquei sua mãe e depois enfiei em uma vala qualquer - sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto - não fui eu que cortei a cabeça do seu pai, depois de quase masacrá-lo - ele diz friamente e para atrás de mim, então abaixa um pouco e sussura no meu ouvido - ainda deve ter ela de recordação, não é mesmo?

Não respondo, minha respiração estava oscilante e eu tremia levemente, fazendo de tudo para aquelas memórias não voltarem, como eu tinha demorado para superar aquilo

Eu me arrependia com todas as minhas forças de ter feito aquilo com eles, eles nunca mereceram

- eu a queimei - respondo baixinho, quase inaudívelmente

Em um movimento rápido ele coloca suas mãos no cós do meu shorts e me vira, estávamos a 10 centímetros de distância

- pelo menos deu essa paz para ele - ele fala olhando para meu rosto e minhas lágrimas