Conto 65: In loco

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Madrugada... acordo sobressaltada... tive um pesadelo. Levanto para ir ao banheiro. Ao deitar, vejo uma silhueta escura, do lado da cama. Tinha cabelos até o ombro, parecia ser de uma mulher. Ela estava parada, observando-me com a mão na cintura.

"Saí, em nome de Jesus!" – expulso, e faço uma oração. "Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o teu nome...".

Ela desaparece.

"O que esses espíritos vêm fazer aqui? Na verdade, acho que estão em todo lugar." – penso, aborrecida.

Termino a oração, viro para o lado e durmo. Na noite seguinte, Luigi e eu conversávamos, deitados na cama dele:

- Luigi, tive um sonho ruim.

- O que sonhou?

- Que você machucava o braço, mas no final do sonho, não era você, era outro menino. Foi um confuso e assustador, ao mesmo tempo.

- Sabe que ter pesadelos, muitas vezes, é por causa de espíritos ruins?

- Sim.

- Tinha um espírito ruim do seu lado. – afirma, com plena certeza.

Lembrei na visão da silhueta, mas não disse nada.

- De onde veio? – pergunto, curiosa.

- Das profundezas da Terra, veio por baixo da sua cama.

- Mas lá só tem rocha, Luigi!

- Ele veio de lá, eu vejo, das profundezas da Terra e atravessou a sua cama. – repete.

- Era homem ou mulher?

- Homem, mas poderia ser mulher. Na verdade, era os dois. Você tem que orar antes de dormir, mãe! – avisa.

- Eu oro com você, na sua cama, e, depois vou para a minha cama "orada".

- Você tem que orar na sua cama também, para que os espíritos ruins vão embora do seu quarto.

- Tem razão, Luigi. Temos que orar no exato lugar em que dormimos, pedindo por proteção e por um sono tranquilo.

Nas noites seguintes, orei na cama do Luigi e na minha, e a silhueta nunca mais apareceu.

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