Conto 30: O ultimato

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Numa bela tarde, minha mãe veio visitar-me. Chegou com o semblante sério, tomamos um café e como ela estava com as costas doendo, deitou na cama e me chamou:

- Ana, estava orando por você e o Espírito Santo falou comigo: fala pra ela que eu estava com ela, mas agora não estou mais! Aquele que está com ela não sou eu, é outro, e a está enganando. Fala pra ela que agora tem que ficar só, não é pra procurar outro homem, é pra abrir um parêntese e esperar por aquele que Deus está reservando pra ela. – falou rápido e firme.

Fiquei muito triste e chorei por dentro.

- Eu não queria ficar só. – reclamei.

- Você não vai ficar só, o Espirito Santo vai voltar para te consolar e fazer companhia!

Comecei a chorar, não estava acreditando no que ouvia.

- Não tenho coragem de mandá-lo embora, eu gosto dele! – falei, engolindo o choro.

- Tudo tem o seu tempo, Deus está dizendo para você não se preocupar, no tempo certo você saberá o que dizer a ele.

Vou para o meu quarto, queria chorar escondido e acabo dormindo. Na manhã seguinte, acordo muito triste e pergunto:

- Por que Deus está me deixando passar por tudo isso?

E o anjo responde:

- Por amor! Porque você tem que aprender! Jesus passou por tudo aquilo porque ele também tinha que aprender. É por amor...

- Como é difícil aprender, anjo! – falo chorando.

Minhas lágrimas descem, preciso de forças para obedecer a essa ordem de Deus.

E agora? O que falo para ele? Deus tem razão porque ele não me faz feliz e não me valoriza. Troféu de ouro para o seu trabalho!

- Oi, minha irmã vai ficar comigo uns dias, ela não está muito bem. Como vou operar a vista nesta semana, a gente vai ficar um tempo sem se ver. Beijos – escrevo triste.

- Oi, bom dia! Espero que não seja nada demais. Sobre nos vermos, quando puder me fala. Beijos.

Foi a única desculpa que veio na minha cabeça. Preciso esquecer esse homem!

Passam as semanas e continuo conversando com ele. Quanta tentação, quanta contradição!

Três meses depois...

- Você gostaria de sair pra tomar um sorvete ou comer algo? - diz ele.

- Onde você está?

- Em casa.

- Nem imaginava, pensei que estivesse no litoral. Bom acordar na sua cama, não é?

- Sim, melhor mesmo. Tenho uns trabalhos do escritório pra fazer amanhã.

- Você virá pra sua casa todo final de semana?

- Em geral, subo no sábado de noite e volto pro litoral na segunda, bem cedo.

- Sim, vamos tomar um sorvete, estou com saudades de você.

- Também estou.

Ele vem todo final de semana para casa e não vem me ver! Como é difícil descobrir que se está sendo desprezada por quem se gosta! E eu ainda marco um sorvete! Como assim? Sou uma tola! Acho que vai desmarcar de novo... só que não, ele veio!

Chegam as sombras da noite e com elas meu peso na consciência por ter desobedecido a Deus. Ajoelho na beira da cama para orar e pedir perdão pela minha fraqueza, então, tenho uma visão...

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