Capítulo XVI - Conto 57: O amigo imaginário

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- Eu tenho um amigo imaginário, ele dorme comigo. – diz Luigi, enquanto brincava de massinha na sala.

- Como ele é? – indago incrédula.

- Alto, magro e tem cabelo curto. É adolescente e o nome dele é Luís. – conta tranquilamente.

- Como está vestido?

- Normal. Seus sapatos brilham.

- E o que veio fazer aqui? – questiono, pois queria mais detalhes.

- Ele não tem casa, então veio morar aqui.

- Luigi, ele não pode ficar! – aconselho, mesmo na incerteza.

- Por que não? Ele é meu amigo! – insiste irritado.

Fico pensativa, mas decido não tocar mais no assunto. Se existir algo, com o tempo, perceberei.

Durante noites durmo no quarto do Luigi, ao lado de sua cama, num colchão. Espero poder encontrá-lo.

Certa noite, acordo e vejo a entidade deitada na cama, sobre o Luigi...

Fica de pé, e, enquanto anda por cima de mim, trocamos olhares; percebe que eu o vi

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Fica de pé, e, enquanto anda por cima de mim, trocamos olhares; percebe que eu o vi. Não tinha aparência maligna. Estava curiosa... qual seria sua intenção? Por que dorme em cima do Luigi? Vou descobrir, é só esperar. Cruzo os braços e durmo novamente. Pouco depois, abro os olhos e o vejo ajoelhado, ao meu lado, observando-me, com a sua cabeça bem próxima da minha...

 Pouco depois, abro os olhos e o vejo ajoelhado, ao meu lado, observando-me, com a sua cabeça bem próxima da minha

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Trocamos olhares mais uma vez, e, novamente percebe que o vi. Penso em tocá-lo... melhor não. Continuo analisando-o, durmo. Acordo com Luigi chutando-me. Vejo a entidade de pé, na cama dele, com a sua perna dentro da perna de Luigi...

"Ele está usando o corpo adormecido de Luigi para me chutar! Como conseguiu? Isso é demais!" – penso colérica

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"Ele está usando o corpo adormecido de Luigi para me chutar! Como conseguiu? Isso é demais!" – penso colérica.

Sua feição era de raiva. Queria o Luigi para si. Pretendia me irritar, com os chutes, para que eu fosse embora. Levanto rápido, ajoelho-me no meu colchão e coloco as mãos na cama de Luigi:

- O que você quer? – pergunto com a mente.

- Quero companhia! – responde.

Sinto um arrepio forte nos braços.

- Você não vai ficar aqui! Vai embora, em nome de Jesus! Agora! – repreendo.

Tenho uma visão: um menino com dentes pontiagudos e olhos pretos. Luís é um exu. Oro o "Salmo 91". Ele se vai.

No dia seguinte...

- Luigi! Esse amigo não existe! Você está inventando! – blefo.

- Tô inventado! Ele não existe! Existe só dentro da minha cabeça!

- Se ele aparecer de novo, na sua cabeça, você o manda embora! Ele não é amigo, como diz, então ore assim: vá embora, agora, em nome de Jesus! Jesus envia anjos para me proteger! Entendeu?

- Entendi. Ele foi embora.

- Para onde?

- Para os Estados Unidos. Falou que queria conhecer a Disney.

O tempo passa... Certa noite, estávamos deitados na minha cama:

- Mãe, chamei meu amigo imaginário de novo!

- Luigi, ele tinha ido embora, por que o chamou? – perguntei desolada.

- Porque é meu amigo! – disse convicto.

- Ele não é seu amigo! – exclamo firme.

- Como sabe?

- Eu sei, confie em mim! Você acha que iria mentir? Quando crescer, explico. – falo, querendo encerrar o assunto, pois acho que não iria entender.

- Começou, agora termine! Como sabe? – insiste firme.

- Ele parece seu amigo, mas não é! Está enganando você! Usa um disfarce de bom, mas ele é mau e tem que ir embora!

- Por que não o manda embora?

- Eu mandei, mas se você o chama, não adianta! – explico.

Luigi olha-me pensativo; oramos e adormece.

Na noite seguinte...

- Mandei meu amigo imaginário embora. – confessa.

- Muito bem! E o que disse a ele?

- Que ele não poderia ficar.

- E o que ele respondeu?

- Tudo bem.

- Como você conversa com ele? Como você o vê?

- Dentro da minha cabeça.

Será que desistiu tão fácil? Olho para cima, tenho uma visão...

Será que desistiu tão fácil? Olho para cima, tenho uma visão

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Ele se aproxima voando e paira sobre mim, bem perto. Seu olhar era desafiador e trazia um sorriso no canto da boca. Uma fúria nasce no meu peito.

- Vá embora desta casa, em nome de Jesus! – repreendo-o mirando nos seus olhos.

Ele desaparece. Oramos.

Na tarde, do dia seguinte, Luigi, assistia um filme sobre caçada de fantasmas:

- Eu acredito em fantasmas! – confessa.

- Eu também!

- Mas no filme são sólidos... eles não são sólidos! – fala intrigado.

- E como eles são, então?

- Meio transparentes, brancos clarinhos...

- Seu amigo imaginário era assim?

- Sim.

"Luigi também vê, agora tenho certeza! Eu o vi assim também! O canal de comunicação de Luigi está aberto, e ele não sabe! Pelo visto, muitas aventuras nos aguardam..." – reflito.

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