31 | vivian

234 21 0
                                    

Tay estava sentado na minha frente, escutando atentamente enquanto eu contava tudo o que havia acontecido no últimos dois meses

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Tay estava sentado na minha frente, escutando atentamente enquanto eu contava tudo o que havia acontecido no últimos dois meses.

─ Você é muito fodida! ─ reviro os olhos e levanto o dedo do meio.

Uma semana havia se passado desde que eu descobri estar grávida; Tay, Charli e Nailea estiveram ao meu lado todos os dias, as vezes um deles até dormia comigo.

─ Você precisa contrar pra ele. Aliás, pra eles. Sua mãe também precisa saber. ─ ele volta a falar. ─ Se a sua mãe não ficou puta por saber que você tava transando com o namorado dela, ela não vai ficar puta por isso.

─ Ah, ela vai. Com certeza vai.

─ É, vai mesmo. Eu só não queria te deixar nervosa. ─ consigo rir por alguns segundos, mas logo o que era uma risada virou um resmungo birrento. ─ Relaxa, loirinha, vai dar tudo certo!

Naquele mesmo dia, às quatro da tarde, foi a minha apresentação na Academia de Artes da UCLA, e o nervosismo se multiplicou.

Não sei quanto tempo eu passei dentro daquela sala, mostrando os meus melhores desenhos e falando sobre mim e meus objetivos. A única coisa que sei é que Tay estava há menos de cem metros de mim, me esperando no corredor.

─ Seus desenhos são sensacionais! ─ a mulher do meio diz, sorrindo. ─ Acho que falo por todos quando digo que será uma honra ter você conosco.

Meu rosto doía de tanto sorrir.

─ Vamos, pessoalmente, analisar a sua prova e te mandamos um e-mail de confirmação em alguns dias. Tudo bem? ─ o homem da ponta direita diz.

─ Claro, claro. ─ me levanto. ─ Muito obrigada.

─ Somos nós que agradecemos, querida.

Saí da sala quase saltitando, e ao ver o meu enorme sorriso, Tay também sorri.

─ Eu sabia que você ia conseguir! ─ ele me abraça. ─ Isso merece uma comemoração.

─ Pra você, tudo merece uma comemoração, né? ─ ele não responde, apenas ri.

Fomos para o seu carro, conversando sobre como eu imaginava a minha vida de universitária. Tay estava super animado, porém, eu não fazia ideia de como eu conseguiria conciliar a minha vida acadêmica com a vida adulta e, ainda por cima, com a vida de mãe.

─ Eu não sei se quero ter esse bebê, Tay. ─ ele para o carro bruscamente, e se eu não estivesse com o cinto, provavelmente teria batido a testa no painel. ─ Cuidado, idiota.

─ Como é?

─ Eu falei pra você ter...

─ Isso eu ouvi, Vivian. ─ ele estaciona em uma vaga aleatória no acostamento da avenida. ─ Eu tenho plena consciência que não tenho direito de opinar sobre esse assunto, mas eu acho que seria muito mais sensato você conversar com o Hall sobre isso antes de tomar qualquer decisão, ainda mais uma como essa.

Eu sei que ele está certo. Porém, eu estou no meu estado mais desesperado há dias, e na maioria das vezes eu ajo no automático, sem saber o que estou fazendo.

─ Eu sei.

Tay volta a dirigir e percebo ele fazer o caminho até a sua casa. Ultimamente eu tenho passado mais tempo lá do que na minha própria casa.

─ Dá espaço pra universitária passar, por favor. ─ Tay brinca, assim que entramos na sua casa.

─ Você conseguiu! ─ Josh me abraça, me tirando do chão. ─ Parabéns, minha linda.

Parabéns, minha linda. ─ Reeves usa uma voz infantil, puxando Josh para longe. ─ Dá licença que ela gosta mais de mim. ─ ele diz e manda um beijinho para Josh. ─ Eu sabia que você conseguiria, meu bebê.

─ Eu sou só dois anos mais nova que você, Reeves, não exagera. ─ ele ri e beija a minha testa.

O restante dos meninos me abraçaram e me parabenizaram, menos ele.

─ Ele está no quarto. ─ Tay sussurra no meu ouvido.

Discretamente, subo os poucos degraus e ando até o quarto dele.

─ Eu sei, mãe. ─ pela fresta da porta eu pude ver ele de costas, com o celular na orelha. ─ Eu te liguei para pedir ajuda, não para ouvir você dizer o quanto eu fui um babaca.

Sorri, imaginando o que a mãe dele estava dizendo.

─ Eu não sei, mãe. Quando penso que estamos no caminho certo, alguma merda acontece e nos afastamos. ─ ele fica em silêncio. ─ Eu não tenho certeza, mas acho que sim... Eu nunca senti isso, como posso ter certeza sem ter a quê comparar?... Tudo bem... Sim, acho que depois de amanhã... Também te amo, até logo.

Espero alguns segundos para bater na porta. Assim que ele a abre, um sorriso fraco aparece em seus lábios.

─ Oi. ─ falamos juntos, e o seu sorriso aumenta. ─ Entra.

Faço o que ele diz e em segundos eu estava sentada na sua cama, e ele em pé, perto da porta.

─ Eu consegui. ─ murmuro. ─ A faculdade. Eles vão me mandar o e-mail de confirmação em alguns dias.

─ Isso é ótimo, parabéns! ─ ele diz, genuinamente feliz por mim, ao que parece. ─ Aconteceu alguma coisa? Você não parece tão feliz...

Abaixo o olhar, sentindo a coragem se esvair.

─ Você vai ir visitar a sua mãe? Tay me contou que ela mora em Nebraska. ─ mudo de assunto, e ele percebe o meu desconforto, já que não insiste.

─ É, ela me fez prometer que a visitaria sempre que pudesse, e promessa é dívida. ─ ele se senta ao meu lado. ─ Vou na segunda.

─ E quando volta? ─ pergunto automaticamente.

─ Não sei. Talvez eu fique uma semana ou duas, ou um mês, não sei. ─ ele mexe os ombros e assente. ─ Aliás, você vai estar aqui amanhã?

Pelo meu olhar confuso ele entendeu que eu não sabia o que teria amanhã.

─ O Josh vai dar uma festa. Era pra ser festa de aniversário, mas já faz mais de uma semana, então não conta mais. ─ murmuro um "ah".

─ Provavelmente sim. ─ respondo a sua pergunta inicial.

─ Legal.

Desde quando parecemos dois adolescentes com tensão sexual desse jeito?

─ Como eu tenho plena certeza de que o Tayler só me trouxe aqui para fazer a janta de vocês, é melhor eu ir logo. ─ minto; é claro que o único objetivo de Tay era que eu contasse a Hall.

─ Tudo bem. ─ ele se levanta. ─ Só vou tomar um banho e já desço.

Saio do seu quarto quase correndo e desço as escadas, procurando Tay com os olhos. Quando o encontro, o mesmo estava me olhando com expectativa; com um sinal negativo com a cabeça, ele entendeu que eu não tinha conseguido contar.

Ele me segue até a cozinha, onde me aperta em um abraço reconfortante por longos minutos.

─ Vai ficar tudo bem. ─ ele sussurra, fazendo um cafuné suave, ainda me abraçando. ─ E se não ficar, você sabe que eu vou estar aqui contigo, sempre.

Estava claro que Tayler é, de longe, o melhor amigo que eu já tive – tirando Charli –, e eu o amo por isso. Por que é tão fácil reconhecer isso em um amigo, e tão difícil em qualquer outra pessoa?

─ Obrigada.

────────────────────────

𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗. Onde histórias criam vida. Descubra agora