Tay estava sentado na minha frente, escutando atentamente enquanto eu contava tudo o que havia acontecido no últimos dois meses.
─ Você é muito fodida! ─ reviro os olhos e levanto o dedo do meio.
Uma semana havia se passado desde que eu descobri estar grávida; Tay, Charli e Nailea estiveram ao meu lado todos os dias, as vezes um deles até dormia comigo.
─ Você precisa contrar pra ele. Aliás, pra eles. Sua mãe também precisa saber. ─ ele volta a falar. ─ Se a sua mãe não ficou puta por saber que você tava transando com o namorado dela, ela não vai ficar puta por isso.
─ Ah, ela vai. Com certeza vai.
─ É, vai mesmo. Eu só não queria te deixar nervosa. ─ consigo rir por alguns segundos, mas logo o que era uma risada virou um resmungo birrento. ─ Relaxa, loirinha, vai dar tudo certo!
Naquele mesmo dia, às quatro da tarde, foi a minha apresentação na Academia de Artes da UCLA, e o nervosismo se multiplicou.
Não sei quanto tempo eu passei dentro daquela sala, mostrando os meus melhores desenhos e falando sobre mim e meus objetivos. A única coisa que sei é que Tay estava há menos de cem metros de mim, me esperando no corredor.
─ Seus desenhos são sensacionais! ─ a mulher do meio diz, sorrindo. ─ Acho que falo por todos quando digo que será uma honra ter você conosco.
Meu rosto doía de tanto sorrir.
─ Vamos, pessoalmente, analisar a sua prova e te mandamos um e-mail de confirmação em alguns dias. Tudo bem? ─ o homem da ponta direita diz.
─ Claro, claro. ─ me levanto. ─ Muito obrigada.
─ Somos nós que agradecemos, querida.
Saí da sala quase saltitando, e ao ver o meu enorme sorriso, Tay também sorri.
─ Eu sabia que você ia conseguir! ─ ele me abraça. ─ Isso merece uma comemoração.
─ Pra você, tudo merece uma comemoração, né? ─ ele não responde, apenas ri.
Fomos para o seu carro, conversando sobre como eu imaginava a minha vida de universitária. Tay estava super animado, porém, eu não fazia ideia de como eu conseguiria conciliar a minha vida acadêmica com a vida adulta e, ainda por cima, com a vida de mãe.
─ Eu não sei se quero ter esse bebê, Tay. ─ ele para o carro bruscamente, e se eu não estivesse com o cinto, provavelmente teria batido a testa no painel. ─ Cuidado, idiota.
─ Como é?
─ Eu falei pra você ter...
─ Isso eu ouvi, Vivian. ─ ele estaciona em uma vaga aleatória no acostamento da avenida. ─ Eu tenho plena consciência que não tenho direito de opinar sobre esse assunto, mas eu acho que seria muito mais sensato você conversar com o Hall sobre isso antes de tomar qualquer decisão, ainda mais uma como essa.
Eu sei que ele está certo. Porém, eu estou no meu estado mais desesperado há dias, e na maioria das vezes eu ajo no automático, sem saber o que estou fazendo.
─ Eu sei.
Tay volta a dirigir e percebo ele fazer o caminho até a sua casa. Ultimamente eu tenho passado mais tempo lá do que na minha própria casa.
─ Dá espaço pra universitária passar, por favor. ─ Tay brinca, assim que entramos na sua casa.
─ Você conseguiu! ─ Josh me abraça, me tirando do chão. ─ Parabéns, minha linda.
─ Parabéns, minha linda. ─ Reeves usa uma voz infantil, puxando Josh para longe. ─ Dá licença que ela gosta mais de mim. ─ ele diz e manda um beijinho para Josh. ─ Eu sabia que você conseguiria, meu bebê.
─ Eu sou só dois anos mais nova que você, Reeves, não exagera. ─ ele ri e beija a minha testa.
O restante dos meninos me abraçaram e me parabenizaram, menos ele.
─ Ele está no quarto. ─ Tay sussurra no meu ouvido.
Discretamente, subo os poucos degraus e ando até o quarto dele.
─ Eu sei, mãe. ─ pela fresta da porta eu pude ver ele de costas, com o celular na orelha. ─ Eu te liguei para pedir ajuda, não para ouvir você dizer o quanto eu fui um babaca.
Sorri, imaginando o que a mãe dele estava dizendo.
─ Eu não sei, mãe. Quando penso que estamos no caminho certo, alguma merda acontece e nos afastamos. ─ ele fica em silêncio. ─ Eu não tenho certeza, mas acho que sim... Eu nunca senti isso, como posso ter certeza sem ter a quê comparar?... Tudo bem... Sim, acho que depois de amanhã... Também te amo, até logo.
Espero alguns segundos para bater na porta. Assim que ele a abre, um sorriso fraco aparece em seus lábios.
─ Oi. ─ falamos juntos, e o seu sorriso aumenta. ─ Entra.
Faço o que ele diz e em segundos eu estava sentada na sua cama, e ele em pé, perto da porta.
─ Eu consegui. ─ murmuro. ─ A faculdade. Eles vão me mandar o e-mail de confirmação em alguns dias.
─ Isso é ótimo, parabéns! ─ ele diz, genuinamente feliz por mim, ao que parece. ─ Aconteceu alguma coisa? Você não parece tão feliz...
Abaixo o olhar, sentindo a coragem se esvair.
─ Você vai ir visitar a sua mãe? Tay me contou que ela mora em Nebraska. ─ mudo de assunto, e ele percebe o meu desconforto, já que não insiste.
─ É, ela me fez prometer que a visitaria sempre que pudesse, e promessa é dívida. ─ ele se senta ao meu lado. ─ Vou na segunda.
─ E quando volta? ─ pergunto automaticamente.
─ Não sei. Talvez eu fique uma semana ou duas, ou um mês, não sei. ─ ele mexe os ombros e assente. ─ Aliás, você vai estar aqui amanhã?
Pelo meu olhar confuso ele entendeu que eu não sabia o que teria amanhã.
─ O Josh vai dar uma festa. Era pra ser festa de aniversário, mas já faz mais de uma semana, então não conta mais. ─ murmuro um "ah".
─ Provavelmente sim. ─ respondo a sua pergunta inicial.
─ Legal.
Desde quando parecemos dois adolescentes com tensão sexual desse jeito?
─ Como eu tenho plena certeza de que o Tayler só me trouxe aqui para fazer a janta de vocês, é melhor eu ir logo. ─ minto; é claro que o único objetivo de Tay era que eu contasse a Hall.
─ Tudo bem. ─ ele se levanta. ─ Só vou tomar um banho e já desço.
Saio do seu quarto quase correndo e desço as escadas, procurando Tay com os olhos. Quando o encontro, o mesmo estava me olhando com expectativa; com um sinal negativo com a cabeça, ele entendeu que eu não tinha conseguido contar.
Ele me segue até a cozinha, onde me aperta em um abraço reconfortante por longos minutos.
─ Vai ficar tudo bem. ─ ele sussurra, fazendo um cafuné suave, ainda me abraçando. ─ E se não ficar, você sabe que eu vou estar aqui contigo, sempre.
Estava claro que Tayler é, de longe, o melhor amigo que eu já tive – tirando Charli –, e eu o amo por isso. Por que é tão fácil reconhecer isso em um amigo, e tão difícil em qualquer outra pessoa?
─ Obrigada.
────────────────────────
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗.
Fanfiction𝕸𝗢𝗠'𝗦 𝕭𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗 ❝A minha mãe vai me matar!❞ 𝗢𝗡𝗗𝗘, em uma festa Vivian acaba ficando com o namorado da sua mãe. ⤷ 𝗔 𝗕𝗥𝗬𝗖𝗘 𝗛𝗔𝗟𝗟 fanfiction ▕ Original project by 𝗺𝗮𝗴𝗶𝗰𝗸𝗹𝗮𝘂𝘀 ▕ Adaptation by 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿𝗽𝘆𝘁𝗻 ▕...