48 | vivian

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Eu estava hiperventilando

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Eu estava hiperventilando.

Não sabia, exatamente, o porquê de ter aceitado sair tão facilmente, mesmo sabendo que os dois também iriam.

Para tentar aliviar o nervosismo, e a raiva que crescia um pouquinho a cada segundo, eu estava focada no jogo entre Tay e Charli.

Eu tinha esquecido completamente de que Bryce estava a menos de dois metros de distância de mim. E só me lembrei quando a risada dele soou quando Jaden errou todos os pinos.

─ Seu senso de direção é ótimo, Hossler! ─ ele zomba, e, sem querer, uma ponta de um sorriso cresce na minha boca. ─ Oi. ─ ele diz para mim, baixinho.

─ Oi. ─ respondo, sem olhá-lo.

Eu tinha usado aqueles catorze dias sem vê-lo para acalmar meus nervos. Eu sabia que, apesar das circunstâncias, nós dois fomos errados naquele dia - em níveis diferentes, mas ainda errados. E eu também sabia que eu era a merda de uma boba apaixonada, e que, eventualmente, eu o desculparia.

Mas isso não aconteceria tão cedo.

─ Podemos conversar? ─ ele murmura.

Pela primeira vez em duas semanas, eu o olho nos olhos. Seu olhar não passava mais a sensação de segurança e carinho que eu tanto amava; agora, a única coisa que eu posso ver é arrependimento.

─ Estamos conversando, bobinho. ─ brinco, sabendo que meu tom de voz não passava nem um pingo de humor, seja ele qual for.

─ É sério, Ronnie. ─ sinto minha garganta travar por milésimos de segundos quando escuto o meu apelido sair de seus lábios. ─ Por favor.

Eu consegui ter uma conversa civilizada com Valentina - por dois minutos e meio, mas consegui. Por que com ele seria diferente?

Mando um olhar de aviso para meus três amigos, que deixaram o jogo de lado para nos observar de longe, e levanto do sofá. Com a mão na barriga – que já havia virado um hábito irreversível – eu ando em passos largos até a saída mais próxima do estabelecimento, sendo seguida por ele.

Senti o vento gelado e suspirei ao ouvir a porta bater. Me virei para ele e cruzei os braços sobre a barriga.

─ Estou ouvindo. ─ gesticulo brevemente para que ele começasse a falar.

Sendo honesta, foi necessária uma guerra entre o meu orgulho e a minha moral para que eu estivesse aqui. Está claro qual dos dois ganhou.

─ Eu fui um idiota. ─ reviro os olhos discretamente. ─ Eu fui um completo babaca egocêntrico naquela festa, mas isso você já sabe. ─ aquiesci rapidamente. ─ Eu agi sem pensar, sem pensar em você, em mim, e em nós.

Eu estava pronta, completamente pronta, para dizer que não, não existia um nós. E se, por ventura, existiria algum dia, então ele foi o responsável por estender ainda mais o processo. Mas ele foi mais rápido do que eu.

𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗. Onde histórias criam vida. Descubra agora