Quem você se tornou?

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Karol

─ Olhando assim, Elizabeth, percebo que a cadeia não vem te fazendo muito bem, não é? Você está péssima. ─ Abanei a cabeça. ─Com todo o respeito, lógico.

Seus olhos me fitavam com fogo e ódio. Notei que tentou se mover, mas mesmo que conseguisse levantar da cadeira, não iria longe, pois as algemas estavam presas à mesa, impedindo-a de ir a qualquer lugar.

Eu, no entanto, pude ficar de pé e caminhar até ela, parando bem atrás de sua cadeira.

Minha ex-sogra estava passando longe de seus melhores momentos. Os cabelos pareciam palhas e estavam desgrenhados, ouso dizer que faltavam tufos; o rosto parecia uns cinco anos mais envelhecido e, para além de tudo isso, havia uma cicatriz que ia de seu lábio até o queixo, evidenciando uma marca roxa muito visível.

Ponderei um pouco.

─ O que você quer aqui?

Apoiei as mãos no encosto da cadeira e aproximei o rosto do dela, rindo.

─ Eu vim fazer uma visita de cortesia à minha querida ex-sogra. Não podia?

Ela se balançou, afastando-se o máximo que podia de mim.

Ri alto e sai dali, voltando para o meu lugar.

─ Veio tripudiar, não foi? Pois saiba que não ficarei aqui por muito tempo. É só uma questão de resolver papeladas e o meu advogado irá...

─ Seu advogado é o tal do Dr. Mauricio, não é? ─ Bati com o dedo indicador no queixo. ─ Oh, eu sinto muito, mas os honorários dele são bem caros e, bom, eu acho que economizar é uma boa forma de multiplicar a minha fortuna, então, desculpa, mas tive que demiti-lo. Na verdade, acabei de vir do escritório dele.

─ VOCÊ FEZ O QUÊ? VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE...

─ ABAIXE O SEU TOM DE VOZ PRA FALAR COMIGO! ─ Levantei, espalmando as mãos na mesa. ─ Agora as cartas desse jogo estão em minhas mãos, Elizabeth Carter. Acabou a porra do seu reinado, entendeu? A sua parte da herança está devidamente bloqueada pela justiça e, sinceramente, eu não vou ficar pagando advogado para tirar você da cadeia, principalmente depois de tudo o que fez.

Ela bufou. Sua fúria não me assustava. Eu já tinha visto coisa muito pior.

─ Esse dinheiro é da minha família, sua impostora maldita! EU SEMPRE SOUBE QUE SÓ SE CASOU COM O MEU FILHO POR INTERESSE! FILHA DA PUTA!

Abanei a cabeça pra lá e pra cá.

─ Eu amei o seu filho mais do que ele merecia e agüentei a porcaria que ele era por pura dependência emocional e idolatria. E foi o maior erro que cometi. Mas agora eu não vou cair mais nessa merda. E se ele quis deixar tudo pra mim, azar o dele e o seu. Só sei que não vou abrir mão de nada, porque quero dar um futuro decente ao meu filho, e isso é o mínimo que o Logan poderia fazer, já que nunca foi homem o suficiente para honrar a família que formou.

─ Você usou o meu menino... sua bruxa maldita!

─ Nós vamos falar de usar alguém? ─ Sorri. ─ Então tudo bem. Mas não esqueçamos de acrescentar aqui quando o Sr. Carter usou o Blaine para ter um filho, já que ele não podia. E, depois, vamos falar sobre como você usou esse filho para manejar toda a fortuna do velho que tinha morrido. E, claro, não nos esqueçamos de quando você usou a morte do Logan para falsificar um testamento e roubar descaradamente a herança que pertencia ao Henry e a mim.

Elizabeth rangeu os dentes e se ergueu, tombando um pouco para frente.

─ Você não sabe como foram as coisas!

À Prova de BalasOnde histórias criam vida. Descubra agora