Você é capaz de esquecer?

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Karol

Eu sequer pensei em deixá-lo ir embora. Havíamos passado muitos dias separados. Foram semanas longe de seu cheiro e de seu toque, e tudo o que eu precisava era senti-lo completamente, de todas as forças que pudesse.

Arrastei Ruggero para o meu quarto. Quer dizer, o meu novo quarto.

Nem em mil anos eu voltaria a dormir naquele quarto que dividi com Logan durante o nosso casamento, pois seria como ter pesadelos todas as vezes em que pisasse ali. Não. Resolvi deixar aquele cômodo trancado até decidir o que faria, então pedi que arrumassem um quarto de hospedes pra mim e foi perfeito.

Não era tão espaçoso quanto os quartos principais, mas tinha uma suíte e era aconchegante. Além do mais, eu também nunca usaria o quarto da Elizabeth.

─ Eu vou buscar outra toalha. ─ Falei pra ele assim que entramos e fechei a porta trás de nós.

Ruggero ficou parado no meio do cômodo com uma toalha ensopada pendurada no ombro, os cabelos assanhados e a camisa empapada.

E toda a vez em que ele pisava, seu sapato fazia um som engraçado por causa da água que tinha dentro.

─ Eu diria que não é preciso, mas estou tremendo tanto que acho que nem vou consegui te beijar sem errar a sua boca. ─ Disse e eu acabei rindo. Ele realmente estava tremendo muito, mal ficava em pé sem se sacudir. ─ Eu vi esse sorriso, hein? Não pode zombar de um homem com as calças molhadas.

Peguei uma toalha limpa no armarinho embaixo da pia do banheiro e voltei pro quarto.

─ Mas é justamente por você estar com as calças molhadas que isso tudo fica mais engraçado!

Ruggero fez uma careta e pegou a toalha, passando-a pelos cabelos e o rosto.

─ Da próxima vez eu vou checar a previsão do tempo antes de fazer uma surpresa romântica pra você.

Cruzei os braços.

Eu também estava com muito frio, mas o tecido da minha roupa era mais fino, portanto já tinha secado bastante enquanto estávamos na frente da lareira com o Henry, portanto eu estava em certa vantagem e podia admirá-lo enquanto desabotoava a camisa com os dedos trêmulos e enrugados.

E por mais engraçado que a cena fosse, ainda assim, era sexy pra caramba.

─ Sem a chuva não seria tão romântico quanto foi. – Contrapus.

Rugge me lançou uma olhadela meio atravessada, mas estava rindo.

─ Meu Deus! Como eu vou fazer chover da próxima vez então?

Ri alto e cai sentada na cama.

─ Tenta uma dança da chuva e tal. Se vira!

─ Você realmente está achando hilário tudo isso, não é? Que mulher cruel!

O avaliei de cima a baixo e ponderei um pouco.

─ É realmente extasiante ver um detetive tão linha dura desse modo. Acho que nunca pensei que te veria tão vulnerável assim e apesar de ser extremamente fofo, também é engraçado.

Seus olhos escuros pousaram em mim.

─ O que eu faço com você, hein? Você está ai rindo de mim, me chamando de fofo e engraçado enquanto eu estou virando um picolé de quinta e, ainda assim, tudo o que eu penso é em como sou sortudo pra caralho.

─ O que você faz? Bom, eu acho que há muitas possibilidades... ─ Fiquei de pé e fui até ele, ajudando-o a se livrar de vez da blusa ensopada, deixando-a cair em cima do carpete. ─ O que eu sei de certeza é que seja como for, somos só nós dois essa noite e é tudo o que importa, Ruggero.

À Prova de BalasOnde histórias criam vida. Descubra agora