》A B R A Ç O《

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As detentas foram acordadas logo cedo por uma policial que passava gritando pelo corredor das celas, mas isso não incomodou Akemi, que estava tão preocupada com o caso que não dormia havia noites, e sempre que dormia pelo menos algumas horas, tinha pesadelos e isso a deixava paranóica. Saiko também não dormiu á noite inteira,  pois a sua colega de cela sempre a acordava perguntando se ela também estava ouvindo o badalar de sinos.

No pátio do presídio, Akemi e Higuchi foram separadas para que não hovesse mais brigas, cada uma era mantida sob vigilância, não para a segurança da garota ou da chefona, mas sim para a segurança das outras presas. Assim que soube que havia visita para ela, a hacker se animou um pouco.

Quando ela chegou à sala de visitas, viu um senhor grisalho usando um terno preto e com um notebook cinza nas mãos. Era Watari. O aparelho estava aberto com a letra L na tela, a garota não se conteve e pulou em Watari para um abraço, mas não obteve sucesso, pois estava algemada.

- Watari? E-ela está aí? - uma voz conhecida falou pelo notebook

- Ryuzaki gostaria de falar com você... - o homem calmamente se sentou á frente de Akemi, virando o dispositivo para a mesma

- Olá Kitsune... Akemi... como preferir...

- Oi Ryuzaki! Como vão as coisas por aí? - a garota perguntou  animada

- Um pouco complicadas e "sob controle" - Akemi percebeu que a frase do detetive soou de um jeito confuso - Espero que as coisas aí estejam bem...

- As coisas aqui são um saco... - ela apoiou a cabeça nas mãos, que estavam algemadas

- Sinto muito por isso, posso até dizer que pode ter sido o Light, o responsável pela sua prisão, mas não com 100% de certeza -  ele fez uma pequena pausa - Eu conversei com o oficial responsável pelo seu caso, ele disse que você tem direito à pagar fiança e é exatamente isso que vamos fazer.

- Fiquei mais  aliviada agora... acho que vou poder pagar a fiança com o dinheiro que ganhei vendendo informações. Você sabe o preço que tenho que pagar? 

- Dois milhões de dólares. - a voz do detetive estava calma de mais por gosto da hacker, a mesma não tinha aquele dinheiro todo. Ela suspirou fundo e afundou na cadeira  - Tenho que ir. Eu pedi pro Watari  resolver alguns assuntos  com o governo americano pra mim... assim que puder, venho aqui te ver.

- O-ok... - a garota foi levada para sua cela onde tirou suas algemas, estava mais do que disposta à fugir dali se fosse preciso.

- Que cara é essa, guria? - Saiko perguntou olhando para o teto

- Minha fiança custa Dois milhões... Eu vou chorar... - ela se sentou na cama da Saiko

- Supera! Você pode fugir comigo, guria... mas é claro, vai ter seu preço... - a voz de Saiko saiu num tom malicioso

- Que preço?

- Suas habilidades vão ser muito úteis pra máfia... estou imaginando, você vai se  tornar uma dirigente rapidinho! - a garota riu, aquele comportamento assustou um pouco Akemi.

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A noite logo se fez presente, o dia da transferência de Akemi e Saiko estava mais  próximo. A garota tentava dormir um pouco, mas foi acordada por um barulho de chaves abrindo a cela.

- Aí... ô hackerzinha de meia tigela... vem logo - a policial de cara fechada chamou por Akemi

- O que foi? - ela foi até a porta da cela e estendeu as mãos, esperando ser algemada, mas a policial não o fez

- Você tá livre... VEM - Akemi deu uma última olhada em Saiko antes de ser empurrada corredor á fora pela policial.

Akemi tentava entender oque estava  acontecendo. Havia trocado de roupa, e andava até a saída do presídio, onde Watari a esperava com um sorriso singelo. Sem dizer nada ele abriu a porta de trás do carro, Akemi deu um abraço em Watari e entrou no carro. A viagem seguiu silenciosa até o hotel onde Ryuzaki estava hospedado, ela estava contente em rever o detetive, mas não queria acreditar no fato de que Ryuzaki gastou dois milhões de dólares pra tirá-la  da cadeia.

- Chegamos... - Watari disse abrindo a porta do quarto. O garoto, que estava olhando a vista da cidade enquanto comia cupcake, olhou para o homem com um brilho no olhar, Akemi correu em sua direção, dando um abraço apertado no detetive, que ficou surpreso com a ação

- Eu senti tanto a sua falta... - ela apoiou a cabeça no peito dele ouvindo a respiração acelerada do detetive, sentiu os braços dele a envolver

- Eu também senti sua falta, Kitsune... - ele sorriu se separando do abraço e olhando nos olhos dela

- Eu não sei como agradecer por ter me soltado... sério... eu vou te pag...

- Não se preocupe... não precisa me pagar, você não me deve nada... você é uma peça fundamental nesse caso, e também... - corando um pouco e acariciando o rosto da garota com o polegar, ele fez uma pequena pausa antes de continuar - você me fez uma falta imensa... sem você aqui, até o bolo de morango perde o sabor

- E-eu... - as palavras simplesmente não vinham, Akemi abaixou a cabeça tentando disfarçar a vermelhidão no rosto, se lamentando por não ter a máscara consigo. Ele colocou o cupcake na frente da hacker, compartilhando com ela o doce

- Bem vinda de volta... - Ryuzaki limpou o glacê no canto da boca da garota. Kyuru apareceu tão rápido quanto tinha sumido naquele dia

- CADÊ ELA!?!?!? ONDE?? - o shinigami viu sua humana comendo cupcake com Ryuzaki e voou até ela

- KYURU!!! - ela pulou e envolveu seus braços no pescoço do shinigami, ele a abraçou de volta rodopiando pelo pequeno apartamento

- Você perdeu tanta coisa!! O progeto de Yagami e a loira oxigenada foram presos! 

- Serio? - ela olhou para o detetive, incrédula

- Eu iria te contar... - ele coçou a nuca sem jeito

- Enquanto você se divertia e comia jujuba, eu estava tentando sobreviver às surras de uma grandalhona, evitava ficar claustrofóbica, dividia cela com a filha de um dirigente da máfia e ouvia sinos, tá senhor Kyuru?- ela cruzou os braços

- Eu vi tudo... eu diria que você é boa em fugir e desviar de socos que provavelmente esmagariam a sua cabecinha linda e delicada... - o shinigami disse de tom sarcástico - Agora sinos, eu não ouvi não...

- Espera... sinos? - Ryuzaki perguntou confuso

- Sim... por que?

- N-nada... - ele foi em direção ao sofá e se sentou

- Você tem que ver, o parquinho tá pegando fogo!!! Heheh

- Mal posso esperar para ver - ela se sentou ao lado de Ryuzaki e abrindo seu notebook  - como eu senti sua falta, filho...

- Espere - o garoto chamou sua  atenção - por favor, descanse... preciso que você esteja preparada tanto fisicamente quanto psicologicamente para entender o que há de novo no caso...

- Mas eu não estou cansada! - a hacker protestou

- Não é o que sua fisionomia diz... - a garota revirou os olhos, fechando o notebook

- Tá, mãe.

:)

O Outro Lado De Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora