O Outro Lado De Death Note

》P R O V A《

Já era de manhã quando Akemi foi se encontrar com L. Por algum motivo do destino, ela estava de bom humor, logo fazendo Kyuru questionar se a saúde dela estava boa: Akemi sempre - quando dormia - acordava de mal humor, e o shinigami já havia se acostumado com isso.

Ela entrou no hotel assumindo a identidade de Kitsune. Chegando ao último andar, ela bateu na porta e foi recebida por Watari, que estava de saída:

- Olá Kitsune... - o mais velho abriu um sorriso caloroso pra garota

- Olá Watari! - ela olhou em volta, procurando o detetive - Cadê o Ryuzaki?

- Foi investigar o filho do chefe Yagami mais de perto, por isso, ele foi fazer uma prova numa faculdade aqui perto... - O homem falou calmamente pegando as chaves do carro - Estou indo buscá-lo agora.

Kitsune sentiu um misto de emoções. Estava desesperada, com raiva, puro ódio no coração, preocupada, aliviada e para piorar, começou a sentir fome:

- Posso ir com você, Watari? - ela não escondia sua preocupação, sentia vontade de jogar um tijolo na cabeça do garoto por se arriscar tanto assim. Watari consentiu com a cabeça, e assim os dois se dirigiram ao estacionamento  do hotel.

Quando chegaram á faculdade, a prova ainda não havia terminado. Para aliviar o silêncio constrangedor que se instalava ali, Kitsune tentou puxar assunto com o mais velho perguntando coisas sobre ele e Ryuzaki:

- Como você e o Ryuzaki se conheceram? -  ela perguntou curiosa

- Eu sou dono de um orfanato chamado Wammy's  House, e assim, adotei o Ryuzaki e o criei para ser o maior detetive do mundo... me lembro como se fosse ontem, o Ryuzaki era uma criança tão tímida... - ele disse com um pouco de emoção na voz

- Você é dono de um orfanato? Que legal! Sabe... eu consigo ver a admiração que ele sente por você nos olhos dele, Watari.

- Eu também o admiro muito... sinto muito orgulho do homem que ele se tornou...

- Queria ter um pai assim... - ela disse com a voz um pouco trêmula - ou melhor, ter crescido no Wammy's  House... tenho certeza que se eu tivesse crescido lá, tudo  seria diferente na minha vida... Espero poder ir lá visitar um dia...

- Será um prazer, Kitsune! As crianças adoram uma visita suspresa!  - os dois riram.

- Mas por que diabos você deixou o Ryuzaki fazer aquela prova? - ela perguntou tentando ao máximo não ficar irritada

- Ele é teimoso... ele iria de qualquer jeito...

Vários jovens começaram a sair da faculdade, todos olhavam para o carro de luxo preto parado em frente ao prédio, se perguntando sobre quem poderia ser o dono daquele carro. Kitsune se assustou com um flash que saiu de uma câmera nas mãos de uma garota colegial, assim que ela viu que a mascarada estava olhando pra ela, a garota saiu correndo assustada. Os olhares se voltaram para o garoto desleixado com cabelos bagunçados e que calçava os tênis surrados como se fossem pantufas, alguns estudantes sussurravam uns para os outros falando mal do garoto, mas calaram a boca ao ver que o luxuoso carro preto pertencia a ele.

- Kitsune? Oque você está fazendo aqui? - o garoto perguntou surpreso ao ver a encapuzada no banco de trás do carro

- Viemos te buscar... - ela soltou um longo suspiro

- Não precisava se incomodar Kitsune, é muito perigoso pra você... sabe, o governo... - ele se sentou agachado  lado da garota e colocou o cinto de segurança. Watari deu partida no carro

- Pra mim? Ryuzaki, a gente tem um suspeito que pode MATAR com o NOME e ROSTO da pessoa! E você faz oque? Vai atrás do PRINCIPAL SUSPEITO!!! PESSOALMENTE!!! Poxa Ryuzaki se queria investigar o Light era só me pedir que eu ia lá fazer a droga da prova!! Não precisava se colocar em risco à toa!!!! - A garota nem se importou com o fato de estar  dando um sermão no maior detetive do mundo - E nem vem com essa de: "ele não sabe meu nome" por que ele pode fazer o acordo dos olhos de shinigami e te matar em só  quarenta segundos! Se você tivesse me avisado, eu teria hackeado a droga do sistema de câmeras de segurança da faculdade e acompanhado tudo de perto! É serio, se você fizer isso de novo, eu vou pegar  meu notebook e tacar na sua cabeça!

O garoto ficou calado olhando para a paisagem pela janela fechada do carro, com as bochechas rosadas. Ninguém nunca tinha se preocupado tanto com ele a ponto de dar um belo sermão por ele ter arriscado a própria vida.

- Desculpa se te deixei preocupada...

- E-eu não estou preocupada... - a garota agradeceu aos céus por estar usando aquela máscara que cobria todo seu rosto que agora estava tão vermelho e quente que até um tomate sentiria inveja - Só estou ze-zelando pela sua segurança... só i-isso... - ela se encolheu no banco com as mãos no bolso - e por que você fez isso?  Não foi SÓ pra investigar o mini-Yagami

- Você não ficou sabendo? Os doze agentes do FBI que vieram ao Japão pra investigar o kira morreram de ataque cardíaco... - o garoto falou com a frustração evidente na voz

- OQUÊ?! C-como? Como eu não soube de imediato?! Meu Deus eu sou uma INÚTIL!!! -  ela colocou as mãos sobre a cabeça desesperada.

- Não se culpe, Kitsune, essa notícia pegou todos nós de surpresa... e você não é inútil, nós vamos precisar das suas habilidades mais do que nunca agora - o garoto tentou tranquiliza-la colocando a mão sobre a cabeça dela - precisamos que você hackeie o computador de um oficial do FBI chamado Raye Bember.

Kitsune olhou no fundo dos olhos escuros e sem vida do garoto que sorria tímido pra ela.

- Ok... vamos colocar o safado do Kira na cadeia.

- É assim que se fala! - o carro parou em frente ao hotel,  os dois desceram e entraram no hotel enquanto Watari foi estacionar o carro no estacionamento do hotel.

- Você testou o caderno? - ela apertou o botão do elevador para o último andar

- Sim, testei com um presidiário que estava com a sentença de morte marcada pra ontem... realmente funcionou

- Não sei se fico feliz ou triste por isso...

- E você estava realmente disposta à fazer aquela prova no meu lugar? Sabe, mostrar o rosto, correr o risco de ser presa ou morta... - ele estava curioso para saber mais sobre ela

- Sim... É meio constrangedor falar isso, mas eu sou sua fã desde que você ficou famoso, anos atrás... E eu nunca me perdoaria se você fosse morto pelo Kira... -  e mais uma vez a máscara tampou a vermelhidão no rosto dela - Acho que te proteger virou meu novo objetivo de vida temporário, já que isso vai acabar quando prendermos o Kira...

- Eu poderia me apaixonar por você... - ele olha nos olhos dela  com as bochechas rosadas

- C-chegamos... - ela sai do elevador e ele logo atrás, ele abre a porta do quarto e a fica encarando

- Primeiro as damas... - ela passa por ele meio sem jeito

"Droga! Oque é que tá acontecendo comigo? Por que eu tô agindo assim?" A garota pensava enquanto tirava o notebook  da mochila

- Vocês chegaram... - Matsuda apareceu na sala com um sorriso no rosto.

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