Capítulo 20

69 7 0
                                    

- Psiu.

Órion se virou na cama.

- Psiu.

Órion se virou novamente, e sentiu um leve puxão em seu cabelo, que ele descartou com a mão. Ouviu uma risada bem infantil.

- Ólion. Acoda... Acoda logo!

Ele pegou a coberta e levantou até a cabeça. Mas parecia que a pessoinha ao lado não desistia, pois começou a pular na cama.

- Acoda! Acoda!! Ólion! Acoda!!!

Mas que inferno!! Ele pensou, em estado de puro sono: quem estava fazendo isso?!

Órion finalmente desistindo de dormir, tirou a coberta da cara, e abriu um dos olhos.

- Até que enfim!!

- Amália? – disse com a voz rouca pelo sono – O que voc...? Pela Mãe!!! – Órion se sentou de súbito, fazendo Amália cair na cama, e rir.

- Você demolou muito pra acodá!

- Deuses! Que horas são?! Tenho que te levar pra casa! – Órion se sentiu mal consigo por ter esquecido de Amália. Mas dadas as circunstâncias passadas, convenhamos, era impossível manter alguma sanidade.

- Calma – disse Amália com toda a tranquilidade do mundo – Ílis e a Tia Zaniah já resolveram tudo.

Órion estava confuso e letárgico devido ao sono. Mas quando ouviu a nome Íris se lembrou de tudo o que havia acontecido do dia anterior... Então não foi um sonho... Foi real.

Depois da madrugada mais insana que ele já viveu, do mais puro êxtase de todo o amor transbordante entre os dois, de alguma forma, eles conseguiram voltar pra casa, e dormiram... completamente exaustos.  Mas Órion pensou consigo, que precisaria mais tempo com a Íris do que ele imaginava. Precisava dar um jeito... Não dava mais pra ficar sem ela...Não mesmo.

- Por que você tá sorrindo assim?

Órion desvencilhou de seus pensamentos prazerosos, e se concentrou na pequenina que estava em sua cama. Graças aos Deuses ele estava vestido! Pensou consigo.

- Eu estou feliz.

- Sabe, eu também.

- É mesmo? Por que?

- Bem – disse ela balançando os braços da boneca estrupiada que estava em suas mãos – Eu gosto daqui... Gosto de vocês.

- Eu também gosto de você.

- Mesmo? – disse com um olhar esperançoso, que fez Órion se derreter.

- Claro! Você é uma princesa.

Amália torceu os lábios, dizendo:

- Eu não sou uma plincesa.

Órion franziu o cenho.

- Porque diz isso? É claro que é!

- Nos livros que Denise lê pra mim, toda plincesa, tem um rei e uma rainha como pais. Eu não tenho pais. Então, não sou uma plincesa.

Nossa, aquilo doeu. Mas do que Órion pudesse imaginar. Porém precisava argumentar com a pequena.

- Seus pais ... se foram, mas sempre a amaram. Então você tem pais sim!

- Se eu tenho, onde eles estão?

- Nas estrelas. É só olhar pra elas, que você os verá.

- Tia Denise fala a mesma coisa. Mas eu não consigo entendê poque eles têm que tá tão longe – disse Amália tristonha – Por que eles não podem está AQUI, comigo?

Corte de Tormenta e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora