Capítulo 39

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Estranho a pergunta dela, e digo:
- Bem, eu não sou a pessoa certa pra responder isso… Afinal, meu namorado me traiu com você. - Ela balança a cabeça concordando - Mas por que a pergunta?

Ela solta o ar com a boca, diz:
- Eu tava/tô, sei lá.... A fim de um cara, e a gente vem conversando a um tempo, aí a gente transou ontem… E quando foi hoje, ele me tratou como se eu não fosse ninguém, e quando perguntei pra ele se não ia rolar mais nada entre a gente, ele disse que só queria transar, e que os amigos dele tinham dito que eu era fácil… - Lágrimas começam a rolar no rosto dela.

Ok, isso tá sendo a coisa mais estranha do mundo, Ludmilla Bittencourt está aparentemente sofrendo por alguém, e está contando logo pra mim…

- Olha… Se fosse a um tempo atrás, eu diria: Bem feito. Mas… - Me aproximo dela - Olha, se o filho da puta te tratou mal, ele não te merece… Se não foi ele, vai ser alguém que está por aí te esperando… Mas pra encontrar alguém, é preciso quebrar um pouco a cara. E assim, você pega todo mundo, sim.... Porém você está bem assim… Mas quando isso começar a lhe fazer mal, é porque chegou o momento de mudar. - Ela me abraça.

- Obrigada por me ouvir, e pela dica… E desculpe pelo o que aconteceu entre o Noah e eu… -  Ela seca as lágrimas, pega as coisas dela, e quando ia saindo - Isso daqui nunca aconteceu, certo?

- Certo…- Digo, e quando ela sai, eu começo a rir.

Depois daquela absoluta e aleatória conversa com a Ludmila, fui pra casa, onde troquei de roupa e comi algo rápido.

Quando cheguei na casa do Gael, o Gregório atendeu a porta, e ao me ver disse:
- Chegou cedo, creio que seja pela conversa que o Gael disse que queria ter comigo.

- É sim. - Digo entrando na casa

Ele segue até o escritório e pediu pra eu segui-lo, para termos uma conversa privada. Ao fechar a porta pergunta:
- Então Christian, qual o motivo da conversa?

- Credo, per favore, Levi. O motivo é como vamos entrar em Natur... Por que não adianta vocês abrirem um portal e entrarmos atacando tudo que vemos pela frente... Afinal, mesmo com o pessoal, ainda somos poucos.

- É, eu também pensei sobre isso. Mas o que tem em mente? - Ele diz, se sentando na cadeira dele.

- Precisamos de mais apoio, e sei muito bem que não somos os únicos a querer combater o Arthur, todos do reino querem mais não têm um líder e poder para fazer isso... Então antes de atacarmos, iremos nos introduzir no vilarejo, e arrumar mais combatentes...

Ele faz um olhar de duvida e questiona:
- Como pensa em induzir todas essas pessoas a se voltar contra o rei?

- Eles já odeiam o Arthur, mas eles também têm medo devido ao poder dele, mas eu sou o portador de um poder como o dele, eu sou capaz de enfrentá-lo - Aproximo da mesa, e apoio minhas mãos sobre a mesma - Mas não sozinho, então se eles querem voltar a ter a vida de antes, vão precisar da minha ajuda.

Ele forma um sorriso no rosto e fala:
- Você realmente porta o espírito de líder, de um rei

Saio do escritório, e o Gael aparece:
- É… O pessoal já começou a chegar, estão lá embaixo.

- Certo… - Digo indo pra escada

Quando cheguei no andar de baixo, estava o Marvin e a Luma de conversinha, a Pilar e o Kai sentados juntos e o Theo olhando o material do treino de luta. Ao me verem, senti um frio no ar, então eu disse:
- Presta atenção. Eu fiquei com o Noah, não vou dizer que foi um erro, porque não foi. Eu não vou voltar com ele, e ele já entendeu, foi só uma ficada, e ninguém tem o direito de falar de mim, porque muitos já ficaram com piores, e eu não falo nada - O Theo não mexe um músculo, e a Luma e a Pilar balançam a cabeça em concordância-  Digam isso pros outros e Marvin vamos começar.

Pro treino com o Marvin, o Gregório colocou uma espécie de piscina rasa. Ao nos aproximarmos da piscina, o Marvin começou:
- Bem, pelo que eu saiba você não teve nenhum episódio com a água - Concordo com a cabeça - Mas isso é porque a água não é controlada por uma emoção em si, e sim pela neutralidade delas, muito de nós, elementares aquáticos, utilizamos a meditação zen, só que demora muito tempo pra aprender a focar totalmente no nada.

- E como diabos eu vou fazer isso? Você está vendo a bagunça que a minha vida é? - Digo meio indignado e ao mesmo tempo risonho.

- Bem..- Ele se aproxima de mim - Preciso que você relaxe seu corpo, feche os olhos e foque em uma parede branca. - Obedeço, e ele coloca as mãos nos meus ombros, e sussurra no meu ouvido - Quando se sentir bem relaxado, abra os olhos, e a parede branca passa a ser uma água que você pode controlar.

Seguindo cada passo que ele disse, eu abro os olhos, e levanto meu braço esquerdo aos poucos, até que uma elevação de água aparece na minha frente. Movo meu braço pros lados, e a água seguia os movimentos, solto a elevação, olho pro lado e vejo que a Ayla e a Mirella estão me olhando com uma cara rabugenta, então foco na água de novo, e quando a elevação sobe o suficiente, aponto minha mão em direção as meninas, que ficam encharcadas.

- Isso é pra tirar essa cara feia de vocês… - Digo

Mudanças (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora