Capítulo 43

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Fomos  o caminho todo em silêncio, só dava pra ouvir os barulhos da estrada. Foi uns 10 minutos, então chegamos no terreno da minha família, paro o carro, e descemos. Pego meu celular no bolso, ligo a lanterna e entramos na casa, já dentro, procuramos o interruptor da luz, logo encontramos e acendemos tudo, ele olha a casa e diz:
- Sua casa é tão bonita quanto a dos meninos.

- Obrigado - Respondo - Vamos lá em cima, ver se tem água em algum banheiro.

Eu subo, e ele me segue, entro no quarto que eu costumava a dormir, acendo as luzes do quarto e do banheiro, vou até o box, e ligo o chuveiro, de onde logo sai água.

- Glória, tem água… - O Theo diz, assim que desligo o chuveiro

- Que desespero… - Falo

- É que eu tô precisando de um banho, principalmente depois dessa viagem. - Ele explica

Então digo:
- Se quiser pode tomar logo seu banho, acho que tem toalha em algum armário no corredor.

Ele aceita, então saio do banheiro, e ele escora a porta pra começar a tomar banho.

Enquanto ele toma banho, saio do quarto, e vou procurar uma toalha pra mim e pro Theo. Enquanto passava pelos corredores, lembrava de quando eu ficava lá nas férias, quando a vida era mais fácil, ser criança, sofrer apenas por um machucado no joelho, queria poder abraçar aquele Levi criança, e dizer pra ele que vai ficar tudo bem, mas nem eu mesmo sei disso…

Passando nos corredores, encontro o armário, que quando abro está cheio de lençóis e toalhas, pego 2 toalhas, e quando puxo elas, cai uma caixa. Quando abro a caixa, está cheia de fotos dos meus pais quando jovens, e de eu quando bebê.

Meus pais encontraram um bebê na porta de casa, eles poderiam fazer qualquer coisa, mas resolveram adotar aquela criança e criar como filho, uma lágrima desce do meu rosto, e ouço um grito do Theo:
- Leviii… Encontrou a toalha

- Encontrei - Respondo, enquanto guardo as fotos de volta na caixa, e coloco de volta no lugar.

Volto pro quarto, e entro no banheiro. Eu não estava preparado para aquela cena, o Theo estava completamente nu, (Puta merda, por que esse idiota tinha que ser tão gostoso), quando volto a mim, digo:
- Desculpa, aqui a toalha.

Quando ia saindo do banheiro, eu resolvi mandar o foda-se, virei de volta pra ele e o beijei. No início ele retribuiu o beijo, mas depois ele me afastou e disse:
- Isso não podia ter acontecido…

- Por que? - Pergunto

- Porque eu estou com a Bruna… - Ele fala

- Me poupe Campbell, qual o verdadeiro motivo que isso não podia ter acontecido? - Pergunto

Ele enrola a toalha, e diz:
- Eu não sou a pessoa certa pra você

- Por que?

- Porque eu e minha família trabalhamos com o Arthur - Ele fala

- Foda-se, você errou no passado, mas hoje está aqui ajudando a derrotar ele.

- Não é só isso…

- Então… O QUE É?

- MEUS PAIS MATARAM OS SEUS. - Ele grita

Ao ouvir o que ele disse, meu corpo, involuntariamente (Eu acho), deu um soco no rosto dele, antes que ele pudesse olhar pra mim, eu saio do banheiro, do quarto, entro no quarto da frente, fecho a porta, me sento na cama e começo a chorar.

Tudo o que aconteceu comigo é culpa dos pais dele, tudo o que está passando comigo e com meus amigos, as mentiras… Ele sabia, o tempo todo escondendo de mim. Ele começa a bater na porta:
- Levi, por favor, vamos conversar… Abre essa porta

Eu não respondi nada, apenas continuo chorando, mas ele não para de insistir para mim abrir a porta:
- Levi, por favor, abre a porta, eu não quero ter que derrubar.

Mas eu não me movi um centímetro, então do nada a porta é mandada para longe, e ele entra. Quando ele entra, eu me posiciono em postura de luta, e ele fala:
- Eu não vou lutar com você.

- Você sabia o tempo todo. - Digo, empurrando ele com o vento - Tudo o que está acontecendo - formo fogo ao redor dele, controlando para não espalhar pela casa - Sua família - Aumento o fogo, aproximando mais dele, mas ele não faz nenhum movimento.

- Eu não tenho nada haver com isso, eu apenas escondi de você, pra você não me julgar pelo erro dos meus pais, exatamente como está fazendo agora. - Ele diz, olhando nos meus olhos - Se quiser me machucar, me castigar, pode fazer a vontade, mas eu tô pedindo desculpa por esconder a verdade de você.

Diminuo o fogo, até ele apagar, e caio de joelhos. Ele se aproxima de mim, segura o meu queixo e diz:
- Desculpa esconder isso de você… Mas meu maior medo além do seu julgamento, era você querer se afastar de mim… Isso ia doer mais que o fogo queimando a minha pele.

Ele seca minhas lágrimas, e então me beija, não um beijo com desejo, mas um beijo de carinho. Transmitia um sentimento de cumplicidade.

Mudanças (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora