Capítulo 69

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Quando saímos do quarto, vamos ao encontro dos demais, que ao ver o Gael, começam a dar os pêsames para o ruivo.

Enquanto conversavam com o Gael, eu chamo o Max de lado, e digo:
- Você sabe que eu nunca quis ter a responsabilidade de cuidar do reino, né?

- Sei sim, Levi… Mas até que você está indo muito bem. - Ele fala

- Bem, Max… Eu quero abrir mão do trono, e passa-lo para próximo da linha de sucessão. - Digo, olhando nos olhos dele

Ele fica surpreso, e então pergunta:
- Você está passando o trono para mim?

- Você nasceu e cresceu aqui, eu posso até ajudar no inicio, mas o trono é seu… E eu vou fazer o comunicado hoje, quando formos para a cidade, tudo bem?

Ele respira fundo, e me abraça, dizendo:
- Obrigado por acreditar e confiar em mim.

Eu retribuo o abraço, até sermos atrapalhados pelo meu pai perguntando:
- Mas um namorado, Levi?

Eu, Max e Theo rimos da fala do meu pai, então repondo:
- Não, papa… Max é meu cugino… - Me aproximo do Theo, dando um beijo na bochecha dele - Meu namorado é apenas o Theo e espero que continue assim…

Depois de várias conversas entre pais e filhos, os tios Gutierrez surpresos pelos namoros do Lipe e principalmente da Agatha, que se assumiu, teve sogros conhecendo genros, noras conhecendo sogros, mas depois de muito papo, a Isabel aparece e diz:
- Levi, a cidade espera por você…

Vou até o Max, e pergunto:
- Pronto?

Ele balança a cabeça positivamente, então seguimos pro outro lado do castelo, onde tinha a entrada principal, de frente para a cidade.

Quando os portões foram abertos, encontramos milhares de pessoas na frente do castelo, que começaram a bater palmas e gritarem, ao aparecermos.

Um soldado bateu com um bastão no chão, e o silêncio se instaurou, todos olhavam pra mim, então começo:
- Após 20 anos, o reino de terror de Arthur Clarke finalmente caiu, estão todos livres… Porém, eu não serei o seu rei.

Ao ouvir minha fala, pude perceber o estranhamento entre todos, então continuo:
- Eu nasci como um Clarke, porém vivi uma vida totalmente diferente, eu não fui criado para ser um rei. Fui criado para ser um humano, um trabalhador e uma pessoa sensata, gentil e que sabe fazer as melhores escolhas... Então, nesse momento eu abdico do trono real de Natur, em nome do Príncipe Maxwell Clarke.

O pessoal começou a vaiar, então o Max inicia:
- Eu sei que vocês podem pensar que vou continuar com o terror do meu pai, mas tudo o que eu quero é diferença, eu quero que todos vocês voltem até a ser felizes como na época do meu avô, e que os filhos, netos e futuros descendentes tenham esse mesmo direito.

Ao ouvirem a fala do meu primo, um novo silêncio foi instaurado, então alguns moradores começaram a bater palmas, até que todos seguiam o mesmo.

Pude perceber um sentimento de alívio, por parte do Max, e então eu digo:
- Hoje à tarde, ocorrerá o enterro das vítimas da batalha de ontem, a batalha da Liberdade. Ver-nos-emos mais tarde.

Antes de sairmos, o Max, Theo, Pilar, Marvin, Bruna e eu, tocamos no chão, e de repente os olhos de nós 6 brilham muito forte.

Em resposta, os olhos de todos os outros brilhavam, e as florestas, que quando chegamos se mostravam fracas e sem vida, começaram a esverdear os galhos, e pudemos ouvir o barulho de quando o desvio do rio foi rompido.

Vendo os acontecimentos, todos comemoram, então digo:
- Vão, e aproveitem… Pois a partir de hoje, uma nova era começa.

Ao entrarmos novamente no castelo, pedi para Isabel acomodar os pais dos outros, fui até o Gael, e falei:
- Obrigado.

A gente se abraça mais uma vez, e de repente, todos os outros estão nos abraçando, e nossos pais apenas observavam a cena.

Quando nos separamos, chamei o Theo para caminhar comigo pelo castelo, enquanto os outros se entretinham com outras coisas.

Nós andamos pelos corredores, até que chegamos em um com vários quadros, nos últimos, pude ver um com as mesmas pessoas com que eu tive um sonho.

Eu aponto pro quadro, e digo:
- Eu já sonhei com esse casal… Quando eu era criança, eu vivia sonhando com um homem e uma mulher que me observavam, eu contava pros meus pais, mas eles diziam ser algo que eu imaginava.

O Theo se aproxima do quadro, e lê:
- Rainha Catarina e seu marido.

- Eles sempre estiveram por perto, mas eu nunca percebi… - Falo com uma lágrima nos olhos

O Theo fica na minha frente, e diz:
- Tenho certeza, que eles estão aqui, e inclusive estão muito orgulhosos do homem que você está se tornando.

A gente se beija, fecho meus olhos e sinto como se tivesse tivesse alguém ali, com nós dois.

Mudanças (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora