O mais perto do céu que posso alcançar...

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Ohana:

Sua mão passeava vagarosamente pela minha coxa desnuda. Enquanto assistíamos o pôr do sol, me tendo sentada ao seu lado. Seus olhos castanhos já tinham longos meses que não traziam-me o sabor assustador da morte. Eles brilhavam agora com intensidade, enquanto percorriam meu corpo. Não precisava dizer nada, para que eu soubesse que amava-me incondicionalmente. Todos seus traços expressivos diziam-me isso, seus toques famélicos amansavam-me de maneira extrema enquanto o afeto transparecido prendia-me de corpo e alma a ela.

Seus cabelos longos e ondulados, soltos e bem feitos a deixavam ainda mais linda, seus lábios róseos o rosto sem maquiagem era de longe uma das minhas maiores paixões. Cada delicada e luxuosa peça de ouro branco com diamante colocada em seu corpo, a deixava com ar de imponência e uma feminilidade inquestionável.

Notou meu olhar observador quando levei uma das mãos até seus fios macios, os colocando atrás da orelha de maneira sútil, sem esforço. Observei os brincos delicados e nobres em sua orelha, e percorri com o olhar um pouco mais do seu corpo. Sua pele bronzeada, as mãos arrebatadoras e tudo que a compunha, de forma magnificamente esculpida.

-Ohana: Você é perfeita... - mencionei em um sussurro falho, rouco.

Larissa olhou-me atenciosa, deixando escapar um sorriso ladino e tímido. O carinho cessou e então entrelacei minha mão a sua, enquanto podia observar as alianças de casamento em nossos dedos.

Se escrevesse um livro, citaria este momento como um dos mais marcantes. Estávamos em meio ao oceano, numa ilha, enquanto a água azulzinha cercava-nos, o sol começava a esconder-se dando vaga para a lua. Mas não importava a bela vista a nossa frente, tudo que prendia-me atenção era ela.

Com ela, todos os meus dias chuvosos se tornavam ensolarados instantaneamente. Estávamos só eu e ela, em um lugar que mais parecia o paraíso. Com ela ao meu lado, eu podia sentir meu coração bater de verdade, como nunca bateu antes. As vezes é como se tudo parecesse um sonho e a partir daí eu perco a noção do tempo.

Ela é o mais perto do céu que um dia pude alcançar...

Ela aquece minha pele como o sol e cobre-me com sua segurança, como o sol cobre o oceano. Ela tem o mundo nos olhos, e a brisa da maré que sentíamos, no sorriso. Levando-me a sentir-me liberta, acalmada.

Ela era tão amarga, mas seu amor era tão puro comigo. E hoje, meus sentimentos tinham muito valor para si. Quando digo que amadurecemos, não falo somente sobre os traumas que enfrentamos juntas. Mas sobre os sentimentos que sentimos, e o quanto nos reconstruímos.

(...)

Larissa:

Eu havia recém entregado a ela os remédios de enjoo. Comeríamos em alguns minutos e era indicado fazer isso antes, para que seu estômago suportasse o alimento ou conseguisse ao menos, não colocá-lo para fora em questão de minutos.

Havia travado as portas de vidro, a brisa já estava mais forte devido o horário noturno. Estava escuro lá fora, e tudo que podia ser visto era a lua e as estrelas. Escutado? Somente as ondas fortes do oceano.

A observei paciente colocar o líquido alcoólico em minha taça. Um vinho italiano de gosto excêntrico, feito pela melhor vinícola da península itálica. Sua cor avermelhada como sangue chamava-me atenção, mesmo que se diferenciasse pouco das outras bebidas em questão de tonalidade. Entretanto, Ohana desfrutaria apenas de uma bebida natural, havia optado por um suco de melancia finalizado com água de coco.

Comemos em silêncio a comida preparada por mim com uma demora considerável, já que nossa cozinheira ensinava-me por uma ligação. Ohana simplesmente havia sentido vontade de comer, e como Marta estava longe de mais, tive de tomar a responsabilidade e preparar para nós. A escolha foi um risotto, comida também de origem italiana.

(...)

Ohana:

Ela fazia tanto por mim, que as vezes os hormônios deixavam-me sentir culpada. Muitas das vezes ela ficava tão sobrecarregada, e o cansaço em seus olhos eram notórios por mim. E não importava o quanto eu pedisse que descansasse, ela só queria estar ao meu lado em todos os momentos possíveis.

A observei sentada no sofá do closet após tomar banho, vestida em seu pijama de seda de marca de grife. Seus cabelos estavam presos em um coque frouxo, e sua atenção era dada a tela.

Sentei-me em seu colo após fazê-la guardar o aparelho tecnológico e dar atenção a mim. Senti suas mãos firmes segurarem-me com segurança pela cintura, antes que eu beijasse sua boca com calmaria. Arranhei sua nuca com paciência, enquanto sentia seus lábios amelados selarem os meus.

-Larissa: Acho melhor pararmos... - sugeriu com um sorrisinho ladino. E então finalizei, com um selinho rápido.

A morena ergueu-me em seu colo levando-nos para a cama enquanto eu podia assistir seu sorriso afetuoso. Deitou-me com calmaria, evitando machucar-me e em seguida deitou-se ao meu lado.

-Ohana: O que foi? - questionei confusa quando ergui-me sentando em seu colo e ela fechou os olhos e respirou fundo.

-Larissa: Deita aqui. - repousou a mão em seu lado, indicando onde eu deveria deitar-me. - Sai de cima de mim. - pediu com um sorriso fraco.

Inclinei-me um pouco mais e a silenciei ao beijar sua boca. Após isso, ela guiou-me para deitar ao seu lado, e então aconcheguei-me ao seu corpo e ela cobriu-nos com o edredom. Queríamos levar isso a diante, mas ainda não era o momento apropriado e ela entendia isso. Por mais que meu desejo fosse maior que minha razão, Larissa sempre mantinha a convicção e a razão, por mim.

Larissa:

Acariciei seus cabelos enquanto ela assistia um filme infantil que passava na TV, as vezes ela tinha uma personalidade incompreensível e imatura que levava-me a sorrir. Deixei beijos por seu colo de maneira singela, enquanto tinha a cabeça deitada em seu peito.

Seu cheiro inebriava-me como nunca, enquanto eu também recebia seus carinhos afetuosos. Era como pisar no céu, sem tirar os pés do chão.

"Eu te amo"... foi tudo que pude ouvir da sua voz delicada e rouca, antes de entregar-me ao sono.

 𝕃𝕒 𝕄𝕒𝕣𝕗𝕚𝕒 - Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora