𝕃𝕒 𝕄𝕒𝕣𝕗𝕚𝕒 - Ohanitta

Ela realizou o que queria.

Larissa:

Quando os chutes dados por Nicolas se tornaram mais intensos para Ohana, senti suas unhas perfurarem minha pele. Já precisávamos rever o quanto havia dilatado. Eu estava com ela na água por mais ou menos quatro horas...

Aquilo tudo demorou horrores e eu longos minutos eu já observava, o quanto ela estava cansada.

-Kathy: Já estamos em quatro horas de parto ativo. - soou paciente, a obstetra.

Lexa caminhou até a borda da piscina com uma toalha em mãos, quando ajudei Ohana a sair da água. A enrolei deixando-me descoberta, afinal ela era minha única preocupação. Pude sentir as mãos de Lauren envolverem minha cintura enquanto minha atenção era dada por completo a outra mãe dela. A toalha quentinha foi posta em minha cintura e presa com facilidade. Onde sussurrei um gentil "obrigada".

-Ohana: Me desculpa... - ela soou frustrada quando segurou minha mão, machucada pelos apertos dados por ela.

Em algum momento da intensa dor, suas unhas cravaram-se com tanta força, a ponto de ferir.

-Larissa: Está tudo bem. - sorri ladina, acariciando seu rosto. - Você não fez nada de errado.

Segurei sua mão e caminhamos lado a lado até a cama, em passos curtos e guiados por mim. A  confortei em uma posição melhor, tendo-a entre minhas pernas, com o corpo relaxado no meu. Suas mãos repousavam sobre minhas coxas e sua respiração parecia mais descompassada.

-Ohana: Promete que vai ficar tudo bem? - questionou fraco, em um resquício de sanidade devido a dor extrema. - Você nunca quebra promessas... preciso que prometa.

-Larissa: Eu prometo. - sussurrei antes de selar um beijo em sua testa.

Kathy fez o toque e assentiu, estávamos quase lá... Nic já estava bem perto.

-Kathy: Preciso que faça força. - a mulher sorriu, e os olhos de Ohana marejaram.

Era um momento incrível, mas tremendamente doloroso.

Eu a ajudei, mas o esforço foi todo seu. Por Deus! O grito da maternidade chegava a arrepiar minha alma, a levava-a gritar em piedade.

-Ohana: Vida... - chamou cansada após algumas tentativas. - Dói muito!

-Kathy: Mais um pouco, você consegue. - disse tranquila, em confiança e tranquilização.

-Larissa: Pode apertar minhas mãos... como fez antes. - sussurrei ao seu ouvido, e ela pareceu um pouco mais segura. - Não importe-se se sair sangue. Apenas faça força. Eu estarei aqui...

Enquanto ela chorava em meio a força feita, eu podia sentir o ardor das suas unha ao adentar minha pele. Seus olhinhos fechados enquanto o corpo inclinava-se colocando toda força que tinha, levava-me a querer tomar toda aquela dor para mim.

-Larissa: Você consegue! - sussurrei quando ela aparentou se sentir fraca.

(...)

Sentei-me melhor, e a induzi a colocar força. Precisávamos de pouco, mas aquele pouco demorou horas. Ohana estava mais que exausta quando Nicolas finalmente nasceu. Em cansativas 5 horas e 43 minutos de parto ativo. Cronometrados.

O choro do bebê ecoou no quarto enquanto o riso em nossos lábios era involuntário. Ohana estendeu os braços e após colocá-lo em uma manta, Kathy o trouxe até nós. Ohana o segurou enquanto eu dava firmeza a ela, tendo os dois nos braços.

-Ohana: É... ele parece com você. - sorriu em meio ao choro.

Enxuguei algumas das suas lágrimas e contive as minhas. A recolhi melhor, mantendo-a mais próxima a mim enquanto tínhamos Nicolas em seus braços. Ela sorriu ladina e virou o rosto, suficiente para que eu beijasse seus lábios.