Lauren:
Quando chegamos ao Canadá, era por volta das 5 horas da manhã. O céu ainda estava escuro e a neblina intensa e fria permanecia.
Ja ao lado de fora do jato, Joe, designado principal segurança de Ohana, a ajudou vestir o sobretudo preto. Que sequencialmente escondeu as curvas esculturais do seu corpo, ao ter os botões fechados. A loira caminhou na frente, ao lado do homem que permanecia inexpressivo em todos os momentos.
-Ohana: As chaves. - a loira pediu, estendendo a mão e então o homem a entregou. Aparentemente era de algum carro.
-Joe: Ficaremos a distância, como pedido pela senhora. - ele disse paciente antes que Ohana o permitisse sair.
Ao nos afastarmos da aeronave, que permanecia no hangar em preparação para o retorno em algumas horas, Ohana nos guiou até o estacionamento privado de Larissa dentro do enorme galpão.
(...)
O sol ainda estava escondido, e podíamos ver apenas o céu acinzentado e escuro do Canadá. Aparentemente o dia seria fechado e frio, o que era de se esperar por estarmos no inverno.
A loira destravou a Mercedes-Maybach com a digital, estar naquele carro era como estar no céu. A tecnologia e os quesitos, valia o dinheiro pago por aquele veículo. Seu revestimento branco dava a ele luxuosidade, e de uma maneira discreta os vidros fumê proporcionavam privacidade.
Assim que Ohana ligou o veículo, os LEDs internos ligaram-se automaticamente. Deixando a iluminação com tonalidade azul, dando mais visibilidade ao interior do carro e aos botões e opções do painel de controle.
Quando se tratava de veículos particulares, minha mãe tinha um extremo gosto refinado e evidentemente luxuoso. Pra ela era necessário alcançar uma alta velocidade, conforto, sem deixar de lado o design de alto patamar. Essa exata limusine, era a combinação perfeita pra ela, satisfazendo assim as elevadas exigência de condutora.
Ohana teve acesso ao endereço através do GPS. Foi mais fácil quando o sol começou a surgir e facilitou a visibilidade, já que Vancouver estava coberta por neblina. Depois de alguns minutos chegamos até o destino marcado, a loira estacionou e esperamos por alguns segundos dentro do carro.
-Ohana: Quer que eu espere aqui? - ela questionou paciente, compreensível e carinhosa como sempre.
-Lauren: Quero que vá comigo. - a pedi rapidamente.
-Ohana: Então, podemos? - questionou ao desviar o olhar do prédio, e direciona-lo a mim.
E então eu assenti, sequencialmente a recém empresária desceu do carro e nos direcionamos a entrada principal do prédio. Tendo acesso permitido, adentramos o elevador e em questão de curtos minutos chegamos ao quinquagésimo nono andar, onde Camila residia. Devido ao aquecimento interno do prédio, a sensação térmica elevou-se.
Camila:
Levantei-me do sofá quando ouvi alguém mexer na fechadura, e a porta se abrir sequencialmente. A figura feminina que eu desejei por dias, estava agora na minha frente. Foi inevitável não ir na sua direção e sentir seu abraço confortável no mesmo instante.
Deixei que ela entrasse com a aparamente amiga, ela havia ficado bem próxima da família Machado e eu ainda não entendia isso. Mas, respeitava sua decisão. A loira permaneceu silenciosa, enquanto escondia as mãos nos bolsos do sobretudo preto que vestia. Ela carregava uma expressão paciente, calma, e singela.
-Lauren: Essa é... - ela olhou pra Ohana e sequencialmente pra mim, como se quisesse me explicar algo. - Minha madrastra. Eu diria segunda mãe, mas ainda não sei se ela permite. - a morena de olhos verdes relatou e imediatamente eu vi a loira sorrir.
Aquilo foi incompreensivelmente chocante. Como? Eu sabia que Lauren não tinha ligação familiar com ninguém, e sempre que eu tentava entrar nesse assunto ela fazia questão de mudá-lo e negar-se a abrir-se comigo.
-Ohana: É complicado, mas vai entender. - a loira me tranquilizou de certa forma, já que a incompreensão era notória em minha expressão facial.
(...)
Lauren me ajudou a terminar de guardar algumas coisas na mala e por fim eu estava mais que pronta pra ir embora com ela. Não iríamos conversar agora, não tínhamos tempo pra isso. Eu havia discutido com Shawn e mencionado o fim do nosso relacionamento, mesmo que no momento de raiva ele não tivesse levado muito a sério. O empresário retirou-se do meu apartamento ainda furioso, após eu o expulsa-lo. Shawn não era violento comigo, mas era impulsivo e seus momentos de raiva ainda assim eram assustadores. Seu tom de voz se tornava rude e sua postura gélida me transparecia ódio.
Estando a sós com a morena no quarto, enquanto sua madrasta esperava na sala. Pude ter um curto momento com ela, enquanto ainda permanecíamos no apartamento. Lauren se aproximou tocando meu rosto delicadamente, enquanto aqueles olhos verdes como esmeraldas me encaravam tranquilamente.
-Camila: Eu senti tanto a sua falta... - mencionei em um sussurro.
Seus lábios tocaram os meus em lentidão, um beijo calmo e repleto de afeto. Eu podia sentir cada arrepio percorrer meu corpo enquanto sua mão segurava-me pela nuca com firmeza.
-Lauren: Temos que ir. - ela enunciou assim que afastou sua boca da minha.
Pude observar suas pupilas dilatadas por alguns segundos e então entrelacei minha mão a sua, guiando-nos para fora do quarto.
Ohana:
Após esperar elas buscarem o que era necessário, levantei-me do sofá e guardei o celular onde mantinha contato com minha esposa, que evidentemente se mantinha acordada. Ainda era cedo o suficiente para que saíssemos ser sermos fotografadas ou surpreendidas por algo.
Ajudei Camila guardar as malas no carro e posteriormente o adentrei. Ambas se mantiveram caladas enquanto eu dirigia até o hangar outra vez, retornaríamos no mesmo momento para casa. Pelo retrovisor eu podia ver o Cadillac preto nos seguir, era Joe.
(...)
O garoto ordenou que levassem as malas para o jato, e depois de reposicionar o carro no estacionamento, ele se dirigiu até mim.
-Joe: Estamos apenas aguardando a liberação da pista, e sequencialmente sairemos, senhora. - ele explicou-me paciente.
Assenti, compreensiva e me mantive ao lado de Lauren, que permanecia com a jovem modelo em seus braços.
Larissa:
Já era por volta das 7:15 da manhã, por cerca das 9:00 Ohana chegaria. Eu não havia dormido, e nem se quer conseguia. Como ela chegaria cansada e logo teria que ir com as crianças, Otávio pediu que eu o deixasse ir com as gêmeas e então eu o permiti. Segui o que tinha que fazer, entretanto, me disponibilizei a participar da reunião da empresa no formato online.
Eu não vi quando minha esposa retornou, só sai do escritório por volta das 11:00 da manhã quando finalmente aquilo tudo acabou. Desci as escadas e a encontrei sentada no sofá, carregava olheiras intensas enquanto mexia no celular. Caminhei em sua direção e então ela deixou o aparelho de lado e levantou-se.
Deixei um beijo rápido em sua boca e ela sorriu fraco, antes de chamar-me pra irmos pro quarto.
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𝕃𝕒 𝕄𝕒𝕣𝕗𝕚𝕒 - Ohanitta
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