Medidas Drásticas...

161 27 4
                                    



          Após a conversa com o reitor, Dipper voltou para seu quarto. Largou os livros sobre a cama e foi até a cozinha. Enquanto lanchava, lembrou-se do cartão que recebera, há algumas noites. Curioso em descobrir mais sobre o homem que o ajudara, na ocasião, Dipper procurou o cartão.

            Não havia um nome, apenas duas iniciais: B.C. e um número de telefone. Porém, um detalhe chamou a atenção: não parecia ser um cartão de visitas qualquer, era mais personalizado e o material era de ótima qualidade. O que significava que era entregue a poucas pessoas.

           Dipper suspirou, meio decepcionado... O misterioso senhor B.C. continuava sem um nome. Guardou o cartão com cuidado. Talvez, outra hora, ligasse para ele para lhe agradecer... No momento, Dipper tinha assuntos mais urgentes para se preocupar. O reitor fora compreensivo e prometeu ajudar. Dipper precisava reunir alguns documentos e, no dia seguinte, o advogado entraria com a petição junto ao juiz da Vara Familiar.

            Dipper tinha consciência que seria um golpe duro em sua mãe, mas ele não iria recuar. O que acontecera fora a gota d'água! Mas, entre ser filho de um canalha como Raul Montijo ou ser filho de pai desconhecido, Dipper não tinha dúvidas... Preferia não ter pai!

           E era isso mesmo que pediria ao juiz: a exclusão do nome de seu pai em todos seus documentos! Desse modo, Dipper se chamaria apenas Mason Pines. E ele mal podia esperar o dia em que se livraria do sobrenome de seu pai biológico!

            Claro que teria que alterar os documentos, inclusive do passaporte! E não poderia demorar muito, afinal se conseguisse o intercâmbio na Inglaterra, precisava estar com tudo em ordem! Mas, não estava muito preocupado, pois sabia que o advogado, indicado pelo senhor Smith, era esperto e experiente com casos dessa natureza. E ele daria um jeito para que a sentença não demorasse a sair.



            Os dias passaram voando e quando Bill se deu conta era quase fim de semana. As negociações com sir Horace foram progredindo num modo satisfatório e logo fechariam um contrato. O que aborrecia Bill era que sir Horace queria convidá-lo para jantar em sua casa. E Bill não estava disposto a passar mais uma noite, sentado ao lado de Loretta, novamente!

            Evitou ler as colunas sociais, limitando-se às colunas financeiras. Mas sabia que as especulações estavam a mil... Principalmente, após o último encontro entre eles. Loretta contara a todos sobre seu relacionamento anterior. E posara como a pobre garota obrigada a casar contra sua vontade e abandonar o amor de sua vida. E, com isso, conquistara a simpatia de muitos... e todos especulavam se haveria um final feliz entre eles, agora que se reencontraram.

           Bill quase podia rir da atuação dela... Ela era uma ótima atriz, digna de ganhar um Oscar! Ou um pelo menos um troféu Framboesa de Ouro, por sua interpretação melodramática!

           Porém, era necessário se encontrar com sir Horace novamente... E Bill decidiu convidar o homem e sua esposa para um jantar. Sabendo que Loretta se incluiria no convite, Bill tratou de tomar algumas precauções. Após fazer o convite e confirmar a presença do casal, decidiu pôr seu plano em prática. O jantar seria na noite seguinte, após a assinatura do contrato. Seria uma espécie de comemoração...

           A primeira parte de seu plano foi posta em prática assim que concluíram as negociações. Sir Horace esteve no escritório para assinar e Bill o apresentou aos outros associados. Principalmente ao vice-diretor, Roger Hoover. Roger trabalhava com Bill desde que inauguraram o escritório. Era mais velho e também era casado, o que seria perfeito!

Coração de PinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora