Voltando à Realidade...

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             Bill acordou e por alguns instantes não se lembrava de onde estava. Logo percebeu que estava no quartinho dos fundos da cafeteria. Ele se espreguiçou e foi lavar o rosto. Surpreendentemente, dormira muito bem... Um pouco devia ser pelo fato que estava cansado e também a conversa com Donna fora meio que libertadora. A mulher o ouvira e o aconselhara... Quase igual como uma mãe faria!

             Ele fora dormir bem tarde... Como a chuva não parava e ele estava sem celular, Donna ofereceu o seu telefone para que ligasse para sua casa e avisasse que não voltaria para dormir. Depois, ela disse-lhe que dormisse no quartinho dos fundos...


          "Está tarde, Bill..." – disse ela para lhe convencer a ficar. "Não vai conseguir um táxi agora! Durma aqui e volte para casa de manhã! Assim você descansa e recarrega o celular."

           "Não será incômodo, Donna?" – indagou Bill.

           "De modo algum, Bill! O quartinho está vazio, por enquanto! Eu o mantenho sempre limpo, para alguma emergência... e esta é uma emergência!" – respondeu Donna. "Você pode ficar lá, por hoje e amanhã de manhã, volta para casa! A chuva terá passado e o seu telefone estará recarregado!" – ela lhe entregou uma chave, convencendo-o.

             "Obrigado, Donna... Eu não sei o que dizer!" – disse Bill ao pegar a chave.

              "Amigos são para isso, Bill" – respondeu ela. "Tem mais cobertores no armário e uma toalha limpa no banheiro... Tome um banho quente antes de dormir... vai ajudar a relaxar!"

              "Sim, mamãe Donna!" – brincou Bill ao se dirigir para o quartinho. "Boa noite a todos!"

               "Boa noite, Bill... até amanhã!" – respondeu ela sorrindo carinhosa.


             Como não tinha outra roupa, Bill dormira apenas com a boxer e pendurara a que usava e estava úmida, num cabide. Ele a recolocou e, antes de sair, arrumou a cama. Felizmente, Donna abria a cafeteria cedo. Ele agradeceu a gentileza dela e prometeu que apareceria mais vezes... para conversar e beber café! E, assim que o táxi chegou, ele voltou para casa.

             Will o abraçou assim que lhe viu entrar na sala. O garoto sempre se preocupava quando Bill saía e demorava a voltar – resultado de sua infância difícil. Felizmente Mason ficara lá com ele, para que não se sentisse sozinho!

             "Calma, Will... eu voltei! Não precisava ficar triste, maninho!" – sussurrou Bill com carinho, ao retribuir o abraço.

              "Eu tive medo..." – Will fungou. "Medo que você não voltasse mais... como a mamãe!"

              "Eu não vou te abandonar, Will... eu prometo!" – Bill o consolou. "Eu sempre vou voltar para casa! Nunca mais você ficará sozinho!" – ele olhou para Mason que estava por perto. "E o Mason também promete!"

               "Eu pedi que ele ficasse... não brigue com ele, por favor!" – Will suplicou.

               "Eu não vou brigar, Will... eu vou agradecer!" – Bill olhou para Mason. "Obrigado por ficar com ele, Mason! Eu sei o quanto isso é importante para meu irmão!"

              "Não foi nada de mais, Bill..." – Mason respondeu sorrindo. "É meu dever, como guarda-costas... e também como namorado!"

               "Agora, irmãozinho..." – avisou Bill se soltando do abraço devagar. "Eu preciso tomar um banho e ir para o trabalho. E você precisa ir para a escola!"

Coração de PinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora