Uma Luz no Fim do Túnel...

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           Escuridão... sem fim!  Vozes... alguém chamando:

          "Dipper, filho... Pinetree... Pinetree... acorde... volte para nós!" 

          "Me perdoa... Pinetree!"

           E sons repetitivos: "Bip... bip... bip...bip..."

          As vozes mudavam... elas chamavam por seu nome... imploravam para que acordasse.

          E então, silêncio novamente...

          Aos poucos, seus olhos foram abrindo-se devagar, ainda incomodados pela luz forte, após dias de escuridão total... E a primeira coisa que percebeu foram dois olhos castanhos, suaves e conhecidos, pertencentes à sua mãe! E ela estava chorando... Dipper tentou levantar a mão para limpar suas lágrimas, porém, não tinha forças... Ela sorriu docemente e sussurrou:

       "Meu filho... você acordou, meu amor!" – ela acariciou seu rosto com delicadeza. "Não se esforce... você esteve inconsciente por vários dias!"

         Dipper fechou os olhos, tentando processar a informação. Aos poucos, lembrou-se de tudo que acontecera, desde quando saíra do campus para pegar o avião... A preocupação em chegar a tempo, o encontro com Billy, a discussão com ele e tudo mais e depois, dor e escuridão sem fim! 

        Enfim, Dipper percebeu que, se esteve inconsciente por dias, isso significava que ele perdera o intercâmbio na Inglaterra! Seus olhos encheram-se de lágrimas, marcando seu rosto pálido.

        "Shhh... shhh... não chore, meu filho!" – sua mãe o consolou, limpando suas lágrimas suavemente. "Você precisa se recuperar... senão, não terá forças para viajar!"

         Dipper queria perguntar, mas sentia-se cansado e sem forças para permanecer acordado. Em seguida, ele voltou para o vazio confortável da inconsciência, onde nada o perturbava... Sua mãe beijou-lhe com carinho na testa, antes de tocar a campainha para chamar o médico e avisar que ele havia acordado.

        Logo depois, após a saída do médico, Bill entrou no quarto. Porém, Dipper estava dormindo novamente... Agora começaria o período de recuperação lento e difícil. Dipper precisaria de muita atenção nos próximos dias, para recuperar suas forças. E voltar a comer normalmente, sem ser por sonda ou por soro. E Bill aguardava ansioso por isso. Ele queria falar com Dipper para se desculpar e contar toda a verdade...

        Nos dias que se seguiram, Dipper alternou momentos em que esteve acordado e outros em que voltava a dormir. Aos poucos, os tubos de soro foram removidos e a máscara de oxigênio, retirada. O rapaz estava ficando mais forte a cada dia. E sua mãe vinha para lhe alimentar com comida pastosa, como um bebê. Porém, todas as vezes que Bill vinha, Dipper estava dormindo...

         Numa tarde, Dipper recebeu a visita do reitor, que lhe disse que havia uma chance da Universidade de Oxford rever sua posição, devido ao estado de saúde dele. Inclusive foram enviadas todas as informações sobre esse assunto, além de laudos assinados por três médicos, atestando a veracidade. E havia uma boa chance de reverter a situação de Dipper em relação ao intercâmbio.

          Essa notícia animou Dipper um pouco, que o fizeram sentir mais vontade de melhorar. A visita de Donna e também de Nick ajudaram também... a simpática senhora demostrou todo o seu carinho, típico de uma mama italiana, fazendo Dipper rir com suas brincadeiras e piadas. E também seus colegas da Universidade haviam mandado mensagens de apoio a ele.

Coração de PinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora