Um Encontro Às Claras...

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              Bill terminou de limpar as mesas e foi lavar as xícaras... O trabalho não era difícil, afinal fizera isso por muito tempo! E o domingo à noite era bastante tranquilo. Normalmente apareciam poucos clientes e na maioria eram estudantes... o som da sineta o alertou que alguém adentrara no recinto. Enxugando as mãos, Bill foi atender o cliente: um rapaz moreno bastante familiar.

         "Um cappuccino com creme, por favor!" – pediu o rapaz.

          Bill anotou o pedido e foi preparar a bebida. Felizmente, ele ainda se lembrava de como fazer... Alguns minutos depois, Bill voltou trazendo a xícara com a bebida fumegante. O rapaz levantou a cabeça devagar e agradeceu. Bill aguardou alguns instantes e se afastou em seguida. Logo ele recordou-se do rapaz: era o mesmo que lhe trouxera o café, dias atrás... Dipper, isso mesmo Dipper, era assim que Donna se referira ao rapaz moreno.

           Donna entrou e foi conversar com ele. Bill ficou afastado, mas percebeu que a conversa era bastante tensa... O garoto parecia estar triste ou aborrecido. Ou as duas coisas juntas. Viu Donna o abraçar com carinho e o consolar. O garoto estava com problemas, e dos grandes! Bill lembrava que Donna mencionara que o rapaz tinha problemas com o próprio pai. E, pelo jeito continuava tendo...

          Quando Dipper foi pagar pela bebida, seus olhares se encontraram... Dipper sorriu ao reconhecer Bill. E, Bill percebendo que fora reconhecido, tentou sorrir encabulado.

           "Você está trabalhando aqui, agora?" – indagou Dipper. "Donna é uma ótima pessoa... você vai gostar daqui."

             "O-obrigado... eu comecei há alguns dias." – respondeu Bill, entregando o troco.

             "Que bom que arranjou um emprego! As coisas sempre melhoram quando temos um trabalho." – disse Dipper, guardando o troco no bolso. "Boa sorte e bom trabalho..." – ele saiu em seguida, acenando para Donna que estava no fundo do salão.

             "Obrigado... garoto!" – respondeu Bill sem acreditar que Dipper não o reconhecera como um milionário, apenas como um desafortunado que estava num péssimo dia.

             Quando mencionou sua descoberta para Donna, ela riu e o consolou:

              "Não fique chateado, Bill... nem todo mundo lê as colunas sociais ou as notícias financeiras."

           "Mesmo assim, foi estranho..." – rebateu Bill. "É a primeira vez que acontece isso comigo!"

           "Não se pode ganhar todas, meu caro!" – Donna colocou a mão em seu ombro, dando uns tapinhas. "Bem vindo ao mundo real, onde você é praticamente invisível!"

            Bill sorriu e voltou para a pia para terminar de lavar a louça... Seu expediente só terminaria após a meia noite!



           Enquanto isso, na mansão Braxton, Loretta estava possessa... Após gastar muita saliva e praticamente implorar aos seus tios, ela havia conseguido convencê-los a levá-la junto ao jantar oferecido por Bill para comemorar a conclusão de um acordo financeiro vantajosa para ambas às partes.

             Sir Horace comentara que era um ótimo negócio para todos, o que significava mais dinheiro também! Loretta ficara abismada com a capacidade de Bill farejar um bom negócio... e a cada negócio bem-sucedido, mais rico ele ficava. E Loretta estava ávida em pôr as mãos nessa fortuna.

Coração de PinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora