Não é da Sua Conta!!!

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         Dipper voltou-se para o lado ao ouvir a ordem e surpreendeu-se em ver Bill, ali perto, com uma cara de poucos amigos. Aproveitou o instante de hesitação de Gideon para conseguir se soltar e correr até Bill. Bill o puxou para si numa atitude protetora.

         "Como você se atreve a me dar ordens?" – rosnou Gideon ao se recobrar do estupor momentâneo. "Não se meta em um assunto particular... isso não é da sua conta!"

          "Se alguém está sendo intimidado ou ameaçado na minha frente, eu tenho o dever de intervir!" – respondeu Bill sem se abalar. "Eu seria um canalha se não fizesse algo!"

            "Nós só estávamos conversando... não era nada de mais!" – Gideon tentou se eximir. "Eu e ele temos assuntos pendentes..."

            "Pois me pareceu que ele não estava querendo falar com você! E também não queria ir para outro lugar..." – Bill ponderou, sorrindo com ironia. "Podiam conversar dentro da cafeteria... seria mais correto e menos inadequado!"

           "Não vou discutir com um reles garçom!" – Gideon vociferou, ainda mais irritado. "Venha comigo, Dipper! Nós precisamos continuar a nossa conversa... Agora!" – Ele apontou para o carro.

            "Ele só irá se quiser..." – Bill olhou para Dipper que meneou a cabeça em negação. "E ele não quer! Portanto, faça a gentileza de embarcar em seu carro e partir daqui, imediatamente!"

           Gideon ficou boquiaberto com as palavras de Bill e sua raiva aumentou ao ver Dipper abraçando o outro como se pedisse proteção. Percebeu que seria tolice continuar a discussão e se retirou derrotado momentaneamente. Antes de entrar no carro, ele fez uma última ameaça:

            "Isso ainda não acabou, Dipper! Eu voltarei outra hora..."- Gideon apontou o dedo para Bill, antes de continuar. "E quanto a você... não pense que vai ficar assim! Eu vou acabar com você! Ninguém insulta Gideon Gleeful e sai impune!"

             Bill se limitou a dar de ombros como se não fosse nada de mais! Ele permaneceu no mesmo lugar até o carro de Gideon desaparecer à distância. Então, se dirigiu ao rapaz que ainda o abraçava assustado e indagou suavemente:

           "Você está bem, Pinetree? Ele lhe machucou?"

           Dipper levantou a cabeça e se afastou, corando levemente. Ele estava envergonhado de sua atitude anterior. Ele não costumava sair por aí, abraçando o primeiro que aparecesse.

           "S-Sim, eu estou... b-bem!" – gaguejou Dipper ainda mais corado. "O-obrigado... e desculpe por lhe agarrar assim! Eu... eu estava com medo!"

          "Ei, não precisa se desculpar... Pinetree!" – Bill sorriu carinhosamente. "Eu posso lhe entender... e não estou nem um pouco ofendido! Na verdade, eu até gostei do abraço!" – ele piscou.

           Dipper abaixou a cabeça, vermelho como um tomate. Bill, percebendo que o garoto precisava se acalmar, pegou em seu braço e o levou para dentro da cafeteria. Deixou Dipper numa mesa num canto – a mesma que normalmente usava e foi buscar um café bem forte. Colocou alguns biscoitinhos de coco num pires e trouxe também!

            "Aqui está, Pinetree..." – disse Bill colocando a xícara na sua frente. "Um mocaccino especial da casa! Beba enquanto está quente... trouxe uns biscoitinhos para acompanhar!"

             Dipper olhou para a xícara e depois para Bill. Um sorriso agradecido pelo gesto carinhoso apareceu em seu rosto, ainda levemente corado. Devagar, Dipper bebeu o café e também comeu os biscoitos. Bill se afastou, deixando-o sozinho por alguns instantes. Sabia bem que Dipper precisava de um tempo, antes de falar qualquer coisa...

Coração de PinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora