A Simetria

Capítulo 11 - Algo corre em minhas veias

A terra já estava molhada e já havia um buraco de mais ou menos um metro e meio de profundidade. Não tinha nada, e o sol já estava saindo ali no oeste. Eu continuava afundando a pá mais e mais na terra, tentando saber o porquê dos mortos da minha visão apontara para este local.

Eu tinha cansado quando sentei ali mesmo e joguei minha pá para o alto, quando a Sunny deu uma grande pazada naquele fundo buraco fazendo escutarmos um som de algo de madeira sendo perfurado. Assustei-me e a mandei continuar.

- Eu acho que tem algo aqui. – Ela disse sem fôlego.

O Richard pegou a pá e perfurou mais e mais, até conseguir tirar uma caixa enorme de madeira com a minha ajuda e a da Sunny. Nós puxamos até fora do buraco, e a estudamos por um tempo.

- O que seria isso? – Eu perguntei.

- Vamos abrir para descobrir. – Disse o Richard.

Ele chegou perto da caixa que tinha mais ou menos sua altura, e tentou arrancar o cadeado que estava a fazendo fechar.

- Não abra isso! – O Senhor Bill disse atrás de nós com a Senhora Emma do lado.

- Por que não, pai? Vai esconder isso mais uma vez de mim?

- Não! Nós vamos explicar tudo para vocês, e daí vocês vão poder ficar com isso para ter a decisão do que fazer.

O Senhor Bill tirou uma chave do bolso e mostrou para nós. Nós nos entre olhamos e nos separamos da caixa. Eles andaram até a casa sem nos olhar nos olhos e entraram. Nós fomos atrás e eu comecei a ficar com medo.

Eles estavam sentados no sofá com as cabeças baixas e nós também sentamos no sofá a sua frente.

- Desembuchem! – Richard disse.

- Você já deve ter visto a caixa da Senhora Beth, e... A única coisa que eu posso dizer é, sinto muito. Sinto muito por nós não ter contado antes uma coisa tão pequena assim, e que se tornou uma coisa muito grande.

- Pai, fale logo.

- Você não é nosso filho. Você é filho do filho da Senhora Beth. Eles não quiseram cuidar de você, e como nós não poderíamos ter filhos, eles nos deram você como um presente.

- Eu não estou entendendo, o Jack é aquele homem que veio aqui, naquele dia comprar uma seringa de uma substância que pode até matar uma pessoa.

- O que? Vocês ainda tem contato com o Jack? – Perguntei.

- Sim... E aí vem outra parte. Aquela seringa foi para você, Kyle, e ela está com a substância dentro de suas veias.

- Não pode ser! Vocês não fizeram isso outra vez. Eu já falei que não poderiam ficar vendendo essas coisas perigosas novamente! – O Richard disse.

- Eu... Posso... Morrer? – Eu disse tremula.

- Eu acho melhor isso ter uma cura, porque senão vocês estarão mortos! – A Sunny disse.

- Nós estamos estudando, mas ainda não... – A Senhora Emma disse.

- Não acredito! – o Richard disse jogando um elefante de porcelana que estava em cima da mesa para longe, o estourando na parede.

- Eu ainda não acredito que posso morrer a qualquer momento. – Eu disse.

- Não é a qualquer momento. Essa substância é feito com a Cannabis e ela vai matando todos os seus neurônios até você ficar inconsciente.