Capítulo 3 - Amiga ou inimiga?

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Tinha comprado três passagens para o próximo voo à São Francisco que saía às duas horas da manhã daquela madrugada, já tinha feito check in e revistado nossas malas. Sentamos no banco e ficamos esperando a chamada, então resolvi ligar para a Sunny. Disquei o número do sanatório no meu celular e esperei resposta da outra linha.

- Hayley do Sanatório Medium, boa noite.

- Kyle Hones, boa noite. Queria saber se ainda estão passando as ligações para os pacientes...

- O tempo de receber chamadas acaba daqui a dez minutos. Com qual paciente a senhora gostaria de manter contato?

- Sunny Mitchel, por favor.

- Só um minuto. - Um "BIP" soou no telefone e demorou mais ou menos quarenta segundos para que passassem a ligação.

- Kyle? - Disse a Sunny do outro lado da linha.

- Sunny... Eu irei viajar, queria dizer adeus. O voo sai às duas horas da madrugada e que já comprei as três passagens.

- Ok... Boa sorte e até qualquer dia. - Ela disse e desligou.

Eu abracei a Emmy que estava dormindo com a cabeça encostada no meu ombro. E adormeci ali vendo os aviões decolaram de um por um, até que desse a hora da partida. Acordei e faltavam alguns minutos para que o avião partisse. Acordei a Emmy e me coloquei perto do centro de informações para perguntar algo ao fiscal.

- Como eu posso fazer para que meu passaporte fique privado?

- A senhora não quer que ninguém saiba que pegou este trem?

- Não, é uma questão pessoal.

- Mas infelizmente não podemos. A central precisa ter suas informações para no caso que aconteça algo grave.

- Não tem nada que eu possa fazer?

- A senhora só poderá deixar privativo para algumas pessoas, mas se a central quiser ver teremos que desbloquear. No caso, também seremos obrigado a desbloquear, para alguém que traga provas de que a senhora fez algo ilegal.

Concordei em decorrer aos processos, ele foi até a central e deixou minhas informações privadas. Faltavam alguns minutos, então decidi ir ao banheiro enquanto tudo por ali estava calmo. Acho que meus pensamentos fluíram muito alto. Algumas pessoas saíram correndo gritando algo como "A moça está com uma arma". Agarrei a Emmy entre meu quadril e entramos no banheiro.

Fomos até uma cabine próxima, e entramos. Ninguém entrou. Apenas era eu e a Emmy ali dentro, e fora no corrimão que dava para um enorme espelho não havia nenhum corpo se quer.

- Quem está com uma arma, mamãe? - A Emmy perguntou ainda sonolenta.

- Não sei. Filha! Mas iremos sair daqui logo, logo. Só bastam alguns minutos.

Ficamos ali paradas até que desse a hora exata do voo, quando a porta se abriu. Coloquei minha cabeça por entre a parte aberta de baixo da porta e vi botas pretas com vestígios de lama.

- Não fale nada! - Sussurrei nos ouvidos da Emmy.

As botas caminhavam em direção as cabines, quando fiz sinal para que a Emmy subisse no vaso sanitário. As coisas ficaram melhores quando um grupo de jovens entrou no banheiro conversando super alto. Vi a oportunidade de tentar sair dali viva. Algo me cheirava mal e meus instintos não falhavam, posso dizer que nunca falhou.

Abri a porta e as meninas se assustaram. Olhei para meu lado esquerdo e vi a Sunny. Ela estava de preto, parecia mais pálida e tinha seus cabelos presos em um rabo de cavalo, estavam maiores e parecia que não era cortado há anos.

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