Capítulo 17 - Gray Hotel

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O carro que pegamos da Alia, balançava enquanto o Richard dirigia até um hotel o mais longe o possível dali. Eu olhava para fora da janela e a cena dos tiros e da morte da Alia se repetia várias vezes na minha mente. A Sunny pensava do outro lado da janela, e eu não me desligava um segundo. Meus nervos estavam à flor da pele e nem parecia que já estávamos no carro há mais ou menos uma hora.

- Eu não sei andar por esse lado de Manhattan. Então quando chegarmos numa estrada com mais movimento eu perguntarei a alguém sobre algum hotel com bom custo para ficarmos por um tempo.

- Tudo bem. Só preciso tomar um banho e dormir.

Desviei meu olhar do retrovisor de dentro do carro, o qual me permitia olhar o Richard, e coloquei os olhos no céu novamente. O sol já não estava mais quente, ele estava quase desaparecendo entre as nuvens e eu estava ficando com frio.

- Será que dessa vez a Alia está definitivamente morta?

- Não sei, nunca quis tanto o mal dela como quis hoje. E isso é horrível.

- É normal, já que ela fez coisas horríveis com vocês. – Disse o Richard entrando no assunto.

Eu e a Sunny nos olhamos por alguns segundos e não dissemos nada naquele momento, ela virou o rosto sem expressão para fora do carro, como se não estivesse satisfeita com algo que eu fizesse. Então deitei minha cabeça no apoio do carro e fechei os olhos.

Depois de alguns minutos o carro parou. Levantei a cabeça e observei que o Richard perguntava a uma pessoa que estava ali na estrada um hotel em que pudéssemos ficar por alguns dias.

- Bem... Tem um virando a esquerda perto do lago. – Disse o Senhor.

O senhor que falara não era um dos mais bem apresentáveis, ele vestia preto da cabeça aos pés e estudava o carro com certa desconfiança. Talvez ele soubesse que viemos de longe, ou que estávamos nos escondendo de algo. Além do senhor, existia uma menina, que também vestia preto. Ela nos olhava como se soubesse quem nós éramos, ficava olhando para o senhor e para mim como se quisesse o avisar.

- OK. Obrigado, iremos até lá.

O Richard deu suas últimas palavras e então acelerou, os olhos da garota permaneciam vidrados em mim de acordo com o movimento que o carro ia para frente. Não me pus a colocar a cabeça para trás e observar se eles ainda olhavam, o clima ficou tão melhor depois de ter saído de perto deles que eu achava melhor não deixar parecer que fiquei desconfiada.

- Nós vamos para esse hotel mesmo? – Disse.

- Temos outra opção? – Disse a Sunny.

Ela me olhou com o olhar vazio, como se ela tivesse sido grossa por opção. Então tirei a minha visão dela e olhei o Richard saindo da estrada e entrando em direção a um pequeno lago que tinha ali. A vegetação ficava mais ampla, as árvores e grama eram enormes como se não eram cuidados há um bom tempo. Richard levou o carro até uma área que tinha uma placa com "Estacionamento", mas na qual não tinha nenhum carro. Deixou o carro lá e saímos.

- Mesmo com bota é como se sentimos a grama fria... - Disse a Sunny.

- É como se aqui tivesse chovido, mas na outra parte não.

- Sim, estranho. É como se essa parte não fizesse parte de Manhattan.

- Vamos entrar! – Disse o Richard.

O hotel não era tão longe do estacionamento. Existia um caminho que ao seguir, levaria até a porta do hotel. Nós já estávamos entrando quando alguém gritou de longe...

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