Capítulo 2 - Sime... O que?

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Ao chegar a casa tranquei as portas e as janelas. Alguém estava me seguindo novamente. Há quatro anos, antes de eu voltar para o Havaí, eu e minhas três amigas tentamos desvendar quem matou nossas mães e acabamos fazendo nossa própria cova. Pra ser sincera... A cova da Alia. Nossas mães morreram no mesmo dia, pela mesma pessoa.

Suas mortes foram causadas pelo meu próprio pai, Jack. O mesmo que dera o nome para a Emmy, e eu estaria o procurando até descobrir que ele realmente estava morto. Alguém dera o nome do Jack para a Emmy, e alguém estava querendo me deixar louca que nem da primeira vez.

Eu não poderia cair dessa vez como na primeira. Nós fomos tolas o bastante para perder uma de nós, e eu fui tola ao ter minha amiga presa em outro sanatório.

- Mamãe? – A Emmy disse.

- Sim?

- Chegou uma mensagem em seu notebook.

Corri até o notebook, e o abri. Tinha chegado uma mensagem da minha pesquisa sobre os pais biológicos da Emmy. Ninguém foi encontrado a não ser a mãe da falecida mãe biológica da Emmy.

Encostei-me a na cabeceira da cama, enquanto a Emmy sentou na minha frente me olhando intensamente. Trocamos vários olhares quando ela resolveu falar alguma coisa.

- A senhora vai fazer o que agora? – Ela disse.

- Sobre o que você está falando? – Eu disse.

- Sobre a pessoa que está lhe perseguindo outra vez.

- Como você sabe disso?

- Eu não sei... É confuso.

- Emmy... – Suspirei fundo. – Quem desenhou e escreveu no seu quarto esses dias? Quem você deixou entrar aqui?

- Foi à alma do papai.

- Que alma? Que pai? – Eu disse confusa.

- Ele disse que era meu pai e que iria ficar tudo bem. Disse também que isso era apenas uma tentativa de te alertar.

- Alertar do que?

- Que nós somos uma simetria.

- Sime... O que? – Eu disse.

A campainha tocou fazendo nossa conversa acabar. Fui atender e era a Débora, a garota que cuidava da Emmy, quando eu ficava fora resolvendo algumas coisas.

- Débora. Preciso que você tome conta da Emmy por enquanto que vou resolver algumas coisas.

- Tudo bem, Senhora Kyle.

- E, por favor... Não abra a porta para ninguém.

Peguei a bolsa e entrei no carro. As ruas estavam quentes por conta do verão no Havaí, mas já estava anoitecendo.

Cheguei a casa na qual o endereço estava anexado no e-mail com o resultado da pesquisa dos pais biológicos da Emmy. O único parente vivo daquela família era a Senhora Margour. Ela morava um pouco distante de mim, a sua casa era simples, mas parecia aconchegante. Cheguei perto da porta e toquei a campainha.

- Anna Margour? - Eu disse quando ela aparecera na porta.

- Sim... - Ela disse sem expressão, me fazendo pensar que ela já me conhecia. - Entre.

Ela deu espaço na porta e eu entrei. Não reparei muito no lugar então a segui até a sala, onde ela sentou e fez sinal para que eu fizesse o mesmo.

A SimetriaOnde histórias criam vida. Descubra agora