Ao chegar a casa tranquei as portas e as janelas. Alguém estava me seguindo novamente. Há quatro anos, antes de eu voltar para o Havaí, eu e minhas três amigas tentamos desvendar quem matou nossas mães e acabamos fazendo nossa própria cova. Pra ser sincera... A cova da Alia. Nossas mães morreram no mesmo dia, pela mesma pessoa.
Suas mortes foram causadas pelo meu próprio pai, Jack. O mesmo que dera o nome para a Emmy, e eu estaria o procurando até descobrir que ele realmente estava morto. Alguém dera o nome do Jack para a Emmy, e alguém estava querendo me deixar louca que nem da primeira vez.
Eu não poderia cair dessa vez como na primeira. Nós fomos tolas o bastante para perder uma de nós, e eu fui tola ao ter minha amiga presa em outro sanatório.
- Mamãe? – A Emmy disse.
- Sim?
- Chegou uma mensagem em seu notebook.
Corri até o notebook, e o abri. Tinha chegado uma mensagem da minha pesquisa sobre os pais biológicos da Emmy. Ninguém foi encontrado a não ser a mãe da falecida mãe biológica da Emmy.
Encostei-me a na cabeceira da cama, enquanto a Emmy sentou na minha frente me olhando intensamente. Trocamos vários olhares quando ela resolveu falar alguma coisa.
- A senhora vai fazer o que agora? – Ela disse.
- Sobre o que você está falando? – Eu disse.
- Sobre a pessoa que está lhe perseguindo outra vez.
- Como você sabe disso?
- Eu não sei... É confuso.
- Emmy... – Suspirei fundo. – Quem desenhou e escreveu no seu quarto esses dias? Quem você deixou entrar aqui?
- Foi à alma do papai.
- Que alma? Que pai? – Eu disse confusa.
- Ele disse que era meu pai e que iria ficar tudo bem. Disse também que isso era apenas uma tentativa de te alertar.
- Alertar do que?
- Que nós somos uma simetria.
- Sime... O que? – Eu disse.
A campainha tocou fazendo nossa conversa acabar. Fui atender e era a Débora, a garota que cuidava da Emmy, quando eu ficava fora resolvendo algumas coisas.
- Débora. Preciso que você tome conta da Emmy por enquanto que vou resolver algumas coisas.
- Tudo bem, Senhora Kyle.
- E, por favor... Não abra a porta para ninguém.
Peguei a bolsa e entrei no carro. As ruas estavam quentes por conta do verão no Havaí, mas já estava anoitecendo.
Cheguei a casa na qual o endereço estava anexado no e-mail com o resultado da pesquisa dos pais biológicos da Emmy. O único parente vivo daquela família era a Senhora Margour. Ela morava um pouco distante de mim, a sua casa era simples, mas parecia aconchegante. Cheguei perto da porta e toquei a campainha.
- Anna Margour? - Eu disse quando ela aparecera na porta.
- Sim... - Ela disse sem expressão, me fazendo pensar que ela já me conhecia. - Entre.
Ela deu espaço na porta e eu entrei. Não reparei muito no lugar então a segui até a sala, onde ela sentou e fez sinal para que eu fizesse o mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Simetria
Mystery / Thriller[OBRA AUTENTICADA NA BIBLIOTECA NACIONAL] Depois de quatro anos do ocorrido em Manhattan, Kyle Hones, volta a correr perigo em busca da sua filha de quatro anos que adotara e que foi raptada. Deixando sua faculdade de química de lado para buscar sua...