Capítulo 16 - Tiros de boas vindas

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Tínhamos saído da casa, estávamos andando pela areia e o clima estava frio. O sol ainda não tinha saído, então apenas andávamos sem rumo tentando encontrar sinais da Sunny. Eu chutava a areia pensando na minha suposição, Alia estaria viva e estaria com minha filha. Talvez esse fosse o motivo da Emmy ficar calma ao lado dela, ela a conhecia.

- E se ela estiver mesmo viva... Por que ela tiraria sua filha de você?

- Eu não sei. Tudo sempre foi confuso. Você sabe, nós vivemos enroladas em segredos e mistérios, matamos pessoas e não somos anjos, mas nós sempre tivemos que fazer algo ruim para ter nossas verdades.

- Então você está me dizendo que por trás disso tem outro segredo?

- Tem que ter. Alia não iria se virar contra nós de uma hora para outra.

- Kyle. Preciso perguntar uma coisa... Você e a Sunny... - Ele parou de andar e me fez parar também pegando no meu braço e girando meu corpo de frente olhando para ele. - Se envolvem há quanto tempo?

- Desde nossa saída do sanatório. Eu não sabia que eu gostava desse outro lado, mas a Sunny me faz sentir bem e eu não vejo problema nisso.

- E eu acho que é assim que você está me fazendo sentir também. Sei que não é uma hora muito boa para falar disso, mas não sei explicar... Você é uma pessoa tão forte.

- Richard, nós podemos falar disso depois?

Devido as minhas palavras ele colocou o dedo indicador sobre minha boca me fazendo não falar mais nada. Ele passou o dedo de cima para baixo, agarrando meu queixo e olhando para minha boca. Naquele momento ficara impressionada de como aquele garoto se parecia com o Jack, e minhas lembranças boas e ruins com o fantasma do meu pai passavam pela minha cabeça me fazendo fechar os olhos.

- Você é linda. - Ele disse e me beijou.

Abri os olhos e estava em um flashback, exatamente no quarto da Emmy na minha casa no Havaí. Ela estava dormindo e estava tranquila, até quando alguém entrou pela janela do seu quarto sem fazer nenhum barulho. Então aquele indivíduo ascendeu à luz deixando revelar seu rosto. Era Alia. Ela entrou, observou se nada estava fora de controle e caminhou até a cama da Emmy.

- Emmy, pobre Emmy. Sabe demais... - Ela disse passando sua mão pelos cabelos da minha filha.

Estava tudo calmo até que outra pessoa entrou no mesmo quarto, fazendo a Alia se assustar e quase gritar com o susto.

- Alia. - Jack sussurrou. - Pensei que você estivesse morta.

- Não posso dizer o mesmo, já que sei que você está vivo há um tempo.

- E por que se fingiu de morta esse tempo todo?

- Você saberá logo, logo.

- E o que você está planejando com minha filha?

Ela ficou calada, só com um sorriso malévolo no rosto, passando a ideia de que não era nada bom o que ela pensara. Jack chegou perto dela e a pegou pelo pescoço, a suspendendo no ar e a olhando olho a olho.

- Você já tentou me matar e não conseguiu, quer matar minha neta agora? - Ele riu. - Saiba que não vai conseguir. Tendo-te nas mãos assim tão perto da morte, não consigo me conter.

Alia então levantou a mão e tirou a máscara que ele tinha no rosto, deixando revelar as marcas de queimadura que estavam em sua pele.

- Você sabe quem fez isso? - Ela disse. - Sua filha esquecida, na qual a mãe você matara?

Eles se olharam, enquanto o Jack a levantava mais ainda.

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