Capítulo 3 - Daryl não tão babaca Dixon

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Genevive Molina

Sinto dedos acariciando meus cabelos, exatamente quando era criança. Abro os olhos e encontro olhos castanhos iguais aos meus, me olhando com um enorme sorriso e é impossível não retribuir.

- Bom dia filha! Não devia estar na cama? - ela diz naquele tom amoroso

- Cama? Para que cama, quando se tem essa ótima poltrona? - falo brincando e me levanto para poder ajudar ela a se sentar. Afinal a doença já não permite que ela faça isso sozinha, ela ainda poder acariciar meus cabelos já é algo extraordinário.

- Quando você reclamar de dor nas costas eu vou rir da sua cara, mesmo sendo minha filha! - Apenas reviro os olhos - Eu vi isso mocinha, agora vamos! O sol já está nos esperando para nossa caminhada diária, ou melhor, a sua já que eu vou ficar sentada nessa incrível cadeira de rodas! - ela diz como se fosse a coisa mais normal do mundo, reviro os olhos novamente e ajudo ela a sentar na cadeira.

Depois de toda nossa rotina da manhã, saímos para caminhar. Guiar minha mãe nessa cadeira de rodas no inicio foi muito difícil, confesso que fiz chorando. Era triste pensar que a mulher que adorava correr e fazer longas caminhadas estava presa a isso.
Agora mesmo inconformada com tudo que ela está passando, me acostumei.
E vejo apenas como um momento nosso, um momento único. Se o que eu posso fazer é levar minha mãe para passeios em uma cadeira de rodas é o que eu vou fazer.

Tudo por ela.

- Eu estava pensando ontem. - minha mãe fala, me tirando dos meus pensamentos. - Você devia entrar em um desses sites de encontro, sabe? Arrumar um namorado... você precisa de alguém e eu gostaria muito de poder conhecer a pessoa que vai conquistar o coração da minha menina antes de partir. - ela diz enquanto caminhávamos e eu dou uma risada - Falo sério, Gen! Você não sai, temos que apelar para os aplicativos então.

- Eu saio com a Bonnie e a Morgan - digo simples e agora quem revira os olhos é ela - Não quero ninguém mãe, estou bem assim! - ela nega com a cabeça e me olha por cima do ombro - Eu não vou entrar em nenhum site de encontro, e se, por acaso, você e a Amélia se juntarem para fazer qualquer coisa do tipo, eu não vou ir. - digo tentando parecer séria, mas querendo rir, pois era bem provável que ela fizesse isso.

- Você é uma grande estraga prazeres, isso sim. Vou pedir para a Amélia me falar sobre bons pretendentes então. Quem sabe achamos algum interessante, hein? - ela diz risonha e levanta a sobrancelha e eu dou risada

- Você quer mesmo me arrumar alguém hein dona Marie? - brinco com ela. - Vamos fazer assim, sem sites de namoro, sem planos mirabolantes seus e da Amélia. - antes que eu possa terminar já vejo sua cara de desagrado e faço um sinal de silêncio com a mão. - Mas aqui e agora eu prometo que vou me abrir a isso, pode ser? - pergunto parando na sua frente e estendo a mão para ela como se estivéssemos a segundos de fechar um grande negócio. Ela não fica contente, pois revira os olhos e suspira em seguida.

- Certo! Vou aceitar porque sei que é o melhor que vou conseguir por hora. - ela estende a mão com certa dificuldade, apertamos e eu não aguento e lhe dou um abraço e beijo seus cabelos - Que filha carente eu tenho, eu e Amélia estamos certas e você precisa de alguém - bufo e ela dá risada.

O restante do dia foi igual a todos os outros: tardes ajudando minha mãe a fazer qualquer coisa decorativa para casa, vendo episódios de novela e escutando todos os comentários da minha mãe. Não que eu esteja reclamando, amo escutar sua voz falando sobre qualquer coisa, mas todo esse romance de novela é muito clichê.
E também temos uma Genevive pensando em todas as contas e o que teria que cortar esse mês, não que tenha muito o que cortar.

In the name of love - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora