Genevive Molina
Costumam dizer que o luto é composto por cinco estágios. Negação e isolamento; raiva; barganha; depressão e aceitação.
Estudos falam que o estágio da barganha vem antes mesmo da morte de fato. E céus! Eu fiz muito isso. Gritava para qualquer deus existente, santos ou qualquer merda de divindade para que curasse minha mãe.A barganha não funcionou para mim.
Sobre negação e isolamento. É tudo que eu tenho feito nos últimos meses. Me negando a aceitar a morte da incrível Marie Molina e me isolando de todo o resto com isso, com a esperança desesperadora que vá mudar algo.
Negação e isolamento também não funcionaram para mim.
Mas agora eu estava focada em apenas uma única coisa. Raiva.
Era o único sentimento presente e ela tinha nome e sobrenome. Rodrigo Molina
Depois que o corpo da minha mãe foi enterrado, eu troquei um último olhar com Amélia e fui a caminho de casa.
Eu tinha um único objetivo em mente.
Achar o maldito número de telefone que minha mãe manteve esse tempo todo guardado.
Estava andando em direção a saída do cemitério quando escuto meu nome.- Genevive. - viro e encontro os olhos azuis de Daryl. - Para onde tá indo ?
- Pra casa caçador, preciso fazer uma coisa. - digo e ele acena e então dá um passo em minha direção.
- Eu te levo. - diz e passa por mim, sigo seu caminhar com o olhar.
- Agora você quer falar comigo? - pergunto irônica ele para e vira em minha direção.
- Não quero falar com você e você também não quer falar comigo. Mas eu não estou te deixando sozinha. - diz e volta a andar. Entramos na caminhonete e silêncio fomos em direção a minha casa.
Não foi nenhuma surpresa que Daryl entrou em casa comigo, assim que fechei a porta de casa entrei no quarto da minha mãe. Procurei em todos os livros, cadernos, todas as folhas soltas e nada do maldito número.Num ato de raiva começo a jogar os livros contra a parede, lágrimas grossas descem pelo meu rosto e meu peito parece queimar. Olho para a cama que minha mãe costumava deitar, com uma força desconhecida por mim e movida ao ódio, começo a chutar desesperadamente a mesma. Dois, cinco, no sétimo chute sinto braços em volta do meu corpo.
- Shh. Tá tudo bem, eu tô aqui! - minha respiração estava ofegante e meu corpo dói. Passo minhas mãos por cima dos braços entrelaçados de Daryl na minha cintura e tento me soltar.
- Me solta Dar. - tento soltar seus braços, mas o mesmo parece apertar ainda mais. - Eu preciso achar. Eu preciso, preciso. - digo repetidamente enquanto tento me soltar. Ele não fala nada e também não me solta. Quando finalmente me acalmo seus braços me deixam e me viro para olhar para ele. - Porque você ainda tá aqui Daryl? - pergunto cansada.
- Porque eu te amo e não vou desistir de você. - olho incrédula para ele e nego.
- Não preciso da sua pena, não precisa ficar. - digo grossa e vou em direção a sala. E novamente começo a busca pelo maldito número.
- Que bom que você não precisa dela, porque eu não tô com pena de você. - diz sério e cruza os braços se encostando na parede atrás de mim.
- Não sei o que você quer e achei que você tinha dito que não queria conversar. - falo e bufo frustada por não achar.
- Eu só quero saber que você vai ficar bem. - diz e se aproxima.
- Bem? Você quer saber se eu eu vou ficar bem? - solto uma risada sem emoção e olho para ele. - Eu estou longe de ficar bem Daryl Dixon. - digo ficando bem a sua frente. - Minha mãe morreu. O que me prendia nesse mundo se foi por completo. Eu me sinto usada, me sinto suja. Porque você pode achar que eu gostava do que fazia, mas eu odiava. E agora tudo parece que foi em vão. Meu pai é uma merda de homem e eu só queria poder falar umas verdades para ele, mas nem isso eu posso fazer. - falo raivosa. - Você acha que eu sou só mais uma vagabunda nessa cidade e que saber? Tudo bem! - me afasto e passo as mãos em meu rosto respirando fundo. - Eu não vou ficar bem. Não hoje, não amanhã e talvez eu nunca fique Dixon. Mas quer saber? Eu vou sobreviver, porque é isso que eu tenho feito a porra da minha vida inteira. Então pode pegar toda sua pena e seu suposto amor e ir embora daqui. Pode deixar que eu sei cuidar das minha próprias merdas. - despejo tudo em cima dele que me olha com raiva.
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In the name of love - Daryl Dixon
FanfictionGenevive Molina teve sua vida mudada radicalmente após a descoberta da doença da sua mãe, o sobrenome que antes tinha certa importância na cidade de Valência na Espanha não tem valor nenhum em sua nova moradia em Geórgia nos EUA. Sozinha, em uma cid...