Capítulo 15 - Pequenos Momentos

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Genevive Molina

Quinta. Já tinha se passado dois dias do meu beijo arrebatador com Daryl Dixon. Não nos vimos, ou ao menos nos cruzamos por ai e isso era decepcionante para dizer o mínimo. A dúvida e a insegurança  impregnaram todos os meus poros.
Será que ele gostou? Será que ele agiu por pena? Será que eu, ao menos beijo bem ?

Ridícula!

Todas essas perguntas, da mais estúpida até a mais dramática. Absolutamente todas, passaram pela minha cabeça. Me fazendo questionar minha atitudes. Eu estava irreconhecível segundo Morgan. Avoada e com cara de boba apaixonada. Eu revirava os olhos para essa segunda parte, pois ainda era difícil assumir que eu tinha dado espaço para me apaixonar por Daryl Dixon. Mesmo que talvez isso seja verdade. Eu me questionava como pude me apaixonar sem ao menos ver e em tão pouco tempo.

Mas parecia tão certo.

Daryl Dixon tomou conta de todos os meus pensamentos. Me sinto como uma adolescente, cheia de hormônios. Mas depois de estar nos braços e provar os lábios de Daryl não sei se seria humanamente possível não agir dessa forma.

Preciso tirar Daryl um pouco da cabeça. Preciso me preparar para o que está por vir.

O pior.

Já tinha feito os shows em grupos e o show individual. E hoje infelizmente iria ter que fazer algo que eu detestava. Show privado.

As dores de cabeça da minha mãe aumentaram a fazendo ficar dormindo quase que um dia inteiro. Então, ligamos para o médico. E obviamente mais um remédio. Um remédio caro. Por isso eu estou aqui, prestes a entrar numa pequena sala onde provavelmente um homem tarado e bêbado se encontra.

Assim que entro vejo um homem  sentado na poltrona com uma garrafa de cerveja na mão. O cheiro de bebida naquele lugar era gritante e me deixava enjoada. Agradeci o fato de não termos que trocar qualquer palavra. Bom, ele poderia soltar seus comentários grotescos mas eu não era obrigada a responder. Só tinha que entrar e fazer a minha parte.

Respiro fundo e começo a dançar de maneira sensual. Olhares, mãos, toques sugestivos. Afinal, quanto mais melhor. Vejo em seus olhos desejo e luxúria. E isso me incomoda. Sempre me incomodou, mas algo nele era familiar e ao mesmo tempo me passava uma sensação sufocante. Eu queria correr dali. Ele me comia com os olhos e isso me dava medo. E quando eu tirei a primeira peça de roupa tudo piorou. Vi ele sentar na poltrona de maneira relaxada e em nenhum momento tirou seus olhos de mim. Nojo. Era isso que eu sentia.

Nojo de mim mesma.

Não sei porque mas algo nele me fazia ter vontade de chorar. Eu queria sair correndo dali, nunca quis tanto fugir como agora. Quem era esse homem e porque sua presença me incomoda tanto? Porque seus olhares me fazem querer ir para casa e me esconder embaixo das cobertas. Depois do que para mim parece ter sido horas acaba. Eu apenas pego minhas roupas do chão e vou em direção a saída. Sinto ele puxar o meu braço e dou um passo para trás. Abraço minhas roupas contra o meu corpo.

- Não se faça de inocente querida. Quanto você quer pelo serviço completo. – ele diz e toca meu rosto com os dedos. Dou um tapa na sua mão e dou mais um passo para trás, fazendo ele vir em minha direção. – Arisca! Só deixa tudo mais interessante. – me segura pelos dois braços e me agarra. Nojo. Isso é tudo que eu sinto hoje. Me debato em seus braços e consigo me livrar .

- Eu não faço esse tipo de programa e se você não quiser problemas é melhor ir embora. – falo entredentes cega pela raiva. Passo por ele esbarrando em seu ombro e saio correndo dali. Assim que entro na sala respiro fundo, sinto meu coração acelerado e lágrimas escorrem pelo meu rosto. Meu peito se aperta com a falta de ar, minha vista está embaçada. Preciso sair daqui. Preciso de ar. Coloco de maneira apressada um vestido que está jogado em cima do sofá. Pego minha bolsa, jaqueta e agarro meus tênis no caminho da saída. Corro para fora e quando estou longe da boate paro e sento na calçada.

In the name of love - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora