Capítulo 20 - Promessas

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Daryl Dixon

Fazia um mês que Merle estava em casa, um mês que ele estava testando a minha paciência a todo momento.

Merle só sabia beber, se drogar e brigar com o velho. O que me irritava pra cacete! Passo a maior parte do tempo na oficina.

Também fazia um mês que Marie estava no hospital. Foi difícil para Genevive aceitar que o melhor para sua mãe era ir para lá, mas depois de muita conversa e lágrimas ela entendeu.

A duas semanas sua mãe perdeu totalmente a mobilidade dos braços e sua fala estava um pouco mais lenta.
Genevieve estava se afundando em lágrimas e desespero.
Quando ela não está no trabalho está no hospital em volta da sua mãe. Ela não para mais do que 1h em casa, não se alimenta direito, não dorme direito, preocupando a todos. Amélia e inclusive sua mãe falaram para ela sair, relaxar, mas ela não queria de jeito nenhum. E bem, eu entendia ela.

Marie era tudo para ela, como você quer ficar longe do seu tudo se sabe que está prestes a perder.

Mas me preocupava.

Fazia três dias que não nos falávamos, então eu fechei a oficina mais cedo e segui para o hospital. Cigarro entre meus dedos e minha mente cheia. Estava fudidamente preocupado com a minha garota.

Depois de dez minutos dirigindo e de toda a burocracia que precisava para ver alguém, bati na porta do quarto de Marie e Amélia me atendeu e sorriu.

- Daryl, que bom te ver! - eu aceno e vejo Marie deitada na cama olhando TV. - Mandamos a Gen embora a poucos minutos. Ela estava a três dias sem ir para casa.

- Eu imaginei. Está tudo bem por aqui? - pergunto.

- Tudo como pode estar e você querido ? - confirmo com a cabeça.

- Oi querido. - escuto Marie falar num tom baixo e paro em sua frente.

- Senhora Molina. - digo meio sem jeito e sem saber ao certo o que fazer.

- Querido, preciso te pedir uma coisa. Primeiro, pare de me chamar apenas de senhora Molina. E a segunda é sobre Genevive. - diz de forma lenta e eu fico tenso, afinal o que ela poderia querer comigo. - Senta por favor. - pede e da um sorriso.

- O que a senhora precisa? - pergunto sentando e vejo Amélia sentar na poltrona do outro lado da cama.

- Não sei como começar essa conversa para ser sincera Daryl, mas eu preciso falar antes que eu não possa mais. - diz baixo e suspira parecendo cansada. - Eu estou morrendo querido. O médico disse que tenho menos de 3 meses, mas ele foi gentil. - ela diz rindo e respirando fundo em seguida. Nesses segundos de silêncio reparo o quanto Marie e Genevieve são parecidas, as pequenas covinhas no rosto e o olhar profundo. São apenas o começo de toda uma semelhança. - Não sei se chego ao fim dessa semana para ser sincera Daryl, Eu estou muito cansada. Eu aceitei isso e Amélia também aceitou... - fecho meus olhos por um segundo entendendo a gravidade de tudo aquilo. Nunca em cem anos eu poderia me imaginar nessa situação.

- Mas Genevieve não aceitou. - digo olhando pra ela que suspira.

- Ela não aceitou. Por isso eu preciso de você, preciso que você esteja aqui por ela. Ela não vai escutar a Amélia, pelo menos não no primeiro momento. Bonnie, Morgan e Alan. Nada disso irá adiantar, ela vai se fechar, tentar negar tudo que está acontecendo. Ela não vai deixar ninguém entrar, ninguém exceto você. - ela me olha e eu dou uma risada abafada. Aquela garota era um furacão de teimosia, se as amigas não vão poder ajudar o que sobra pra mim? Sou só um Dixon fudido, um caipira de merda.

- Eu não sei porque a senhora acha isso, ou melhor, como tem tanta certeza. - digo confuso e ela sorri.

- Ela ama você Daryl Dixon. Ela pode não ter usado palavras, mas ela deixou você entrar. Até você aparecer a mesma garota que sorri que nem boba quando te olha, não acreditava mais no amor. - levanto nervoso e passo a mão no meu rosto. - Talvez você ainda não saiba que a ama. Mas vocês se amam, assim como estou certa da minha morte estou certa do amor de vocês. - ela diz e eu dou uma risada forçada sentando novamente. Apoio os cotovelos nos joelhos e olho para ela.

In the name of love - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora